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terça-feira, 30 de julho de 2024

ATÉ TU, VINHO VERDE?


Você já ouviu e leu essa história diversas vezes, mas ela continua acontecendo por aí.

A receita é simples: um produtor de uma região vinícola consagrada, em um país com séria produção vinícola, um dia acorda e ....“Meus vinhos são muito baratos. O que posso fazer para ter margens mais gordas, lucrativas? ”

 Foi assim com a Barbera “Bricco dell’Uccellone”, da vinícola Braida, no Piemonte.



 Foi assim com os Beaujolais, foi assim com incontáveis etiquetas de “Chianti Classico Riserva” que eram e ainda são, vendidos por preço de Brunello di Montalcino, enganaram vários eno-trouxas até encalharem nas prateleiras e depois vendidos a preço de banana em promoções.

  Alguns Cavas, também, enfrentaram crise de identidade quando resolveram aproximar seus preços aos ostentados pelas renomadas etiquetas dos bons Champagne.

Pois a praga se alastrou e chegou a um dos melhores vinhos simples que existem: o “Vinho Verde”.



 Em janeiro, voltando do Brasil para a Hungria, fiz uma escala em Lisboa e resolvi comprar uma garrafa de vinho verde, que sempre considerei o melhor “refrigerante” para combater o calor; infelizmente, são poucas as lojas húngaras que vendem o belíssimo vinho português daí minha decisão de levar na mala pelo menos um exemplar dos verdes, então fazia sentido escolher algo da região.



 Minha escolha recaiu sobre o “Reserva Azal e Pedernã” 2022, da “Quinta do Outeiro de Baixo”; não lembro o valor exato que desembolsei pela garrafa, mas creio ter sido algo próximo dos 12 euros.



  Pensei: “se os vinhos verdes são vendidos, nos  supermercados lusitanos  entre 5 e 8 euros, pagar menos de 15 euros, nos careiros duty free, não é um absurdo tão grande”.

 Num sábado,   com os termômetros de Budapeste registrando 35 graus, resolvi abrir, durante o almoço, o “Reserva Azal e Pedernã-Quinta do Outeiro de Baixo”.

  A garrafa, alta e esguia, como as dos melhores vinhos verdes, sugeria aquilo que há de melhor na região: frescor, leveza, uma “drinkability” altíssima e aquele efeito frisante que tanto apreciamos, mas ......não tinha nada e nenhuma lembrança disso.

A primeira e desagradável surpresa já aconteceu ao verter o vinho na taça: o vinho ostentava pronunciada cor amarela, mais associada a vinhos envelhecidos.



Pior: zero bolhas, zero frisante.

 Pensei em acusar armazenamento ruim, mas o duty free não é a Mistral e armazena os vinhos de forma adequada – sem contar que, sendo safra 2022, nem teria envelhecido tão rapidamente assim.

 Na boca, parecia um Prosecco, já à beira da sepultura, que há muitos anos tive o desprazer de beber.



 Mesmo se e quando comparado aos vinhos “comuns” portugueses, resultava uma tremenda bosta muito aquém até das garrafas boas e baratos pelas quais tenho o maior respeito: Alandra e Terras de Xisto



A “Quinta do Outeiro de Baixo” existe desde 1985, se orgulha de ter sido agraciada em várias premiações regionais e tem, em sua relação de etiquetas, alguns vinhos que parecem ser aqueles típicos verdes que tanto apreciamos.



 É pena, no entanto, terem desperdiçado uma parte de suas melhores terras para produzir um anti-vinho verde, uma aberração que, apesar de ter recebido um prêmio (como a página da vinícola menciona) e de ter uma nota alta no Vivino, não passa de uma frustrada tentativa de produzir, agregando-lhe a manjada e ridícula “Reserva”, um vinho mais caro, mais importante.



“Reserva Azal e Pedernã ”, “reserva” que nada acrescenta e muito engana, foi uma das piores garrafas portuguesas que já consumi.

Uma pena.

 


Até tu, vinho verde?

sábado, 20 de julho de 2024

GARIMPAR É PRECISO....

 


Nas últimas matérias, de Bacco e Bonzo, percebi uma leve, mas preocupante impressão de que ambos acreditam estar próximo e inexorável o declínio dos bons e velhos tempos dos pequenos, tradicionais e bons produtores e que suas heranças, tradições e culturas vinícolas, preservadas ao longo de muitos séculos, estão com os dias contados e se aproximam ao inexorável fim.

Será?



Medo, tenho sim, mas um relatório estatístico e uma garrafa de “Verdicchio dei Castelli di Jesi” me fizeram recuperar o otimismo, discordar dos dois amigos “pessimistas” e acreditar que o “Apocalipse Vinícolas” italiano, francês, espanhol, português, não está tão próximo, assim.


A “UVI” (Unione Italiana Vini) informa que, em 2000, no panorama vinícola italiano operavam nada menos do que 791.000 empresas e que, em 2023, restam “apenas” 225.000 delas.

O fim está próximo, então?



Não!

A “UVI” e continua informando que, apesar da impressionante diminuição numérica, as empresas que “sobreviveram “ estão mais estruturadas, a superfície média das propriedades vinícolas italianas, no mesmo período, passou de 0,7 hectares a 2,5 hectares e que o valor das exportações aumentou 165%.


Muitas pequenas e médias vinícolas foram compradas por investidores, estrangeiros e italianos que, pela própria natureza empresarial, visam apenas lucro rápido e fácil.

O charme do vinho chamou a atenção de um sem número de artistas, jogadores de futebol, influencers, etc. que nada entendem do assunto e desejam apenas aparecer nas etiquetas famosas de seus vinhos.



O vinho agrega charme, sofisticação, elegância ...... Já imaginaram o Brad Pitt produzindo suco de berinjelas ou de cenouras?

 Ataque por todos os lados, mas sobraram, ainda, 225.000 vinícolas na Itália (mesma realidade é encontrada na Espanha, Portugal França etc.)

 Uma das “sobreviventes”, a “Vignamato”, de quem jamais ouvira falar, produz um ótimo Verdicchio, em San Paolo di Jesi, na Região Marche.




Semana passada, em um bar da belíssima Bobbio, resolvi beber, antes do almoço, uma taça de vinho branco.

Um atencioso e competente garçom apresentou a carta de vinhos e continuou: “Abri agora mesmo uma garrafa de Verdicchio “Versiano”. O senhor quer provar? ”.



Conheço um considerável número de etiquetas, mas jamais ouvira, antes, nominar o “Versiano” da “Agricola Vignamato” e muito menos de seus vinhos.

Bingo!     Sempre considerei a Verdicchio uma das castas brancas mais importantes da Itália (outras são: Carricante, Timorasso, Garganega, Trebbiano, Fiano...), mas o “Versiano”, da Vignamato, me surpreendeu pela sua ótima qualidade e preço convidativo (Euro 10 a garrafa).



Bela cor amarelo palha, aromas complexos e intrigantes, ótima estrutura que sugere possa acompanhar até carnes não muito condimentadas.

Belo vinho, prova concreta que, apesar da invasão dos predadores, picaretas e dos modismos, sempre é possível beber muito bem sem estuprar o cartão, basta ter paciência e garimpar



La Vita è Bella......

Dionísio.

 

 

domingo, 14 de julho de 2024

UMA PRAGA CHAMADA PROSECCO

 


Produzir vinho foi, gradativamente, se transformando em um ótimo negócio haja vista quantas multinacionais investiram e continuam investido no setor.

O mais importante de tudo, para os modernos produtores de vinho, é o lucro; custe o que custar o lucro é o a meta a ser alcançada.

Tradição, cultura, amor à terra, a figura do viticultor suado, mãos sujas, calejadas, assando ao sol é coisa do passado, faz parte do folclore.



Hoje qualquer vinícola, mesmo a de médio porte, possui departamento comercial, de marketing, de propaganda, enólogo, etc. etc.

 Nada é deixado ao acaso, tudo é planejado e sempre com as antenas ligadas às tendências e mudanças no mundo do “Vinho-Moda”.




A moda é parkeriana? Vamos produzir vinho “marmelada.

A tendência pende para os vinhos biodinâmicos? Comprem todos os chifres e bostas de vacas disponíveis e vamos fingir que os produzimos



O eno-tontos querem vinhos “ânfora”? Contatem todas as olarias da região.

A mais nova e terrificante moda: “Uma Praga Chamada Prosecco”.

O Prosecco, com seus números estonteantes e que não param de crescer, fez borbulhar o coração de incontáveis novos “Dom Pèrignon” que, sem o mínimo escrúpulo, pudor ou vergonha, resolveram inundar o mercado com intragáveis e horríveis espumantes.



Em todos os cantos do mundo as bolhazinhas seduzem e alegram (será?) taças, mentes e corações ...

 Na Itália, pátria da “Uma Praga Chamada Prosecco”, de norte a sul, de leste a oeste, a “mania espumante” tomou conta do mercado vinícola.

 Milhares de etiquetas anunciam bolhas vinificadas com as mais inimagináveis e menos recomendadas uvas com a esfarrapada desculpa de que “Espumantizar” é preciso.......

Quando a vinícola encontra alguma dificuldade, ou não possui capacidade técnica para produzir espumantes, recorre às indústrias especializadas (há muitas).



Troca de ideias, quantidades desejadas, faixa de preço, qual uva e....Voilá: Branco, Rosè, método clássico (será?), Charmat ou Martinotti, não tem problema.... basta assinar o contrato e em poucos dias o novo “espumantista”  receberá seu borbulhante vinho embalado, etiquetado e pronto para inundar o mercado com mais uma tremenda bosta.

A farsa das bolhas falsas.

Na Itália há incontáveis vinícolas que, nos últimos anos, inseriram em seus catálogos pelo menos, um espumante.

Uma verdadeira “Torre de Babel” borbulhante Espumantes produzidos com uva nem sempre as mais indicadas: Cortese, Barbera, Bianchetta Genovese, Ribolla Gialla, Vermentino, Verdicchio, Pinot Bianco, Pinot Grigio, Grechetto, Priè Blanc de Morgex, Torbato, Pecorino, Sorbara, Manzoni, Malbec, Aglianico, Albarola, Greco, Malvasia, Garganega, Trebbiano, Falanghina, Susumaniello.......E se mais casta houvera, lá chegara.

 


Não é preciso dizer que a esmagadora maioria desses espumantes é deplorável, mas há algumas denominações, como Franciacorta, Trento, Oltrepò Pavese, Alto Adige, que revelam garrafas de boa e até ótima qualidade.

O resto é o resto......

Dois dos piores espumantes, que provei nos últimos tempos, são típico exemplo de como, de norte a sul, é possível produzir tremendas-bostas.

“Alta Langa", pomposa denominação que os piemonteses inventaram para doar um ar de seriedade e qualidade aos espumantes que são produzidos em vinhedos acima dos 500 metros, onde antes somente havia avelãs, pastagens e bosques, oferece algumas garrafas interessantes, mas uma infinidade de porcarias.



Uma delas: “Passe Partout Brut”, espumante vinificado, com uvas Chardonnay e Pinot Noir, pela vinícola Barberis, é um belo exemplo de como não se deveria abandonar o cultivo de avelãs para se dedicar às bolhas em terrenos que nunca revelaram, antes, vinhos importantes.



Fui convidado, pelo proprietário do bar “Sun-Flower”, de Santa Margherita, para degustar e em seguida opinar sobre o espumante “Passe-Partout” da vinícola  Barberis sediada em Cortemilla.

Consegui repetir o primeiro gole apenas para me certificar que estava, pela enésima vez, bebendo mais um espumante ,“Alta Langa”, de qualidade mais que discutível e que nunca voltaria a beber.

Mais uma coisa: O “Passe-Partout” custa tanto quanto o “Ferrari Brut” e não vale nem a metade....Fuja.



Do Piemonte, estremo norte da Italia, voei, nas asas do “L’Archetipo Sussumante”, espumante, rosé, realizado com uvas Susumaniello, para o sul da Bota e constatei que sempre é possível piorar o que já é ruim: O “L’Archetipo Sussumante” consegue ser pior do que o “Passe-Partout”.

O proprietário da “Vineria Macchiavello”, que adora “descobrir” novas garrafas , com o lamentável L’Archetipo Sussumante”,  conseguiu o impossível: Encontrar uma vinícola “Sadim” (Midas ao contrário) que consegui transformar uma ótima uva, Susumaniello, em um espumante tremenda-bosta.



Graças à “Uma Praga Chamada Prosecco” os enófilos de todos os cantos do planeta assistem, impotentes e estupefatos, a um verdadeiro tsunami de espumantes deploráveis.

Minha nova “missão”: encontrar tremendas-bostas e revelar suas identidades aos leitores de B&B.



Meu paladar que aguente....

Bacco

 

  

terça-feira, 9 de julho de 2024

TERROIR NOIR

 


Você acredita naquilo em que quer acreditar. 

Sábias palavras de um primo terra-planista após uma conversa (mais para briga) entre família onde discutimos sobre pessoas meio inteligentes que acreditam em políticos, deuses, ETs, career coaches; chegando em terroir.

 Meu primo acredita que o político de estimação dele é honesto e que não pertence a ‘’esquemas’’. 

 


Terroir é uma palavra francesa sem tradução em nenhum outro idioma.

Significa a relação mais íntima entre o solo e o microclima particular, que concebe o nascimento de um tipo de uva, que expressa livremente sua qualidade, tipicidade e identidade em um grande vinho, sem que ninguém consiga explicar o porquê.

Definição do guia Larousse.

 


Há séculos somos embromados com essa lorota do terraplanismo vinícola; o famigerado terroir.

Que venha o linchamento dos guerreiros de internet. 

 

Os franceses são mestres na arte do storytelling.

Se você dúvida, eu mostro como provas (além dos vinhos):

A: o mercado de luxo que atualmente tem a família mais rica do mundo que vende bolsas e relógios de gostos duvidosos por preços acima de fígado e rins humanos na dark web;  

B:  perfumes (nossa, Franca, o único país do mundo com capacidade para fazer perfumes bons); 


C: artigos de higiene pessoal com denominação de origem. Sim, somente a França tem terroir único para produzir alfazema, violeta, limão siciliano rosa, cravo, capim limão…ninguém mais tem essa capacidade.

 


D: Patisserie. Algo que existe por todo canto do planeta, mas os franceses querem que acreditemos que só eles sabem fazer croissant e pães.  

Mais de uma vez (e já são várias) eu degustei vinhos espumantes Canadenses de British Columbia que estavam simplesmente maravilhosos, empolgantes, o que propiciou uma boa conversa com meu vizinho (eu o julgo como ótimo winemaker, com experiência em vários países, regiões e estilos de vinhos).  



De maneira simples e objetiva (como fazem os que sabem da matéria), ele me falou novamente que fazer vinho bom fica muito por conta da técnica.

Muito mais que o tal terroir. 

O californiano do vinho também sofre da síndrome francesa e adora falar que o terroir do Russian River Valley é o único do mundo, abençoado, etc.



 Que sono. 

8 trilhões de combinações entre solo, clima, e tudo que gira ao redor disso (fungos, bactérias, pragas, doenças, logística, ressonância Schumann, parreiral sobre cemitério indígena com corpos enterrados há 5000 anos) mais o manejo da [e na] lavoura (poda, enxerto, adubação, controle disso, daquilo) propiciam o resultado final que sempre deve ser o mesmo, idealmente: uvas com acidez correta para o tipo de vinho desejado com o nível de açúcar ideal para uma boa fermentação.

 Ponto.  



Uma visita a bonita (mais para agradável que bonita) região de Okanagan Valley (atualmente bem chamuscada pelos incêndios) mostra que há nada especial para produção de uvas por lá, como altitude, conchas do mar no solo, lua dourada, ganso que voa de cabeça para baixo… 



Contrariando a ideia de terroir especial e impar da Borgonha, Champagne, Bordeaux, Barolo (homenagem ao dono do blog), eu já tomei vinhos muito especiais da Argentina, México, USA, Canada, África do Sul, Líbano, Geórgia, Hungria, Eslovênia, Austrália, Sicília, Sardegna, Córsega, Ilhas Canarias, Inglaterra, Uruguai, Macedônia, Grécia, e (que venha o linchamento) do Bananal (não considero o custo dos vinhos, mas a qualidade).

Guardo na memória afetiva com carinho muitos espumantes e poucos tintos/brancos da nossa ilha do Bananal.  

Lembrete aos haters: Uma coisa seria região propicia e com aptidão agronômica para a obtenção de uvas legais para vinho e outra seria o terroir, algo que por si só (de acordo com Asterix e Jean Napoleon) parece garantir sempre vinhos únicos, maravilhosos que também tem custos únicos e maravilhosos (para as megaempresas que os produzem e os vendem). 

 


Você acredita naquilo em que quer acreditar.

Eu acredito que ter esperanças é perda de tempo e que tentam nos passar para trás toda hora - com ótimos resultados. 

Bonzo

 

segunda-feira, 1 de julho de 2024

A MODA "PROSECCO"

 


Não sei exatamente quando, mas posso jurar que até os anos 1960 vinho era apenas vinho, custava pouco, raras vinícolas o engarrafavam, quase não havia etiquetas conhecidas, badaladas, cada região bebia seus próprios vinhos, ninguém sabia quem era o enólogo, não existiam sommeliers, jornalistas “especializados” críticos, influencers, divulgadores, ou outros espertinhos (picareta$?) de plantão.

Nos anos 1960 o vinho era bom, ou não....e nada mais.



Uma das primeiras “modas”, muito bem bolada, estudada e organizada, apareceu no início dos anos 1950, tomou forma e conheceu o sucesso, o “boom”, nos anos 1980/1990: Beaujolais Nouveau

Era o começo.... do fim.



Apareceram os críticos enológicos, cada nação produtora inventou seu “Parker”, nasceu a fatídica pontuação dos vinhos, o enólogo passou a ser figura indispensável, elevado ao olimpo, quase uma “estrela”, o mago das adegas.

 Outra figura importante, para o sucesso da “moda”, o sommelier, ditava regras, gostos, notas…começava, assim e então, a “escravização” das modas vinícolas e que até hoje imbeciliza a maioria dos enófilos.



A primeira e mais importante “contribuição”, do nascimento das modas, foi a impressionante elevação dos preços das garrafas e dos vinhedos.

Exemplo 1: Em 1955 uma garrafa de Barolo Borgogno custava 350 Liras que correspondem a atuais 5,45 Euros.

O mesmo Barolo, da mesma casa vinícola, custa, hoje, 40/50 Euros



Exemplo 2: Em 1966 um hectare de vinhas, para produção de Brunello di Montalcino, custava 1,8 milhões de Liras = 15.537 Euros atuais. O mesmíssimo hectare, hoje, não sai por menos de 500.000 Euros.

É o custo do “Vinho Moda”

Querem conhecer mais algumas modas que nos foram empurradas na..... goela abaixo?

Os “Supertuscans”, com seus Tignanello, Sassicaia, Solaia, Masseto etc., vinhos biodinâmicos, biológicos, naturais, garagem e finalmente a mais apavorante e longeva:  “Moda Prosecco”.



No ano 2000, 36 milhões de garrafas de Prosecco “invadiam” o mercado mundial.

Em 2022, “apenas” 650 milhões de garrafas, do patético espumante do Veneto e Friuli (já, já chegará até a Calábria) inundaram as taças dos que nada entendem de espumante

Para os eno-palermas basta que o vinho borbulhe, tenha uma ponta de doçura.

Por que classificar a “Moda Prosecco” a mais nefasta de todas?

A Prosecco-Mania há décadas “tortura” os paladares dos enófilos e não dá sinais de arrefecimento.



O Prosecco continua batendo recordes e mais recordes de vendas e, com seus números incríveis, incentivou incontáveis vinícolas, de todos os cantos do planeta, a produzir espumantes com qualquer uva, qualquer método e quase sempre de qualidade mais que duvidosa (Se alguém não acreditar em minhas palavras beba, se conseguir, duas taças do medonho “quase-Prosecco-Salton”)



No final, deu no que deu......”Sussumante” e “Barberis”.



Continua

Bacco