Facebook


Pesquisar no blog

quinta-feira, 28 de maio de 2020

PICARETAGENS...... ATÉ QUANDO?


 
Até onde as meias verdades, a desonestidade intelectual, a picaretagem e a cara-de- pau, podem chegar no submundo vinícola do Brasil?

Resolvi comentar e escrever sobre vinhos, justamente para me contrapor às inúmeras bobagens, canalhices e mentiras que “navegavam”, tranquilamente, no fétido mar de revistas, blogs, sites especializados, cursinhos para enófilos, (de) formadores de opinião etc. que poluíam e achincalhavam o sempre cambaleante mercado de vinho do Brasil. 

 Os papas da época espalhavam sandices/idiotices sem o mínimo pudor e sem serem importunados por uma única voz discordante.

Em minha santa (pero no mucho....) inocência pensei que apresentando um contraditório, uma voz discordante, poderia melhorar o nível da informação.


Devo reconhecer que fui “empurrado” para esta rinha por minha insofismável tendência ao dom-quixotismo.....

Não só, não consegui melhorar o nível da informação, mas devo reconhecer que levei um baile dos picaretas, oportunistas e desonestos intelectuais, que rastejam e se multiplicam, como o corona vírus, no submundo do vinho nacional.

Combati valentemente contra alguns medalhões da ABS, ASBAV, formadores de opinião, sommeliers, críticos, produtores etc.

Todas as vezes que conseguia, finalmente, cortar uma cabeça da Hidra, duas nasciam para substituir aquela decepada.

Quanto mais, cabeças cortava, mais se multiplicavam e aumentavam, também, os eno-zumbis que as seguiam.

Resultado: Há mais eno-idiotas hoje, do que ontem e menos do que haverá amanhã .........e por aí vai.

Querem uma prova?

Varios sites anunciam com estardalhaço e incontido ufanismo que o espumante 130 Blanc de Blanc, da Valduga, “foi eleito o melhor do mundo em renomado concurso francês”.

Como de costume a picaretagem começa no cabeçalho, as meias verdades se esparramam pelo texto, o engodo continua nas premiações e termina nas dezenas de elogios, das canetas de aluguel, devidamente lubrificada$.

Não há uma única menção que no prestigioso concur$o foram distribuídas nada menos do que 887 medalhas, para produtores, pasmem, de Taiwan, Bélgica, Eslováquia, Bulgária, México, Canadá, Peru, Luxemburgo Japão.


Somente um concurso idiota ou picareta poderia premiar vinhos do Japão, Taiwan, Bélgica etc.

Tem mais:  Todos os participantes são do 3º ou 4º escalão, nenhuma vinícola de peso, francesa, italiana, portuguesa, espanhola etc. participou da picaretagem francesa.

A picaretagem é tão evidente que até os selos da “premiação”, a serem colados nas garrafas, devem ser adquiridos e pagos.

O “130 Blanc de Blanc” Da Valduga é um espumante sofrível, (não pode ser considerado nem o melhor do Brasil) que seria pulverizado e ridicularizado quando e se comparado aos medianos alemães, italianos, franceses, portugueses, espanhóis etc. 

Financiar uma campanha, divulgando o “130”, como melhor espumante do mundo, é uma altíssima picaretagem que vê o enófilo brasileiro como um grande imbecil.   

Dionísio


sábado, 16 de maio de 2020

ERA UMA VEZ PIEMONTE


 
 
Se você se surpreendeu, com as dificuldades econômicas que atingiram os franceses da Champagne, não ficará insensível ao ler esta matéria na qual informo o tamanho do estrago que a corona vírus está causando aos vinhos, turismo, gastronomia do Piemonte.

O valor do Piemonte vinícola, em 2019, ultrapassava os 2 bilhões de Euros (50% destinados à exportação).

O segmento, já no início de 2020, está de joelhos e prevê um prejuízo de 160/200 milhões de Euros somente para o bimestre marco/abril.

 Os danos atingirão números muito mais devastadores caso a crise se prolongue por mais 2 ou 3 meses.

É sempre bom lembrar que além do vinho, a grande mola propulsora da região, o turismo, os bares, restaurantes, hotéis etc. estão de joelhos e beirando a bancarrota.

A crise provocada pela pandemia reduziu violentamente o consumo no mercado interno e pulverizou, quase totalmente, as encomendas dos importadores (milhares de pedidos foram cancelados).

 
O vinho piemontês está de joelhos.

As grandes empresas vinícolas piemontesas (a minoria) conseguirão, mesmo capengando, sair da crise, mas a corona vírus atingirá em cheio as restantes 18.000 pequenas empresas, do setor.

Com pouca folga financeira, os pequenos produtores não conseguem ver o final túnel-vírus.

Os pequenos produtores, pasmem, perderam perto de 70% do mercado e nem o crescimento das vendas online conseguiu diminuir o risco de inúmeras falências.

 
A crise do consumo é tão grave que perto de 300.000 hectolitros, de vinhos não propensos   ao envelhecimento, foram vendidos, para as destilarias e industrias de vinagre, por um preço que mal paga o custo de produção.

O panorama catastrófico, triste e desanimador, resultará em uma sensível redução dos preços que nos últimos anos, diga-se, estavam se aproximando da estratosfera.

O importador que tiver reservas (duvido muito) poderá aproveitar os descontos, que certamente serão concedidos, para repor estoques por preços bem inferiores aos de 2019.

Há um problema: A constante alta do Euro/Dólar.

Com o Euro e Dólar nas estelas, acredito que nem os polpudos descontos compensarão os 50% de valorização das duas moedas.

Querem fazer uma aposta?

 
Aposto que os produtores-predadores de quase vinhos nacionais, depois de desovarem os estoques, aproveitarão a alta do Euro/Dólar para elevarem seus já escandalosos preços

A partir do dia 15 de junho já programei duas viagens: Borgonha e Piemonte....depois eu conto

Bacco

quarta-feira, 13 de maio de 2020

ERA UMA VEZ CHAMPAGNE


Em tempos de corona vírus é difícil escrever algo alegre, otimista ou interessante sobre o mundo do vinho.

O mercado vinícola está atravessando um dos mais tristes e delicados momentos das últimas décadas.

Com o fechamento de bares e restaurantes, que representam o maior canal de vendas, houve uma drástica redução das encomendas e o mercado dos vinhos não sabe exatamente o que fazer.

Está roendo as unhas e não encontra saída.

A aposta nas vendas online não surtiu efeito e o desespero começa a rondar produtores, engarrafadores, distribuidores, importadores, representantes, toda a cadeia, enfim.


 É o pior dos mundos e o cenário, a curto e médio prazo, em todos os países produtores, pode ser considerado plúmbeo.

Um dos vinhos mais atingido, pasmem, é o Champagne.

Não há ainda números exatos, mas o “Syndicat Général des Vignerons de Champagne” estima que as vendas, de março e abril 2020, despencaram em 80%.


Impossível?

É preciso lembrar que os locais, onde e quando, tradicionalmente se bebe Champagne (wine bar, restaurantes, casas de festas casamentos, reuniões etc.), estão fechados e somente reabrirão as portas, talvez, no final de maio.

O sindicato calcula que para recuperar o terreno perdido serão necessários de 3 a 8 anos.

Em 2019 as vendas, do borbulhante vinho francês, somaram 297 milhões de garrafas.


Para 2020 os vignerons calculam que se as vendas recomeçassem, já no mês de junho, os números oscilariam entre os catastróficos 150 milhões ou menos penosos de 230 milhões de unidades.

Se uma denominação emblemática, como “Champagne”, sofre terrivelmente com a pandemia, imagine as dificuldades das outras que nunca surfaram na crista da onda: É quebradeira em todos os cantos do planeta.


Na próxima matéria comentarei as dificuldades italianas.

Bacco



quarta-feira, 6 de maio de 2020

CENSURADOS II



Esta matéria foi censurada e

curiosamente não era dirigida aos dois bufões

já mencionados.

O criticado é o sr. Spurrier.

Não temos muita admiração pelo enófilo inglês e sempre duvidamos do “Julgamento de Paris”

Leiam, ou releiam


Dionísio




Não tenho provas, mas tenho a firme convicção de que Spurrier levou uma bela grana para promover o "Julgamento de Paris" e , acreditem, acho que ele mereceu.


Spurrier, que conhecia bem os franceses, soube, com rara perspicácia, explorar a imensurável soberba vinícola dos gauleses.


Algumas ponderações


Lembram da luta em que Mike Tyson perdeu o título para James Buster Douglas?


Tyson, que demolira, até então, todos seus adversários, subiu ao ringue sem a preparação adequada.


 Mais preocupado com baladas e eventos mundanos subestimou o oponente com a certeza de obter fácil vitória.

Tyson foi nocauteado, por Buster Douglas, no 10º assalto


Com os franceses, aconteceu exatamente a mesma coisa.


Do alto de seus pedestais, bordaleses e borgonheses, aceitaram o convite, acredito, com enfado e nonchalance: "Saco, vamos acabar logo com esta palhaçada....."



 A soberba ofuscou a mente dos franceses que, inocentemente, não perceberam a armadilha: Estava em jogo, naquele julgamento, o futuro da viticultura americana e a aposta valia um mar de dólares para os produtores californianos.


Os franceses foram habilmente manipulados do começo ao fim.


Os "juízes", pesos pesados do mundo enológico francês, ficaram com cara de otários e os vinhos californianos, que ninguém conhecia até aquela data, do dia pra noite se transformaram nas vedetes da enologia mundial.




Golpe de mestre...... Palmas para Spurrier (o espúrio?)


Os bastidores


 Os juízes ficaram com cara de palerma?


Não todos.... Odette Kahn,redatora chefe da "Revue du Vin de France",  a mais lúcida entre os onze jurados, desconfiou do resultado e pediu para rever suas anotações e  notas.


Spurrier não concordou e não atendeu a solicitação.



 Odette Kahn o acusou várias vezes de ter falsificado o resultado, mas Spurrier, que já havia conseguido seu intento, seguiu em frente sem dar a mínima para as queixas da madame Kahn.


Palmas para Spurrier II.


Quem ganhou?


Imaginem, por um instante, o Barcelona, de Messi, Neymar, Suarez, Iniesta e Cia. aceitar o convite para jogar, contra o "São José do Ribamar Esporte Clube", lá no Maranhão.


Se o Barcelona ganhasse, de 37- 0, não seria novidade nem notícia de primeira página.



Se, todavia, o São José do Ribamar, por uma cagada homérica, metesse um gol e vencesse o Barcelona, no dia seguinte, Bruno Chocolate, Arcinho Juninho Pindaré, jogadores do time local, seriam olhados com respeito e até contratados por clubes famosos.


Onde quero chegar?


O "Chateau Montelena", que na disputa ofuscou os Chardonnay da Côte D'Or, foi comprado pelos franceses "Château Cos d'Estournel" por 110 milhões de dólares.


O "Stag’s Leap Wine Cellars", que pulverizou os Cabernet Sauvignon de Bordeaux, foi adquirido , por 185 milhões de dólares pela americana "Ste. Michelle Wine Estates" e pela italiana Antinori.


O enólogo do Château Montelena, Mike Grgich, um ano depois, do "Julgamento de Paris", conseguiu abrir sua própria vinícola.


Todos se deram muito bem.


 E os franceses?


 Bem, os franceses ficaram com seus saltos altos.....


Depois do Vendaval.


Há duas uvas que conheço bem: Chardonnay e Riesling.


Não sei quantas garrafas já provei de Chardonnay e Riesling, mas posso garantir que não foram poucas.


Chardonnay italiano, espanhol, argentino, chileno, brasileiro australiano, sul africano, americano etc.


Muita porcaria, vários bebíveis, alguns bons, mas nenhum excepcional e que pudesse ofuscar, por exemplo, um Criots Bâtard Montrachet, Blanchot Dessus, Les Dents de Chien e muitos outros da Côte D'Or.


No rol não inclui, na lista acima, o Montrachet.


 Por razões mais que óbvias, o Montrachet é incomparável!


Provei, quatro vezes, o "Château Montelena".


É um bom Chardonnay, mas, comparado ao Criots Bâtard Montrachet do Hubert Lamy, é uma piada, uma piada cara, como todos os vinhos da Antinori.


Bons Chardonnay, do mesmo nível do Château Montelena, há inúmeros, até no Chile e na própria Califórnia.




Acredito que, até com tapa-olho, eu conseguiria distinguir um Montelena de um Criots.


O que teria ocorrido, então, com os paladares treinados e experimentados dos juízes em 1976?


Os "OU"


Ou Mike Grgich fez "mágica" na adega com os famosos "pozinhos misteriosos"


Ou dentro da garrafa californiana o vinho era francês.


Ou Spurrier foi espúrio 

Antes que pedras me sejam atiradas, seria bom lembrar que o dinheiro corrompeu até os puros e ilibados bolsos de nossos políticos.


Assim....


Bacco

terça-feira, 5 de maio de 2020

CENSURADOS


O telefone toca.

Um amigo, sem muitas delongas, dispara “Você sabia que o Google deletou quatro matérias do B&B? ”.

Intrigado fui verificar e de fato o Google retirou da WEB algumas postagens em que nós descíamos a lenha em dois nefastos personagens que circulam pelo eno-picadeiro nacional.

Bufões há muitos, mas nenhum consegue ser mais ridículo do que Jean-Claude-Cara-de-Pau e Dani-Elle-dos-Mil Nomes.

Os dois comediantes há anos iludem os enófilos brasileiros e não suportam nem conseguem conviver com críticas.

Sorte nossa que todas as matérias do blog são copiadas e salvas, assim, para o desespero dos dois palhaços, iremos, aos poucos reapresenta-las.

A foto é uma joia rara onde é possível perceber a imensa e incontida vaidade do Dani-Elle
Dani-Elle não consegue ser discreto e apresenta, para os simples, mortais seu BMW.

By The Way: O “320 i” é uma bosta.
 
1ª)
 
vc aceitaria fazer este curso para mim e uns (poucos) amigos? Pagaríamos as duas garrafas de Taittinger com o maior prazer!! Abraços e parabéns pelo blog, a cada dia melhor!!

Recebi o comentário acima, inserido na matéria “OS PROFISSIONAIS”, há alguns dias, mas esqueci em casa meu computador e, durante minha enésima viagem pela Borgonha, não pude responder.

No post, “OS PROFISSIONAIS”, comentava que ao perceber a total ignorância dos vendedores de uma grande revendedora, que nem sabiam pronunciar corretamente o nome dos vinhos da Borgonha, havia proposto uma "aula" sobre a região francesa.

Nada profundo, complexo, apenas algumas pinceladas para livrar os vendedores do ridículo.

Em troca e pelo tempo que perderia (e como....), havia exigido, a título de pagamento, duas garrafas de Champagne.

Foi melhor não responder imediatamente ao post, pois um amigo enviou uma mensagem que servirá como resposta e alertará os caros leitores sobre mais uma picaretagem que se aproxima celeremente dos incautos enófilos brasileiros.

Nelson Rodrigues, nos anos 60, dizia que “Brasileiro Tem Complexo de Vira-Latas”.

Mais de meio século se passou e os enófilos brasileiros continuam mais vira-latas que nunca.

Basta aparecer um espertinho, um cara de pau, um falso expert de vinho com nome estrangeiro (melhor se francês ou italiano), que os critico$, blogueiro$, jornalista$, AB$, A$BAV etc. azeitam a coluna para poder dobrá-la com maior facilidade e desenvoltura.

Um dos últimos espertinhos, que descobriu o Brasil dos eno-tontos, foi o piemontês Enrabachino que, pasmem, já fez escola e despertou a carteira adormecida e sedenta do um acrobático franco (mas não muito) brasileiro: Cara (de pau?).

O Cara é um cara com muitas caras.

Era proprietário de um restaurante na desconhecida e longínqua Ourinhos quando seu meio sangue francês falou mais alto.

 Abandonou as panelas interioranas e as padarias onde ministrava cursos ao descobriu, como anteriormente acontecera com o famoso ex fotógrafo Dani-Elle, que havia dentro “dele”, adormecido, um produtor de vinho (mais um...).

O “chef”, já distante do fogão, abraça as taças e se transforma em um sommelier.

Passo seguinte: Encontrou na vinícola Larentis o parceiro ideal (mais uma semelhança com o ex-fotografo que encontrou vinhas e cachos na Lidio Carraro) e partiu para a produção de vinhos.

Mas o horizonte do cara não podia se limitar apenas nas colinas e vinhas gaúchas; era preciso ir além, muito além.

O cara resolveu, então, conquistar a Borgonha e se mandou com todas suas caretas para Beaune .

Um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam muito mais....

Cansado, do seu elefante vermelho, o chef, sommelier, guia turístico, “COPONE” (consultor de porra nenhuma), voltou para o Brasil com algumas centenas de garrafas de vinho branco da “Haute Côte de Nuits”.

O nosso chef, sommelier, Copone, guia turístico, produtor e importador de vinhos, “professor” palestrante, etc. etc. etc. etc. etc. etc. lacrou pessoalmente as preciosíssimas garrafas e as está vendendo por módicos R$ 300.

 Nas horas vagas o cara ainda tem fôlego para ministrar, Brasil afora, curso de três horas e meia sobre a Borgonha cobrando modestíssimos R$ 350.


UFA!!!!!!!

Antes de terminar a primeira parte, em que analisei a fenomenal versatilidade do cara mais eno-turbinado do Brasil(França?), devo confessar que preciso tirar o chapéu para a incrível cara de pau do nosso mais novo fenômeno que conquistou, pasmem, a Borgonha.


 Leiam o fantástico currículo.





Consultor



RELATIONS BRASIL BOURGOGNE

janeiro de 2010 – Presente (3 anos 11 meses) BEAUNE


Consultor Enogastrônomico Éléphant rouge

Empresa privada; 1-10 funcionários; Setor de Vinhos e destilados

janeiro de 2009 – Presente (4 anos 11 meses) Bourgogne, França


Consultor Château de Villars Fontaine

janeiro de 2009 –Villars Fontaine Bourgogne 
Vinho de longa guarda da Bourgogne


Consultor Enogastronômico Jean Claude Cara
2007 –Beaune
 Amanhã, tem mais.

Dionísio