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segunda-feira, 1 de julho de 2024

A MODA "PROSECCO"

 


Não sei exatamente quando, mas posso jurar que até os anos 1960 vinho era apenas vinho, custava pouco, raras vinícolas o engarrafavam, quase não havia etiquetas conhecidas, badaladas, cada região bebia seus próprios vinhos, ninguém sabia quem era o enólogo, não existiam sommeliers, jornalistas “especializados” críticos, influencers, divulgadores, ou outros espertinhos (picareta$?) de plantão.

Nos anos 1960 o vinho era bom, ou não....e nada mais.



Uma das primeiras “modas”, muito bem bolada, estudada e organizada, apareceu no início dos anos 1950, tomou forma e conheceu o sucesso, o “boom”, nos anos 1980/1990: Beaujolais Nouveau

Era o começo.... do fim.



Apareceram os críticos enológicos, cada nação produtora inventou seu “Parker”, nasceu a fatídica pontuação dos vinhos, o enólogo passou a ser figura indispensável, elevado ao olimpo, quase uma “estrela”, o mago das adegas.

 Outra figura importante, para o sucesso da “moda”, o sommelier, ditava regras, gostos, notas…começava, assim e então, a “escravização” das modas vinícolas e que até hoje imbeciliza a maioria dos enófilos.



A primeira e mais importante “contribuição”, do nascimento das modas, foi a impressionante elevação dos preços das garrafas e dos vinhedos.

Exemplo 1: Em 1955 uma garrafa de Barolo Borgogno custava 350 Liras que correspondem a atuais 5,45 Euros.

O mesmo Barolo, da mesma casa vinícola, custa, hoje, 40/50 Euros



Exemplo 2: Em 1966 um hectare de vinhas, para produção de Brunello di Montalcino, custava 1,8 milhões de Liras = 15.537 Euros atuais. O mesmíssimo hectare, hoje, não sai por menos de 500.000 Euros.

É o custo do “Vinho Moda”

Querem conhecer mais algumas modas que nos foram empurradas na..... goela abaixo?

Os “Supertuscans”, com seus Tignanello, Sassicaia, Solaia, Masseto etc., vinhos biodinâmicos, biológicos, naturais, garagem e finalmente a mais apavorante e longeva:  “Moda Prosecco”.



No ano 2000, 36 milhões de garrafas de Prosecco “invadiam” o mercado mundial.

Em 2022, “apenas” 650 milhões de garrafas, do patético espumante do Veneto e Friuli (já, já chegará até a Calábria) inundaram as taças dos que nada entendem de espumante

Para os eno-palermas basta que o vinho borbulhe, tenha uma ponta de doçura.

Por que classificar a “Moda Prosecco” a mais nefasta de todas?

A Prosecco-Mania há décadas “tortura” os paladares dos enófilos e não dá sinais de arrefecimento.



O Prosecco continua batendo recordes e mais recordes de vendas e, com seus números incríveis, incentivou incontáveis vinícolas, de todos os cantos do planeta, a produzir espumantes com qualquer uva, qualquer método e quase sempre de qualidade mais que duvidosa (Se alguém não acreditar em minhas palavras beba, se conseguir, duas taças do medonho “quase-Prosecco-Salton”)



No final, deu no que deu......”Sussumante” e “Barberis”.



Continua

Bacco

23 comentários:

  1. Dados officials de inflacao de 1956 ate hoje: 3.200%. Multiplica o barolo de 1955 por 33 e veja qual seria o valor do vinho em 2024 corrigido. Perdeu valor e muito a apenas 40/50 por botiglia. Bacco Leitao, como jornalista economista continua sendo um bom bebedor de vinhos.

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    1. 5 euros a 2300% dão 165 euros. Você está dizendo que um vinho que era de consumo geral da população na década de 50 custava 165 euros? Sério? Mesmo hoje em dia 165 euros na Itália é preço de Barolos famosos. Impressionante achar que o vinho era 3x mais caro na década de 50.

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    2. O post envolve outros elementos, que se agregaram para encarecer o custo do vinho. Não me parece que uma tabela de correção monetária constitua oposição válida. Aliás, a inflação é variável, de moeda a moeda. Qual foi o parâmetro adotado no seu cálculo?

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    3. Inflação de 3.200% em qual país?

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    4. dados della inflazione Italiana. banco mundial. forte abraço.

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    5. O Banco Mundial errou ou vc leu errado. Acesse o link e veja que eu não chutei https://inflationhistory.com/it-IT/?currency=ITL&amount=0&year=1956

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    6. Money in Italy has lost 97% of its value since 1956
      Updated: June 12, 2024
      €100 in 1956 is equivalent in purchasing power to about €3,318.09 today, an increase of €3,218.09 over 68 years. The euro had an average inflation rate of 5.28% per year between 1956 and today, producing a cumulative price increase of 3,218.09%.

      fonte: Banco mundial, reclama la. Auguri.

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    7. ....e você peça para o ISTAT corrigir os dados estatísticos da bota

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    8. Fiz uns cálculos e.....estamos falando líguas diferentes, mas o resultado final é igual.
      Liras 350 + 3.218% = 11.263 : 2.000 (conversão , grosso modo, Lira -Euro) = 5,80

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    9. O ponto é que os vinhos eram (e ainda são, embora cada vez menos) um produto de consumo geral da populaçao dos países produtores. E eram por vários fatores culturais, mas também econômicos: os vinhos eram baratos e também, por essa razão, estavam na mesa diariamente. Mesmo vinhos de regiões hoje com preço médio elevado, como Barolo e Bordeaux, eram (e alguns ainda são) acessíveis. Claro, nem todo o vinho hoje caro era necessariamente barato no passado, pois isso depende de alguns fatores, como relevância no mercado e tamanho da produção. Um tokaji, que sempre teve fama, talvez não fosse barato no passado, pois era procurado pelas elites. O mesmo com o champagne. Mas esses não são vinhos do dia a dia. Uma vez eu conversei com um sr. de bordeaux que falava como nos idos de 60 era um hábito costumava comprar vinhos a granel em barricas, armazenar em casa e ir consumindo ao longo do ano. Esses mesmos vinhos passaram a ser engarrafados pelo produtor e progressivamente aumentaram de preço. Ele deu alguns exemplos, um deles era o Chateau Maucaillou, um bordeaux legal que custa uns R$ 550 no Brasil.

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    10. Aristenes, ainda temos milhões de litros de ótimos vinhos na europa e acolá de alto nível e ótimos preços. Alguns produtores se desenvolveram e se tornaram mais empresas que propriamente vovozinhos que faziam vinhos para serem vendidos a granel e hoje cobram luxo ou algo parecido porque ha plateia para tal. E as vezes nem consumidores são, mas investidores. E existe um mercado enorme ao redor dos indices...como estocagem, turismo, escola de sommerdiers, revistas e publicacoes, agentes fiduciarios, transporte, etc. Cada um que se vire como puder ou como quiser. Tem vinhos para todos bolsos e gostos e orelhas. Ficar remoendo passado não ajuda muito. Eu prefiro hoje, com zilhoes de opções a mais que antes. Em termos proporcionais os vinhos hoje estão em maior números melhores que antes.

      Tenho dito. Janjao Botelho.

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    11. Sim, Janjão Botelho, caro articulista da revista MAD, não discordo. Hoje em dia os vinhos são melhores e em maior oferta do que no passado. Apenas comentei o post do colega que sugeriu que um barolo custava caro na década de 50, o que, obviamente, não é uma verdade. Hoje temos vinhos de vários preços e eles continuam relativamente acessíveis, especialmente em países produtores. Mas é claro que houve uma alteração na forma como são consumidos das regiões produtoras com a mudança no mercado por esses fatotes que você mesmo apontou. Se é ruim ou bom, depende da perspectiva. Na desse sr. de Bordeaux de que falei, foi ruim, pois ele teve que parar de consumir os vinhos que comprava a granel e partir para outros. Na nossa perspectiva, que antes não teríamos acesso a esses vinhos, foi boa. É isso.

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  2. Olá, aqui fala seu amigo connoisseur.

    Reconheço que os prosecco nacionais não são os melhores que temos, mas não dá pra ser bom em tudo! Temos incríveis moscateis, Asti e outros tipos de espumante feitos no RS e na serra de Santa Catarina. Um primor! Experimentem o leve dulçor de um moscatel gaúcho e não ficarão desapontados. Tim Tim!

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    1. Não sabia que Asti havia se tranferido do Piemonte para o RS? Quando oconteceu a mudança? Pommard, Barolo, Porto, Montalcino, ,Soave, tabém estão afivelando as malas?

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    2. Só critica quem nunca bebeu um Casa Perini Asti Aquarela. Vinhaço!

      Tim Tim!

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    3. Para mim, não tem vinho brasileiro que pode receber o sufixo “aço”.

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  3. Para que ir pra Italia quando temos a toscana Brasileira?

    https://www.estadao.com.br/paladar/radar/toscana-brasileira-conheca-o-lugar-que-conta-com-uma-rota-incrivel-de-vinhos-azeites-e-queijos/

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    1. Estou aguardando o dia em que o Maranhão seja reconhecido como a Noruega Brasileira.......

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  4. Grande notícia! A ABS está com curso de formação de sommelier online por módicos R$3mil para o ciclo 1!! Bora se inscrever!!!

    https://abs-rio.com.br/cursos/formacao-de-sommeliers-e-profissionais-do-vinho-ciclo-i-2024-1-online/

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    1. Será que alguém faz???

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    2. Ttrouxa e caspa diminuem, mas nunca acabam, então.....

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    3. https://forbes.com.br/forbes-money/2024/07/vinho-pergola-lidera-vendas-no-brasil-pelo-10o-ano-consecutivo/

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    4. A prova cabal que o enófilo brasileiro é o grande, o maior, entendedor de vinhos tremendas-bostas

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