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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

WILLAMETTE VALLEY


 

 Mais um artigo de Bacco http://baccoebocca-us.blogspot.com/2018/12/les-millandes-2009.html  renovou minha adoração incontrolável por vinhos de alto nível (duhhhh, lógico), mas que venham com um mínimo de intervenção, sem frescura nem afetação, pretensão, ou arrogância. 

Eu já gozei com a taça alheia muitas vezes.

As aventuras de Bacco pelas vinícolas e restaurantes europeus são um oásis no deserto (Tim Tones...glória Tim Tones) que insiste em produzir mais picareta que areia.

Apesar de ter tido a chance de tomar muita coisa boa na vida, sou ciente que morando longe da Europa não terei chance de encarar o que há de fantástico na fonte com a frequência que mereço.

Vinho de altíssima qualidade continua tendo como componentes obrigatórios baixa produção, cuidados intensivos não mecanizados, armazenagem apropriada, distâncias curtas até os consumidores e a boa companhia (quanto menos gente e palpiteiro, melhor).
 

Anos de viagens, conversas intermináveis em lojas de vinho, embromação na internet, sommerdiers falando besteira ou tentando empurrar vinhos para ganhar incentivo (propina), um monte de dinheiro jogado fora em degustações pavorosas em lojas de vinhos etc., finalmente a luz que cancelou todas a frustações frustrações que foram lavadas após degustar (fui bonzinho e compartilhei a garrafa com outrem) um Pinot Noir do Willamette Valley.

Talvez o melhor vinho dessa reencarnação atual.
 

Willamette Valley há tempos foi descoberto por nobres e corajosos franceses que viram muita semelhança entre em algumas regiões do Oregon com a Borgonha (beira exagero dizer que são muito semelhantes, mas primas bem próximas, e diga-se gostosas).

Como não tenho como ir à Borgonha com tanta frequência (uma vez a cada 32 anos é a minha média), procuro o Pinot perfeito perto de casa (9 horas de estrada).
 

 Consegui 1 garrafa na internet e planejo mais uma viagem para fazer um mini arrastão nas micro-vinícolas da região.

 80 caixas produzidas aqui, 100 ali, 250 acolá ...

Vinhos de sonhos feitos por gente sem frescura, simples, mas espertos e inteligentes naquilo que interessa, com grande contato e preocupação legitima com a natureza (que coincidentemente é a origem das uvas que produzem e dos alimentos que produzem e vendem e ou incorporam ao solo das propriedades).

Aqui mais um ponto em comum entre Borgonha e Oregon: O viticultor do Oregon é muito ligado, aprecia e respeita muito a natureza.
 

Tem muito mais orgulho do que produz e não privilegia o quanto fatura (em média, sejamos claros, nem todos são hippies idealistas), diferentemente dos de Bordeaux e Califórnia que se assemelham muito, inclusive na picaretagem e sabedoria nos negócios (também em média).

Mas a semana seria difícil para os guerreiros como nós.

 Lida rápida na lista de critérios da wine magazine Wine Cascateitor de como classificam os melhores vinhos do mundo, o tal artigo do vinho 1885, aquele das uvas francesas em homenagem aos italianos (parece que vem ainda mais um artigo depois dessa) …. Total desânimo ao pensar nos milhares de bebedores de vinho, espalhados pelo mundo, que se baseiam nessas listas e nas opiniões de sommerdier, para comprar vinho.

Continuamos nas “mãos” de joão de deus.

Falando nisso, o joão de deus, também, produz vinho em Goiás?

 Faltava só essa para a premiação da academia da picaretagem nacional.

A vinícola, que pode ter produzido (talvez) o melhor vinho tinto da minha vida até o momento, jamais estará em nenhuma lista de melhores vinhos do mundo.
 

Amem.

Bonzo

3 comentários:

  1. Muito instrutivo meu nobre. Pagastes quanto pela garrafa comprada via internet. Se possível mande o sítio

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    Respostas
    1. esse doido so vende no local ou no sitio wine.com se chama antiquum farm. $69.00 mais impostos no wine.com. preco normal para grandes vinhos americanos de "nicho". uma vez ou outra na vida da para encarar.

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  2. Com 69 dólares já se encontra no site da cellar vinhos bons da região de saint aubin.

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