Nunca bebeu vinho “da moda”?
Será?
Para pulverizar a negação acima bastaria lembrar, aos over 70, quantas
garrafas de “Liebfraumilch Garrafa Azul”, secaram em casamentos ou
tentando
conquistar a garota dos sonhos.
Quem não já não foi fã do Mateus Rosé, Casal Garcia, Black Tower e quem
Pois bem, se você pedir, hoje, um Liebfraumilch garrafa azul, em um
restaurante, é bem provável
que o garçom o expulse da mesa.
Se o enófilo ainda espera, ansioso, a chegada do Beaujolais Nouveau
certamente ganhará, em agradecimento e pela lembrança, nome de rua em
Beaujeu.
Modas mais recentes e mais sofisticadas apareceram, mas já estão
aguardando na fila para
entrar no salão das relíquias e fazer companhia ao telex, Biotônico Fontoura,
laquê, jornal impresso etc.
Estou me referindo
à moda dos “vinhos
naturais” e biodinâmicos.
Quem apostou, nos vinhos naturais e malcheirosos ou nas ridículas
Outra moda que está caminhado a passos largos para o “Crepúsculo dos
Deuses” é a das garrafas pomposas, caras, com muito álcool, excesso de
madeira, muito perfumados e preços salgados.
Os vinhos com a as características mencionadas entraram, pelo
menos na Europa, no vale do ostracismo.
Passamos da moda dos “vinhos rinocerontes” para a leveza das “garrafas-guepardos”.
Há anos já não frequentam minhas taças os Amarone, Barbera
super-barricadas, Supertuscans, Nero D’Avola, alguns Timorasso, muitos Chardonnay
produzidos em fábricas de manteiga, todos os “Vinhos Laranja” e “naturais”,
Beaujolais Nouveau, Arneis, Prosecco, sem esquecer vinhos com aromas de
baunilha, verniz, madeira etc.
Acrescento à lista,
também, as caríssimas etiquetas da Côte D’Or e os vinhos tremendamente aromáticos,
Gewurztraminer em
primeiríssimo lugar.
Não sobra nada?
Sobram muitos e
bons, basta procurar e experimentar
Uma última
coisinha: nunca entendi a “fixação” dos enófilos brasileiros pelos vinhos tintos,
encorpados, quase mastigáveis e muito alcoólicos.
Em um país tropical,
onde predomina o calor, (em Brasília, no mês de setembro a temperatura atingiu
36º), beber Amarone com 15,5º de álcool é sintoma de eno-demência-precoce.
Para os que não conhecem a “eno-demência-precoce” posso simplificar: Imbecilidade total!
Bacco.
É capaz que os saudosos alemães das garrafas azuis sejam menos piores que as coisas ruins que estão vendendo no mercado com o rótulo de natural etc
ResponderExcluirQuantas boas lembranças(não do vinho, obviamente) você me trouxe quando mencionou o garrafa azul Liebfraumilch.
ResponderExcluirMinha escola de abrir vinhos foi iniciada nos anos 90 nestas garrafas azuis compradas as dezenas no Makro.
ResponderExcluirA garrafa azul ajudou a conquistar minha atual e ainda esposa, que continua bonita e amorosa. O passageiro (e ruim) acabou criando algo perene (enquanto durar, é claro). Quanto aos vinhos que não mais aparecem na minha adega, são os mesmos, embora os Cote D’Or apenas porque são caríssimos.
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