Facebook


Pesquisar no blog

sábado, 16 de maio de 2020

ERA UMA VEZ PIEMONTE


 
 
Se você se surpreendeu, com as dificuldades econômicas que atingiram os franceses da Champagne, não ficará insensível ao ler esta matéria na qual informo o tamanho do estrago que a corona vírus está causando aos vinhos, turismo, gastronomia do Piemonte.

O valor do Piemonte vinícola, em 2019, ultrapassava os 2 bilhões de Euros (50% destinados à exportação).

O segmento, já no início de 2020, está de joelhos e prevê um prejuízo de 160/200 milhões de Euros somente para o bimestre marco/abril.

 Os danos atingirão números muito mais devastadores caso a crise se prolongue por mais 2 ou 3 meses.

É sempre bom lembrar que além do vinho, a grande mola propulsora da região, o turismo, os bares, restaurantes, hotéis etc. estão de joelhos e beirando a bancarrota.

A crise provocada pela pandemia reduziu violentamente o consumo no mercado interno e pulverizou, quase totalmente, as encomendas dos importadores (milhares de pedidos foram cancelados).

 
O vinho piemontês está de joelhos.

As grandes empresas vinícolas piemontesas (a minoria) conseguirão, mesmo capengando, sair da crise, mas a corona vírus atingirá em cheio as restantes 18.000 pequenas empresas, do setor.

Com pouca folga financeira, os pequenos produtores não conseguem ver o final túnel-vírus.

Os pequenos produtores, pasmem, perderam perto de 70% do mercado e nem o crescimento das vendas online conseguiu diminuir o risco de inúmeras falências.

 
A crise do consumo é tão grave que perto de 300.000 hectolitros, de vinhos não propensos   ao envelhecimento, foram vendidos, para as destilarias e industrias de vinagre, por um preço que mal paga o custo de produção.

O panorama catastrófico, triste e desanimador, resultará em uma sensível redução dos preços que nos últimos anos, diga-se, estavam se aproximando da estratosfera.

O importador que tiver reservas (duvido muito) poderá aproveitar os descontos, que certamente serão concedidos, para repor estoques por preços bem inferiores aos de 2019.

Há um problema: A constante alta do Euro/Dólar.

Com o Euro e Dólar nas estelas, acredito que nem os polpudos descontos compensarão os 50% de valorização das duas moedas.

Querem fazer uma aposta?

 
Aposto que os produtores-predadores de quase vinhos nacionais, depois de desovarem os estoques, aproveitarão a alta do Euro/Dólar para elevarem seus já escandalosos preços

A partir do dia 15 de junho já programei duas viagens: Borgonha e Piemonte....depois eu conto

Bacco

11 comentários:

  1. Ciao, pestvs emeritvs.

    Uma pena que corporate farms/vinicolas corporativas sejam a praga final na vida de muito produtor raiz. Essa gente que vive das atividades rurais somente, gente que tem como objetivos a producao, a venda e tocar a vida sem os aparatos contabeis, de relacionamento com politicos, trambiques fiscais, ou a desova de dinheiro sujo em atividades licitas.
    Aquele dinheiro russo, chines, arabe...(nem para lavar dinheiro com classe servem os politicos ou cupinchas bananeiros- preferem comprar zona e boates).

    Para nao dizer que esses corporate farms poluem para cacete, sao a desgraca do planeta.

    Pelos relatorios que tenho lido mais o poder fenomenal de chutar a distancia que tenho, as chances que gente grande sobre nas dancas das cadeiras he enorme. Devem ficar os grandes tubaroes e os peixinhos beeeeeem pequenos. Se eu fosse uma vinicola/importadora/loja de tamanho medio, ja estaria comprando uma corda para me enforcar, antes que acabe o dinheiro e fique sem a corda.

    E como os peixinhos que fazem grandes vinhos nao viajam tao longe, eu faco mais uma previsao a la joao bidu ou mae dinah que no futuro proximo teremos a disposicao muita merda mais cara ainda. A mesma turma vendendo as mesmas coisas, so que bem mais caras. Quase vinhos mais caros, nessa estou com voce.

    As vinicolas corporativas e os predadores de plantao jamais nos decepcionam.

    Auguri e salute.

    Io.

    ResponderExcluir
  2. Realmente a situação deles não é fácil. Como o Euro alto, terão dificuldades com as exportações. Se ele baixar, os preços não cobrirão os prejuizos. E vocês falaram apenas de Borgonha e Piemonte, mas isso está acontecendo em todo o mundo vinícola. Os argentinos estão sem pessoal para fazer as colheitas e com sua moeda lá em baixo. Tiveram e estão tendo prejuizos enormes. Acredito que o Chile está tendo o mesmo problema. Citei esses por que são grandes exportadores de vinhos para o Brasil.
    Mas eu não entendo mesmo são os produtores nacionais. Dizem que alguns têm até hoje guardados, vinhos daquela que chamaram excelente safra de 2005. Onde guardam tanto vinho que não vendem? E por que ainda insistem em subir os preços de seus vinhos?
    Salu2

    ResponderExcluir
  3. Quis comentar duas regiões emblemáticas e que conheço bem. Acredito que se esta duas estão mal, as outras estão piores. Uma pequena correção: Champagne e não Borgonha

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ops! Me enganei. Mas na Borgonha imagino que será igual. A crise será geral, infelizmente.

      Excluir
    2. Como afirmei, na matéria, estou programando uma viagem para a Borgonha onde, além de conferir o que está se passando na Côte D'Or, tentarei encontrar alguma denominação de boa qualidade e preços interessantes

      Excluir
  4. Estimaria comentários a respeito do problema ou incidência em outros países, Portugal por exemplo.

    ResponderExcluir
  5. Escrevo sobre vinhos e regiãoe vinícolas que conheço de fato. Apesar de ser um admirador dos grandes vinhos portugueses não tenho suficiente bagagem nem dados para me aventurar nos vinhedos lusitanos.

    ResponderExcluir
  6. Se alguem se interessar por noticias borgonhesas..... https://www.wine-searcher.com/m/2020/05/another-blow-for-burgundy-winemakers .

    ResponderExcluir
  7. Caro amigo, gostaria de orientações suas sobre importação de vinho ( fornecedor piemontês) poderia me ajudar? Em que canal nós falamos?

    ResponderExcluir
  8. Pode enviar para baccoebocca@terra.com.br

    ResponderExcluir