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quinta-feira, 28 de outubro de 2021

UNTOS & BESUNTOS 2

 

As perguntas sem respostas me incomodavam.

Quais os motivos, as razões, para o azeite nacional custar mais do que um extra virgem português, italiano, grego, espanhol e até de alguns bons chilenos?

Onde encontrar respostas válidas, verazes?

Google!

Google é a salvação de muitos e condenação de outros.

Primeira pesquisa: Preço dos azeites nacionais.

O resultado foi surpreendente: Todos custam acima de R$ 120,00 o litro.

O predador recordista é “Extra Virgem Borriello” que, pasmem, custa siderais R$ 392,00 o litro (63 Euros).

Costa Doce Blend Medio 500ml

R$ 98,00

A melhor “desculpa”, para os sodomíticos preços, dos azeites nacionais, encontrei no site do produtor mineiro “Olibi”.

A “Olibi”, seguido a trilha dos predadores gaúchos, também não brinca em serviço e não vende nenhum de seus azeites por menos de R$ 180,00 o litro.

Olibi Safra 2021 - Azeite de Oliva Extravirgem Artesanal

R$ 45,00

 Foi justamente no site, da oleosa mineira, que encontramos as respostas (mentirosas?) tentando justificar os assaltos aos bolsos dos consumidores.

A “Olibi” pergunta: “É verdade que azeites brasileiros são mais caros? ”

A própria unta e besunta mineira responde...


“Há quem questione por que um produto nacional, que não passa pelo trâmite de importação, não chega ao consumidor por um valor mais baixo.

A resposta mais simples é a de que, assim como não podemos comparar a qualidade de um vinho de garrafão com uma safra exclusiva de vinhas centenárias, ou uma cerveja artesanal puro malte com uma popular, também não podemos comparar um azeite de alta qualidade de um pequeno produtor com um azeite de uma grande marca que sequer tem seu próprio olival. ”

 

Bingo!

O paradigma dos “Untos & Besuntos” é a viticultura nacional onde encontram e adotam o lema comum: “Predadores Unidos Jamais Serão Vencidos”


Uma rápida e “googleana” pesquisa, sobre a produção de azeite italiana, pulveriza o retórico blablabá da Olibi.

Há, na Itália, 827.000 empresas olivicultoras cuja dimensão média é de aproximadamente 1,8 hectares.

 A maioria dos produtores, como pode ser verificado, é de pequeno porte e esmagam azeitonas em mais de 5.000 lagares espalhados pela bota.

Apesar do minúsculo tamanho das propriedades, a Itália produz 320.00 toneladas de azeite (3ª do mundo).


Agora vamos aos preços.

Nos supermercados os azeites populares podem ser encontrados por Euros 2/4 o litro.

Os de qualidade média e superior custam Euros 6/8 o litro.


Caso você seja um amante de exclusivos e refinados produtos, poderá comprar, diretamente de um pequeno produtor (há milhares), um azeite produzido com azeitonas, de uma das 350 variedades que há na Bota, por Euros 8/12 o litro

Veja alguns sites.

https://www.frantoiomarco.com/

https://www.novellaevignolo.com/product/olio-extra-vergine-di-oliva-lattina/

Já tomei uma decisão: Boicotar o azeite nacional.

Não tenho nenhuma vocação, nem sou tão idiota, para financiar o insaciável “apetite” dos untos & besuntos produtores de mais uma farsa “melhor do mundo”.



Dionísio

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

DOLCETTO 1978

 


Vasculhando e espanando antigas matérias, de quando ainda tinha saco para visitar produtores e filmar degustações, encontrei alguns vídeos interessantes que podem ajudar os leitores, que aproaram mais recentemente ao B&B, em suas viagens (quando a pandemia-paranoia permitir) à procura de vinhos interessantes, únicos.

Corria o ano 2010.

Certa vez, em conversa informal, enquanto secávamos uma garrafa de Champagne no bar “La Brasilera” (já não existe), o produtor Walter Lodali afirmou que os Dolcetto, das suas vinhas Sant’Ambrogio, localizadas nas colinas de Treiso, envelheciam tão bem ou mais do que o Barolo e que já havia bebido algumas, em perfeito estado, com mais se 30 anos


Os Lodali, há três gerações, produzem, além de Dolcetto, Barolo, Barbaresco, Barbera, Arneis, Moscato etc. e Walter sabe o que diz, mas após algumas taças de Champagne, que já havíamos consumido, acreditei mais no entusiasmo dos vapores alcoólicos do que em sua afirmação.

Daí, para aposta, foi um pulo e.....“ O Memo tem ainda algumas velhas garrafas de Dolcetto Sant’Ambrogio que lhe vendi há alguns anos. Vamos até lá e abrimos uma de 1978”

Em tempo.... Memo, mexicano radicado em Treiso, havia trabalhados anos como sommelier no “La Ciau del Tornavento” até quando e finalmente resolveu abrir seu restaurante a menos de 100 metros do “La Ciau”.

Dia e almoço combinados, bastava verificar que ganharia a aposta.

Perdi e perdi feio...... O Dolcetto 1978 estava perfeito.

Quem visitar Treiso e “La Ciau del Tornavento”, provavelmente encontrará, na formidável adega de Maurilio, algumas garrafas “idosas” de Dolcetto Sant’ Ambrogio e poderá verificar a veracidade de meu vetusto vídeo.

https://www.youtube.com/watch?v=Q5QSIV_WLGg

Bacco

 

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

UNTOS & BESUNTOS

 


Percebi, nos últimos dias, um odor inconfundível que acionou o “modo-picaretagem” no meu olfato.


Sim, caros amigos, mais uma vez estamos assistindo ao lento, mas inexorável, nascimento de mais um “MELHOR DO MUNDO MADE IN BRAZIL”.

Já não satisfazem, nosso orgulho ufanista, as ridículas e insensatas ilusões de sermos produtores do melhor espumante e do melhor queijo do mundo; para alegria de nossos egos estamos muito próximos de nós orgulhar, também, por produzirmos o melhor azeite do mundo.

Sim, acreditem se quiserem e puderem, em um futuro bem próximo, gaúchos, paulistas, mineiros etc. entrarão para a história ao humilharem os apatetados portugueses, espanhóis, gregos, italianos e ensiná-los a produzir grandes azeites.

Por enquanto os lagareiros tupiniquins estão seguindo, fielmente, os passos e recomendações dos mestres da predação: Nossos produtores de vinho


Trilhando o mesmo caminho predatório, dos industriais do vinho, os untos e besuntos produtores de azeite metem, sem pudor nem piedade, a mão no bolso dos incautos e inocentes consumidores.

Explicando melhor.....

Semana passada, visitando parentes em Belo Horizonte, provei, pela primeira vez o azeite nacional.

Durante o jantar pude observar que a salada estava sendo condimentada com um azeite (garrafa de 250ml) cuja origem me era desconhecida.

“É um azeite nacional que comprei em Gramado e o vendedor me informou que até já ganhou medalha no exterior”.

Desconfiado com a afirmação “...já ganhou medalha no exterior”, perguntei o preço.

 Haja KY........ R$ 69,00



Em um rápido exercício de multiplicação conclui que o azeite, “Prosperato Picual”, não entregaria seus oleosos encantos por menos de R$ 276 o litro.

No mesmo instante meu pensamento voou para Bento Gonçalves, mais precisamente na Lídio Carraro e seu “Grande Vindima Merlot” de modestíssimos R$ 320.

Muitas dúvidas, sem respostas, me atormentam até hoje.

Duas delas: Será que a diretoria da Prosperato, antes de elaborar a tabela de preços, frequentou o famosíssimo e exclusivo curso “ Rapinagem sem Fronteiras” nas vinícolas do Sul?

 Será que algum diretor comercial da Carraro, Miolo, Geisse, Valduga, Bettu, Milantino, Pericó, Don Laurindo etc., está a$$e$$orando as produtoras de azeite nacional?

Respostas na próxima matéria

Dionísio o “oleoso”

terça-feira, 19 de outubro de 2021

THIBAUD VESSELLE

 


Massimo Martinelli e eu, além de nutrirmos grande amizade, temos muito em comum: Quase a mesma idade, durante juventude vivíamos na mesma aldeia, nos comunicamos em piemontês, gostamos (e desgostamos) dos mesmos vinhos, da mesma gastronomia e...... consideramos o Champagne o melhor vinho do mundo.

Há muitas outras afinidades que nos unem, mas não é hora nem lugar para revelá-las.


Quem não souber quem é Massimo Martinelli e qual sua importância no mundo do vinho (Barolo em primeiro lugar) basta reler as matérias abaixo


 Insatisfeito, incrédulo?

Vá de Google, digite “Massimo Martinelli enologo” (sem acento) e divirta-se durante algumas horas....

Uma frase, de Massimo, até hoje permanece viva em minha mente: “Quando você chega em casa, cansado, após ter bebido alguns copos a mais, precisa relaxar antes de dormir? Só uma taça ainda desce ... Champagne”


Verdade.... O Champagne é único, insuperável, até nessas ocasiões.

Os ridículos produtores do Sul, sempre armados de suas picaretas midiáticas, todavia, continuam espalhando que as borbulhas gaúchas ganham até das champenois.

Exemplo?

 Sempre empunhando sua picareta dourada e usando as canetas lubrificadas dos crítico$, sommelier$, influenciadore$ de plantão e de 5ª categoria, a Valduga, patrocinou uma campanha ridícula que apontava seu “130” como melhor espumante do mundo.



 A palhaçada “valduguense” estava escorada no resultado obtido em um concurso de 4ª categoria, fajuto e pago.

Não há outros produtores, em nenhum canto do planeta, que arrisquem ou ousem chegar a tanto.

 O Champagne é o melhor e estamos conversados.

Longa introdução?

Demasiada tietagem?

Concordo, mas quando alguém tiver a feliz oportunidade de degustar um

 “Champagne “Thibaud Grand Cru”, da vinícola  Alain Vesselle”, perdoará, certamente, minha melosa introdução e exagerado entusiasmo.


Antes de descrever a garrafa, alguns dados sobre a Alain Vesselle.

A vinícola foi fundada em 1885 e desde 2014 é dirigida por Guillaume Vesselle.

A propriedade se estende por 18 hectares, 9 dos quais Grands Crus localizados na “Montagne de Reims”.

Cada irmão batiza uma cuvée e Thibaud, irmão de Guillaume, empresta seu nome a   esta garrafa de “Blanc de Noirs” (100% Pinot Noir) que já ao abrir revela toda a incomparável elegância do Champagne.


Quem duvidar, duvide, mas muitas vezes e às cegas, consigo individuar um bom Champagne no exato momento que desarrolho a garrafa.

O Thibaud apresenta cor dourada com reflexos esverdeados, bolhas finíssimas e constantes, aroma complexo onde pude identificar o cítrico.

Na boca? Bem na boca o assunto é sério...

Nada de concessões adocicadas, banais, redundantes.

O Thibaud é preciso, complexo, refinado e agrada até os mais sofisticados paladares.

O mais interessante é o preço: 22 Euros.

Uma dica..... Todos os finais de ano os grandes supermercados italianos realizam grandes compras de Champagne dos pequenos produtores da região.


Centenas de milhares de garrafas, provenientes de dezenas de    “ Vignerons

 Indépendants” (há mais de 400), são colocadas nas prateleiras, no mês de

 dezembro, quase pelo preço de custo.

A promoção vai até a última garrafa.

CAVE GEISSE EXTRA-BRUT

DESTAQUE
Método Tradicional

36 meses de guarda

Produção limitada: 15.500 garrafas

Safra 2018

Por:
R$ 152,00
ou 

Resultado..... Desde o ano passado bebo Champagne 1er Cru e Grands Crus mais baratos, apesar do câmbio, do que o Geisse Extra Brut.

Como costuma sentenciar Dionísio: “A vida do enófilo brasileiro é uma  merda”


Bacco

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

LANDERILETTE

 


A receita é muito antiga e nem lembro se já a publiquei ou não.

Se a publiquei, acredito que poucos dos atuais seguidores (melhor seria chamá-los “perseguidores”) ainda a recordem, então…Vale a pena comer de novo.

A autoria, da receita original, foi atribuída, pela escritora Elena Spagnol, ao pai da eno-gastronomia italiana Luigi Veronelli.

O prato, de inspiração espanhola, foi batizado, por Veronelli, com um nome bastante incomum: “Landerilette”.


Modifiquei, muitas vezes, a receita original da “Landerilette” até obter o resultado que ora público e considero mais interessante.

Veronelli, recomendava apenas tomates como ingredientes principais, mas eu a incrementei, modernizei e, modéstia à parte, melhorei.

IGREDIENTES PARA 4 PESSOAS

2 latas de “pelati” (Veronelli à época usava tomates frescos, mas os “pelati” são bons e muito mais práticos), manteiga, 1 melão Gália, 1 pepino, creme de leite fresco, molho inglês, sal.


PREPARO

Descasque e fatie o pepino em rodelas finas, coloque-as em um prato fundo, adicione um pouco de sal.

Coloque um outro prato fundo e um peso sobre as fatias e deixe o pepino soltar sua água (uma hora é suficiente)


Em uma panela média derreta uma colher de manteiga.

Enquanto a manteiga derrete bata os tomates no liquidificador ou mixer, em seguida despeje na panela.

 Junte 100 ml de creme de leite, ½ colher de molho inglês (se possível Lea & Perrins) misture bem e aqueça o todo sem levar à fervura.

Retire a panela do fogo, junte as fatias de pepino com sua água, deixe esfriar e guarde na geladeira.

Corte metade do melão, bata no liquidificador e leve ao refrigerador.


15 minutos antes de servir coloque o creme de melão batido no congelador.

Este procedimento evitará que a fruta batida fique demasiadamente líquida, aguada.


Em um prato fundo coloque o creme de tomate ao lado do melão batido e sirva imediatamente.

Para acompanhar?


Nada melhor do que um bom espumante rosé

Bacco

OS. Deguste o antepasto frio e misturando, com a colher, os dois ingredientes.... Sensacional.

 

 

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

FEIRA DO TARTUFO 2021.....ADEUS

 



Você, enófilo-gourmet, que planejou, sonhou e ansioso esperou um ano para visitar Alba para participar da “91ªFiera del Tartufo Bianco”, que abrirá oficialmente as portas no dia 9 de outubro, pode começar a tirar o cavalo da chuva: Turismo brasileiro, na Itália, continua sendo, pelo menos até final de outubro, uma aventura arriscada, quase impossível.


A Itália é uma das unidades europeias mais fechadas aos turistas provenientes do Brasil, Índia, Sri Lanka.

Para entrar na Itália, até para residentes no país, é complicado.

Os italianos provenientes do Brasil, que retornam para suas residências, precisam realizar teste molecular ou antígeno, apresentá-lo na hora do embarque, outro teste é exigido 48 horas após o ingresso no país, uma quarentena de 10 dias é obrigatória e, finalmente, mais um teste deve ser realizado depois do isolamento.

Todas as precauções, mencionadas, podem, como sempre, ser burladas.


Uma das maneiras mais comuns, para driblar o rigor italiano, consiste em fazer uma escala de 2 ou 3 dias em Lisboa, comprar uma passagem Lisboa/Milão, ou outra cidade italiana qualquer e ter a sorte de desembarcar na Itália em um dia de poucos controles.

Caso você tenha acordado com o bumbum virado para a lua e não ser incomodado pela polícia, no aeroporto, não cante vitória...... A “perseguição” não terminou: Você não tem “Green Pass”!


Sem o certificado, que comprove a completa vacinação (duas doses), não se pode sentar às mesas dos bares e restaurantes, viajar de trem ou, eis a “facada” final, frequentar feiras, festivais, convenções, eventos esportivos, museus, etc.

Você, que conseguiu driblar os controles, alugar um carro, reservar hotel em Alba ou arredores, não poderá ingressar na “Fiera del Tartufo Bianco”, comer no “La Ciau delTornavento”, “Eno Club”, “Bercau” ou outro restaurante qualquer e beber sua taça de Barolo ou Barbaresco em nenhum bar da região.


Não vale a pena.....

Esqueça Alba, Monforte, La Morra, Barolo, Barbaresco, Serralunga etc.

 Amaldiçoe a pandemia e espere mais um aninho para poder viajar para a terra do tartufo e constatar que somos um rebanho de ovelhas às quais são impostas insanas e idiotas restrições nas viagens de turismo.

Algumas?

1ª No aeroporto de Brasília, no controle de bagagem de mão, o fiscal me obrigou a retirar do nécessaire e colocar em um saco plástico transparente, um dentifrício usado, meio frasco de perfume de 0,75ml, uma latinha de creme hidratante, um tubo de espuma de barba de 0,50ml. Curioso e intrigado perguntei ao fiscal-robô a razão de procedimento: “Não sei, mas normas são normas e assim tem que ser”.


2ª Ao descer do avião, no aeroporto de Lisboa, após enfrentar longas filas para o controle do passaporte, outra imbecilidade antes de embarcar em voo de conexão: Novo controle da bagagem de mão.


Uma zona total! 

Centenas de passageiros, com conexão imediata, se amontoando, se empurrado (aí não há perigo algum de contrair covid…)  obrigados a retirar cintos, abrir maletas, mostrar tablet, celular, passar pelo detector de metais e sair correndo para não perder o voo.

 Perguntei ao robô-luso qual a razão do controle: “Acabei de descer do avião, não saí do aeroporto, qual a razão de controle?

”Não sei, mas é assim que deve ser”.

 Perfeito!

3ª No aeroporto de Malpensa, em Milão, doido para tomar um “expresso”, antes de pegar o carro, me dirigi ao bar do saguão de chegadas e ordenei o café.

“O senhor tem “green pass? ”.

 Diante de minha negativa a atendente continuou: “Então não pode sentar à mesa e deve tomar o café no balcão”. Intrigado, mais uma vez, com o nonsense da exigência, perguntei se sentado haveria maior perigo de contrair covid.

A garçonete, com um sorriso irônico olhou para os lados para verificar nossa privacidade e respondeu: “ È um mondo di merda”.

Finalmente uma resposta satisfatória.

Bacco