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sábado, 7 de janeiro de 2023

GHEMME II

 


Conclui, a primeira parte desta matéria, afirmando que, depois de ter encontrado e comprado, em um supermercado, um bom Champagne 1er Cru “Michel de Belvas”, por 24 Euros, outra garrafa despertou minha atenção: Ghemme “Santo Stefano” 2018.



Antes de continuar quero escrever um pouco sobre a aldeia Ghemme que empresta seu nome ao vinho.

Ghemme passaria totalmente ignorada e despercebida, assim como muitas outras aldeias do norte do Piemonte, não fossem duas importantes diferenças: Seu grande vinho e o “RICETTO”.



Vamos começar pelo “RICETTO”.

Os “ricetti”, que surgem na idade média entre os séculos XI e XIII, eram fortificações onde, em caso de assalto ou assédio, a comunidade se refugiava, não sem antes armazenar mantimentos, colheitas, animais (aves, ovinos, bovinos, caprinos) etc.



Os “ricetti” eram verdadeiros armazéns-fortalezas difíceis de conquistar.

Os “ricetti”, quase extensão das próprias aldeias, tinham autonomia e podiam abrigar toda a população, mas não por um período demasiadamente longo.

Há, espalhados pelo Piemonte, cerca de 200 “ricetti”, alguns praticamente em ruinas e outros em bom estado de conservação.



Os dois mais interessantes, que conheço, são o de Candelo, aldeia próxima a cidade de Biella, pátria do vinho Lessona e o de Ghemme.

O turista que escolher, como ponto de chegada à Itália, o aeroporto de Malpensa, deveria, dedicar um ou dois dias para visitar o Lago Maggiore e as cidades que o circundam (Arona, Sesto Calende, Stresa e Isola Bella, Pallanza, Intra, Cannobio), o Lago D’Orta a incrível Orta San Giulio, seu Sacro Monte e Isola del Silenzio.



Os enófilos deveriam, também, aproveitar a oportunidade para visitar Gattinara, Boca, Lessona, sem esquecer Ghemme, Candelo e seus belos e quase intactos “ricetti”.



Tenho certeza que os “ricetti”, de Candelo e Ghemme, deixarão boquiabertos os admiradores da arquitetura e história da idade média.

Dica turísticas dadas, recomendadas e …. Vamos, finalmente, ao nosso Ghemme “Santo Stefano 2018”.

O vinho “Ghemme” ganha a DOCG em 1997 e o disciplinar prevê a vinificação com um mínimo de 85% de uva Nebbiolo e até 15% de Vespolina e Uva Rara.

O disciplinar obriga, ainda, um afinamento de no mínimo 34 meses, 18 dos quais em toneis de carvalho.

A versão “Riserva” exige um afinamento mínimo de 46 meses, sendo que 24 em toneis de madeira.

O território vinícola do Ghemme se estende por cerca de 100 hectares todos localizados nos limites do município homônimo.



Pouco mais de uma dúzia de produtores disputam o mercado e é bom salientar que o “Ghemme Santo Stefano”, da vinícola “Lorenzo Zanetta”, não é a “estrela” da denominação e por esta razão e ainda bem, pode ser encontrado por preços humanos.



A garrafa, comprada no supermercado, custou 12 Euros.

Na próxima matéria responderei ao comentário do Ado: Bacco, antes que você continue a matéria, 12 euros foi um achado, pois os vinhos do Alto Piemonte também estão ficando caros e muitos, até desconhecidos, estão mais caros que Barolo e Barbaresco, mas óbvio que ainda se encontra ótimos vinhos na faixa de 20 a 30 euros. Na minha última viagem ao Piemonte em um restaurante em Stresa bebemos um Ghemme (Il Motto) 2010 da vinícola La Torretta que estava sensacional, tanto que no dia seguinte fomos até a vinícola e compramos uma caixa do 2012 que estava à venda. Fica a dica para você visitar

Bacco.

Um comentário: