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terça-feira, 5 de outubro de 2021

VINHO-MODA 3

 

Nunca bebeu vinho “da moda”?

Será?

Para pulverizar a negação acima bastaria lembrar, aos over 70, quantas

 garrafas de Liebfraumilch Garrafa Azul”, secaram em casamentos ou

 tentando conquistar a garota dos sonhos.


Quem não já não foi fã do Mateus Rosé, Casal Garcia, Black Tower e quem 

 não esperou, ansioso, a terceira quinta feira de novembro para, orgulhoso,

 levar para casa algumas garrafas de Beaujolais Nouveau?

Pois bem, se você pedir, hoje, um Liebfraumilch garrafa azul, em um

 restaurante, é bem provável que o garçom o expulse da mesa.


Se o enófilo ainda espera, ansioso, a chegada do Beaujolais Nouveau

 certamente ganhará, em agradecimento e pela lembrança, nome de rua em

Beaujeu.

Modas mais recentes e mais sofisticadas apareceram, mas já estão

 aguardando na fila para entrar no salão das relíquias e fazer companhia ao telex, Biotônico Fontoura, laquê, jornal impresso etc.

Estou me referindo à moda dos “vinhos naturais” e biodinâmicos.


Quem apostou, nos vinhos naturais e malcheirosos ou nas ridículas

 praticas “macumbeiras” da biodinâmica, está deixando as duas “modas”

 e voltando às práticas da moderna enologia.

Outra moda que está caminhado a passos largos para o “Crepúsculo dos

 Deuses” é a das garrafas pomposas, caras, com muito álcool, excesso de

 madeira, muito perfumados e preços salgados.

Os vinhos com a as características mencionadas entraram, pelo menos na Europa, no vale do ostracismo.

Passamos da moda dos “vinhos rinocerontes” para a leveza das “garrafas-guepardos”.


Há anos já não frequentam minhas taças os Amarone, Barbera super-barricadas, Supertuscans, Nero D’Avola, alguns Timorasso, muitos Chardonnay produzidos em fábricas de manteiga, todos os “Vinhos Laranja” e “naturais”, Beaujolais Nouveau, Arneis, Prosecco, sem esquecer vinhos com aromas de baunilha, verniz, madeira etc.

 Acrescento à lista, também, as caríssimas etiquetas da Côte D’Or e os vinhos tremendamente aromáticos, Gewurztraminer em primeiríssimo lugar.

Não sobra nada?


Sobram muitos e bons, basta procurar e experimentar

Uma última coisinha: nunca entendi a “fixação” dos enófilos brasileiros pelos vinhos tintos, encorpados, quase mastigáveis e muito alcoólicos.

Em um país tropical, onde predomina o calor, (em Brasília, no mês de setembro a temperatura atingiu 36º), beber Amarone com 15,5º de álcool é sintoma de eno-demência-precoce.


Para os que não conhecem a “eno-demência-precoce” posso simplificar: Imbecilidade total!

Bacco.

4 comentários:

  1. É capaz que os saudosos alemães das garrafas azuis sejam menos piores que as coisas ruins que estão vendendo no mercado com o rótulo de natural etc

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  2. Quantas boas lembranças(não do vinho, obviamente) você me trouxe quando mencionou o garrafa azul Liebfraumilch.

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  3. Minha escola de abrir vinhos foi iniciada nos anos 90 nestas garrafas azuis compradas as dezenas no Makro.

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  4. A garrafa azul ajudou a conquistar minha atual e ainda esposa, que continua bonita e amorosa. O passageiro (e ruim) acabou criando algo perene (enquanto durar, é claro). Quanto aos vinhos que não mais aparecem na minha adega, são os mesmos, embora os Cote D’Or apenas porque são caríssimos.

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