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segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

CERASUOLO DI VITTORIA

 

A matéria de Bonzo despertou interesses e paixões.

A Sicília apaixona os turistas por sua geografia, história, cultura, gastronomia e …. vinhos.

Vou aproveitar a deixa e comentar uma DOCG da famosa ilha mediterrânea: “Cerasuolo di Vittoria”



Minha primeira viagem, naquele incrível museu a céu aberto, foi nos distantes anos 1990 e resultou em amor à primeira, segunda, terceira, etc. vista.

 Taormina, Giardini-Naxos, Acireale, Piazza Armerina, Agrigento, Sciacca, Siculiana Marina (onde comi um dos melhores peixes de minha vida), Ragusa, Troina, Nicosia, Cammarata, Cefalù…. Em Cefalù começa esta narrativa.



Naqueles anos uma tênue e trémula chama ainda iluminava minha crença na honestidade, isenção e confiabilidade dos críticos, revistas, pontos, “bicchieri”, sommeliers, divulgadores etc.

Acreditava que tudo o que escreviam, diziam, pregavam, era uma verdadeira eno- bíblia e que deveria ser dogmaticamente seguida.



Descobri, a tempo e ainda bem, que não era bem assim: a maior parte dos julgamentos era descaradamente orientada para resguardar os interesses de produtores, repleta de grosseiras picaretagens e que visavam apenas enganar os consumidores.

Já havia enviado, em anos anteriores, uma bela parcela de famosos produtores do Centro-Norte da Itália à merda e me percebia propenso em repetir a dose de impropérios e relegar ao mais remoto ostracismo, também, os vinhos do sul.

A gota d’agua aconteceu na praiana e belíssima Cefalù

Passeando pelas medievais ruelas da cidade, encontrei, quase escondida, uma pequena enoteca especializa em vinhos regionais.

Sem titubear entrei na pequena loja e depois de rápida indecisão decidi comprar uma garrafa do então super-badalado “Chardonnay Planeta”.



A “Planeta” era, naqueles anos, uma das mais incensadas vinícolas da Sicília e seu “olímpico” Chardonnay havia ganho o prêmio da crítica de então: “Parker”, “Gambero Rosso”, “La Civiltà del Bere”, “Bibenda” “AIS”, “Decanter”, “James Suckling” e outras alugáveis canetas de vida fácil….

Triunfante, alegre, mas tentando esquecer a cifra gasta na compra da garrafa (preço de um ótimo Barolo...), voltei ao hotel, deixei o Chardonnay no frigobar, para refrescar e fui dar um mergulho nas águas límpidas do mediterrâneo.

Depois banho de mar calculei que o “Planeta Chardonnay” já deveria estar “no ponto”.



Voltei ao meu quarto, tomei uma bela ducha, escolhi uma taça, fui até à sacada, sentei na poltrona para admirar o pôr do sol e abri, com todo cuidado, a garrafa de “Planeta Chardonnay” e......tive uma das maiores “eno-brochadas” da minha vida.

Um tsunami de manteiga, uma floresta de carvalho, uma usina de álcool e baunilha saído pelo ladrão, invadiram sem piedade meu nariz paladar e.….carteira.



Cadê a sutil elegância, a proverbial fineza, o soberbo equilíbrio, o longo final e a incomparável acidez dos grandes Chardonnay?

A Planeta e seus enólogos, que descaradamente apostaram nos vinhos “parkerianos”, para conquistar o mercado internacional, haviam errado tudo e seu deplorável Chardonnay lembrava os primos da Côte-D’Or apenas no preço.

A primeira e abundante taça, já fora suficiente para me convencer que aquele vinho da “Planeta” nunca mais seduziria meu cartão.

 O pôr do sol, o clima mediterrâneo, a magia de Cefalù, me seduziram e tentei beber mais um copo.




Foi mais um erro: Até os 14,5º de álcool, declarados na etiqueta, eram falsos e quando levantei percebi meus joelhos levemente trêmulos, mas minha decisão, de nunca mais comprar uma garrafa da Planeta, foi rígida, firme e  somente quebrada depois de 20 longos anos.

Continua.....

Bacco

 

 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

SICILIA....AMORE MIO

 

Sem ideia do que fazer ou para onde ir, nas minhas férias de 12 semanas, consultei um amigo italiano que conhece, como ninguém, a Itália e as boas coisas da vida; sem titubear ele me convenceu a partir para a ilha onde a HBO filmou “White Lotus 2”.



 Se você ainda não assistiu, assista.

Cultura, história, gastronomia, vinhos, azeites de oliva, frutas, queijos, chocolate, natureza, cerâmica, clima... a melhor combinação que jamais havia visto no planeta.



Antes da ida consultei B&B para dicas de vinhos e vinícolas.

A lista de B&B, que sugere vinhos sicilianos foi impecável (pesquei algumas dicas com Bacco e outras usei o Search da página).

Entre algumas vinícolas maiores (caso de Marsala) e outras bem pequenas, nenhum dos meus companheiros se arrependeu das visitas.

Em uma minúscula e desconhecida vinícola, aos pés do Etna, o proprietário quase que inconformado me perguntou o que fazíamos ali.

Foi um diálogo engraçado (que na Itália sempre tem um gosto melhor).



A “caponata” e os vinhos foram espetaculares e inesquecíveis.



Na Sicília é possível beber todo tipo de vinho, desde os espumantes até os doces.

Jovens, de guarda, evoluídos... .Em sua grande maioria são muito frescos, leves, agradáveis e vem com preços para estudantes.



O solo vulcânico, perto do Etna, cria um terroir maravilhoso.

 A água, que vem do degelo, penetra no sub-solo e garante vida próspera às vinhas durante o ano todo.

O vivente tem que ser um guerreiro para encontrar comida ou vinhos ruins em qualquer lugar Sicilia.

Apesar das notícias, de que predadores estão se mudando para a ilha e que os preços dos vinhos deverão subir, eu continuo no time que acredita que há uma elasticidade que pode ser imposta aos vinhos (principalmente ETNA DOC) da ilha.



 Estamos seguros por ora.

O número de “enocornos-mansos” pode nos surpreender, mas eles serão enganados, ainda e bem antes, pelos Bordeauxs (bônus: já vem com o X de gênero neutro!!), piemonteses predadores, prioratos parkerianos, etc. etc. até chegar a vez e hora dos vinhos Sicilianos.

Por isso e mais, continuo a pensar que sempre teremos vinhos para substituir aqueles cujas regiões ou estilos caíram nas garras das vinícolas corporativas.

Sempre haverá substitutos.

Sicília tem que ser sentida, ouvida, admirada em silêncio, comida e bebida.



 Conversas com os locais é mais que uma necessidade, é uma delícia.

Abuse dos lugares caros.

São bem mais baratos que as caras bombas de nossa pátria amada.

Sempre que possível contrate um guia local para saber mais sobre os monumentos locais.

Se mostrar apenas um pouco de interesse, eles têm a maior boa vontade em falar sobre muitos outros assuntos.

Vale os míseros euros que esses lutadores, orgulhosos de sua terra, faturam.



Sicília: Trocentos sítios da UNESCO, patrimônios da humanidade.

Imperdível. Nada se equipara a ela no planeta.

Enquanto isso alguns cretinos com cérebro de vaca louca passam faca em obras do Di Cavalcanti e jogam relógio de 1700 e bolinhas no chão na capital do bananal.



Percamos as esperanças.

Bonzo

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

SINTONIA IRPINIA BIANCO

 


O “Sun Flower”, wine-bar, é um dos meus preferidos de Santa Margherita.

Conheço e frequento o “Sun Flower” há mais de 20 anos e neste espaço de tempo o bar já trocou de proprietário diversas vezes.

O “Sun Flower” nunca apresentou uma importante e refinada carta de vinhos, pois sempre direcionou suas maiores atenções ao café, cappuccino, destilados, coquetéis ou etiquetas de vinhos populares e baratos.



Vinho nunca foi o ponto alto do bar, mas, aos poucos, algumas mudanças foram introduzidas.

 O “Sun Flower”, dos nossos dias, mudou seu perfil fortemente popular e introduziu, em sua carta, etiquetas interessantes e de boa qualidade.

Resultado?

 O “Sun Flower”, hoje, disputa posição de destaque com os melhore wine-bar da cidade.

O que aconteceu?



Os atuais proprietários, Ilaria, Roberto e Andrea, se inscreveram no curso de sommeliers, da FISAR (Federazione Italiana Sommeliers, Albergatori e Ristoratori) e aos poucos, mas irremediavelmente, se “apaixonaram” pelo mundo do vinho.

Andrea, parou no 1º nível do curso, mas Ilária e Roberto já estão cursando o 3º nível e se aproximam do exame final.



Progressivamente e aos poucos, Prosecco, Nero D’Avola, Merlot, Lambrusco etc. cederam espaço ao Franciacorta, Barbaresco, Champagne, Barolo, Etna Bianco, Piedirosso, Verdicchio, Soave, Barbera.......



A qualidade e a razão prevaleceram.

Confesso, sem falsa modéstia, que colaborei, um pouco, com as mudanças e nas escolhas das novas etiquetas.

Quando estou em Santa Margherita frequento regularmente o “Sun Flower” e não raramente sou convidado, pelos proprietários, para provar as garrafas que os representantes oferecem para serem degustadas.

Na degustação, Ilaria, Roberto e eu, analisamos a qualidade, o preço e as chances de o vinho ter sucesso na venda em taças.



Quase sempre há unanimidade no julgamento, mas ocasionalmente e quando ocorre um 1 X 1, eu desempato.

Em uma das últimas degustações, de 2022, Roberto abriu uma garrafa de “Sintonia”.




“Sintonia” é um inusitado nome que o produtor, “Vinosia”, imprime na etiqueta de seu “Irpinia Bianco DOC 2021”

Antes de continuar, algumas palavras sobre a “Irpinia”



Se perguntarem aos nossos críticos, jornalistas, blogueiros, sommerdiers, influencers etc., o que é “Irpinia”, 90% deles, provavelmente, não saberá responder e pensará se tratar de   uma nova e mais agressiva variante do herpes.



Irpinia, bela e quase desconhecida região, da província de Avellino, é terra de tradições milenares e pátria de grandes vinhos.

 O mais conhecido e apreciados entre todos?  “Taurasi”.

Mas não só e do Taurasi (Aglianico) que a Irpinia se orgulha.



Seu território vinícola nos doa, também, os ótimos Fiano di Avellino, Greco di Tufo, Coda di Volpe, Piedirosso etc.

O “Sintonia”, vinificado com uvas 50% Fiano e 50% Greco, revela bela cor amarela com reflexos esverdeados, corpo médio e um surpreendente frescor, que convida a sempre mais uma taça.



O “Sintonia” foi aprovado e imediatamente inserido na carta do “Sun Flower”.

O mais interessante: O “Sintonia”, ótimo vinho da Irpinia, custa 7,50/10 Euros (bem menos do que os escandalosos R$ 175 do patético “Vale da Pedra”, da predadora Guaspari)

Bacco

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

GHEMME III....OS PREDADORES

 


Bacco gosta das minhas pesquisas estatísticas, pediu, então, para eu escrever o “Ghemme III & Os Predadores”

Bacco manda e eu obedeço....



Quem acredita, ou quer fazer acreditar, que o mundo do vinho ainda é róseo, puro, franciscano, habitado por viticultores simplórios, abnegados, preocupados apenas em tocar modestamente a vida, como faziam seus avós...das duas, uma: é um enoloide ou seguidor do Didu-Bilu-Teteia, mais conhecido como “Coroa-Propaganda-Mistral” e nas horas vagas, que são muitas, tira a roupa e posa de paladino dos vinhos naturais com cheiro de cocô.



A imagem do viticultor, do século XXI, podando, capinando, pulverizando, vindimando e suando, no meio das vinhas, é tão falsa quanto aquela clássica foto em que nossos políticos, em período eleitoral, bebem cafezinho e comem pastel no boteco da esquina.



Hoje os viticultores falam vários idiomas, andam de carrão, moram em ótimas casas e nossos políticos bebem Champagne, comem picanha e escrevem com Mont Blanc....



Ado, está coberto de razão ao escrever: “…para encontrar vinhos do alto Piemonte por preços convidativos está se tornando sempre mais difícil…. ”

Os vinhos do Alto Piemonte, apesar da reconhecida e incontestável qualidade, demoraram décadas para serem “descobertos” pelos produtores-predadores, assim foi possível comprar grandes Gattinara, Ghemme, Fara, Sizzano, Lessona, Carema etc. pelo preço dos quase vinhos da Miolo (10/15 Euros).



Os predadores-produtores estavam muito mais empenhados e interessados em comprar terras baratas e que ninguém queria, na Maremma toscana (Bolgheri e arredores).

A Maremma “secou”, ninguém mais bebe, a não ser turistas abonados e eno-tontos, os parkerianos “Supertuscans”.



Chegou a hora dos predadores procurarem novas paisagens.

 Os preços das terras do Barolo, Barbaresco, Brunello, Valdobbiadene (Prosecco), Valpolicella (Amarone) etc. já estão para lá de proibitivos, eis, então, que os predadores “descobrem” as encostas do Etna e o Alto Piemonte.

Quando Gaja, Antinori, Banfi, Giovanni Rosso, De Marchi, Farinetti (leia-se Borgogno, Fontanafredda, Vigne di Zamò, etc), Renzo Rosso (leia-se Diesel), Frescobaldi, De Marchi etc., chegam é melhor fugir ou comprar 10kg de KY.



Uma das últimas vítima dos predadores foi o Timorasso.

O Timorasso, com a chegada dos predadores, alcançou preços de causar inveja a muitos vinhos da Côte-D’Or.


Derthona 'Costa del Vento' Vigneti Massa 2020



€ 49,50

O Timorasso já era...chegou a vez e hora do Etna e Alto Piemonte

As vinhas do Alto Piemonte pareciam imunes à praga dos produtores-predadores, que as “esqueceram”, ainda bem, por muitos anos.

Mas a alegria, dos enófilos, está com seus dias contados.... Os longos narizes dos “produtores-griffe” já farejaram e perceberam que as vinhas do Alto Piemonte podem ser o novo Eldorado vinícola italiano.



O primeiro nariz farejador foi o do suíço Chistoph Kunzli que no distante 1997 compra, dos herdeiros de Antonio Cerri e a preço de banana, a vinícola “Le Pianena cidade de Boca.

O segundo nariz aguçado foi o dos De Marchi que, depois de encherem os bolsos e bolsas com seu “Cepparello” venderam as vinhas toscanas e reativam a vinícola da família em Lessona.



O mais importante e último nariz, a cheirar e desembarcar no Alto Piemonte, foi o dos Giacomo Conterno (leia-se: Monfortino) que comprou, em 2018, “Nervi” a mais antiga vinícola (1906) da cidade.

Onde quero chegar com esta longa encheção de linguiça?

Quem puder comprar garrafas de Ghemme, Gattinara, Boca, Carema etc. compre agora, pois quando e se, Gaja ou outros predadores chegarem ...adeus.

Leia com atenção o que está acontecendo

Enquanto a “Travaglini” vende seu ótimo Gattinara por 20/25 Euros, a “Conterno-Nervi” não entrega o dele por menos de 55/65 Euros.



Travaglini, que não é idiota, percebeu que há infinitos enoloides adoradores de etiquetas caras e que se ele não aumentar seus preços pode sinalizar ao mercado, especialmente ao importador, que ele produz vinhos de 2ª ou 3ª categoria.

Ato contínuo, Travaglini, aumenta os preços e é seguido por todos os outros produtores.



A corrida ao Alto Piemonte já começou e quem puder estocar, compre, pois ainda é possível

 Enquanto isso veja o porquê da “fuga” para as vinhas do Alto Piemonte

Preço/hectare de alguma DOCG:


Barolo – 800mil / 2,5 milhões de Euros



Brunello – 400mil / 900mil Euros

Prosecco-Valdobbiadene 300mil / 450mil Euros.

Agora compare os preços do Etna e Alto Piemonte:

Encosta do Etna - 35mil /90mil Euros



,Gattinara Ghemme, Boca, Sizzano etc. – 40mil / 80mil Euros.


Dionísio....o róseo

   

sábado, 7 de janeiro de 2023

GHEMME II

 


Conclui, a primeira parte desta matéria, afirmando que, depois de ter encontrado e comprado, em um supermercado, um bom Champagne 1er Cru “Michel de Belvas”, por 24 Euros, outra garrafa despertou minha atenção: Ghemme “Santo Stefano” 2018.



Antes de continuar quero escrever um pouco sobre a aldeia Ghemme que empresta seu nome ao vinho.

Ghemme passaria totalmente ignorada e despercebida, assim como muitas outras aldeias do norte do Piemonte, não fossem duas importantes diferenças: Seu grande vinho e o “RICETTO”.



Vamos começar pelo “RICETTO”.

Os “ricetti”, que surgem na idade média entre os séculos XI e XIII, eram fortificações onde, em caso de assalto ou assédio, a comunidade se refugiava, não sem antes armazenar mantimentos, colheitas, animais (aves, ovinos, bovinos, caprinos) etc.



Os “ricetti” eram verdadeiros armazéns-fortalezas difíceis de conquistar.

Os “ricetti”, quase extensão das próprias aldeias, tinham autonomia e podiam abrigar toda a população, mas não por um período demasiadamente longo.

Há, espalhados pelo Piemonte, cerca de 200 “ricetti”, alguns praticamente em ruinas e outros em bom estado de conservação.



Os dois mais interessantes, que conheço, são o de Candelo, aldeia próxima a cidade de Biella, pátria do vinho Lessona e o de Ghemme.

O turista que escolher, como ponto de chegada à Itália, o aeroporto de Malpensa, deveria, dedicar um ou dois dias para visitar o Lago Maggiore e as cidades que o circundam (Arona, Sesto Calende, Stresa e Isola Bella, Pallanza, Intra, Cannobio), o Lago D’Orta a incrível Orta San Giulio, seu Sacro Monte e Isola del Silenzio.



Os enófilos deveriam, também, aproveitar a oportunidade para visitar Gattinara, Boca, Lessona, sem esquecer Ghemme, Candelo e seus belos e quase intactos “ricetti”.



Tenho certeza que os “ricetti”, de Candelo e Ghemme, deixarão boquiabertos os admiradores da arquitetura e história da idade média.

Dica turísticas dadas, recomendadas e …. Vamos, finalmente, ao nosso Ghemme “Santo Stefano 2018”.

O vinho “Ghemme” ganha a DOCG em 1997 e o disciplinar prevê a vinificação com um mínimo de 85% de uva Nebbiolo e até 15% de Vespolina e Uva Rara.

O disciplinar obriga, ainda, um afinamento de no mínimo 34 meses, 18 dos quais em toneis de carvalho.

A versão “Riserva” exige um afinamento mínimo de 46 meses, sendo que 24 em toneis de madeira.

O território vinícola do Ghemme se estende por cerca de 100 hectares todos localizados nos limites do município homônimo.



Pouco mais de uma dúzia de produtores disputam o mercado e é bom salientar que o “Ghemme Santo Stefano”, da vinícola “Lorenzo Zanetta”, não é a “estrela” da denominação e por esta razão e ainda bem, pode ser encontrado por preços humanos.



A garrafa, comprada no supermercado, custou 12 Euros.

Na próxima matéria responderei ao comentário do Ado: Bacco, antes que você continue a matéria, 12 euros foi um achado, pois os vinhos do Alto Piemonte também estão ficando caros e muitos, até desconhecidos, estão mais caros que Barolo e Barbaresco, mas óbvio que ainda se encontra ótimos vinhos na faixa de 20 a 30 euros. Na minha última viagem ao Piemonte em um restaurante em Stresa bebemos um Ghemme (Il Motto) 2010 da vinícola La Torretta que estava sensacional, tanto que no dia seguinte fomos até a vinícola e compramos uma caixa do 2012 que estava à venda. Fica a dica para você visitar

Bacco.