Não sei exatamente quando, mas posso jurar que até os anos
1960 vinho era apenas vinho, custava pouco, raras vinícolas o engarrafavam,
quase não havia etiquetas conhecidas, badaladas, cada região bebia seus
próprios vinhos, ninguém sabia quem era o enólogo, não existiam sommeliers,
jornalistas “especializados” críticos, influencers, divulgadores, ou outros
espertinhos (picareta$?) de plantão.
Nos anos 1960 o vinho era bom, ou não....e nada mais.
Uma das primeiras “modas”, muito bem bolada, estudada e
organizada, apareceu no início dos anos 1950, tomou forma e conheceu o sucesso,
o “boom”, nos anos 1980/1990: “Beaujolais Nouveau”
Era o começo.... do fim.
Apareceram os críticos enológicos, cada nação produtora
inventou seu “Parker”, nasceu a fatídica pontuação dos vinhos, o enólogo passou
a ser figura indispensável, elevado ao olimpo, quase uma “estrela”, o mago das adegas.
Outra figura
importante, para o sucesso da “moda”, o sommelier, ditava regras, gostos, notas…começava,
assim e então, a “escravização” das modas vinícolas e que até hoje imbeciliza a
maioria dos enófilos.
A primeira e mais importante “contribuição”, do nascimento das
modas, foi a impressionante elevação dos preços das garrafas e dos vinhedos.
Exemplo 1: Em 1955 uma
garrafa de Barolo Borgogno custava 350 Liras que correspondem a atuais 5,45
Euros.
O mesmo Barolo, da mesma casa vinícola, custa, hoje, 40/50 Euros
Exemplo 2: Em 1966 um hectare de vinhas, para produção de
Brunello di Montalcino, custava 1,8 milhões de Liras = 15.537 Euros atuais. O mesmíssimo
hectare, hoje, não sai por menos de 500.000 Euros.
É o custo do “Vinho Moda”
Querem conhecer mais algumas modas que nos foram empurradas na.....
goela abaixo?
Os “Supertuscans”, com seus Tignanello, Sassicaia, Solaia,
Masseto etc., vinhos biodinâmicos, biológicos, naturais, garagem e finalmente a mais
apavorante e longeva: “Moda Prosecco”.
No ano 2000, 36 milhões de garrafas de Prosecco “invadiam” o
mercado mundial.
Em 2022, “apenas” 650 milhões de garrafas, do patético
espumante do Veneto e Friuli (já, já chegará até a Calábria) inundaram as taças
dos que nada entendem de espumante
Para os eno-palermas basta que o vinho borbulhe, tenha uma
ponta de doçura.
Por que classificar a “Moda Prosecco” a mais nefasta de
todas?
A Prosecco-Mania há décadas
“tortura” os paladares dos enófilos e não dá sinais de arrefecimento.
O Prosecco continua batendo recordes e mais recordes de vendas
e, com seus números incríveis, incentivou incontáveis vinícolas, de todos os
cantos do planeta, a produzir espumantes com qualquer uva, qualquer método e
quase sempre de qualidade mais que duvidosa (Se alguém não acreditar em minhas
palavras beba, se conseguir, duas taças do medonho “quase-Prosecco-Salton”)
No final, deu no que deu......”Sussumante”
e “Barberis”.
Continua
Bacco
Dados officials de inflacao de 1956 ate hoje: 3.200%. Multiplica o barolo de 1955 por 33 e veja qual seria o valor do vinho em 2024 corrigido. Perdeu valor e muito a apenas 40/50 por botiglia. Bacco Leitao, como jornalista economista continua sendo um bom bebedor de vinhos.
ResponderExcluir5 euros a 2300% dão 165 euros. Você está dizendo que um vinho que era de consumo geral da população na década de 50 custava 165 euros? Sério? Mesmo hoje em dia 165 euros na Itália é preço de Barolos famosos. Impressionante achar que o vinho era 3x mais caro na década de 50.
ExcluirO post envolve outros elementos, que se agregaram para encarecer o custo do vinho. Não me parece que uma tabela de correção monetária constitua oposição válida. Aliás, a inflação é variável, de moeda a moeda. Qual foi o parâmetro adotado no seu cálculo?
ExcluirInflação de 3.200% em qual país?
Excluirdados della inflazione Italiana. banco mundial. forte abraço.
ExcluirO Banco Mundial errou ou vc leu errado. Acesse o link e veja que eu não chutei https://inflationhistory.com/it-IT/?currency=ITL&amount=0&year=1956
ExcluirMoney in Italy has lost 97% of its value since 1956
ExcluirUpdated: June 12, 2024
€100 in 1956 is equivalent in purchasing power to about €3,318.09 today, an increase of €3,218.09 over 68 years. The euro had an average inflation rate of 5.28% per year between 1956 and today, producing a cumulative price increase of 3,218.09%.
fonte: Banco mundial, reclama la. Auguri.
....e você peça para o ISTAT corrigir os dados estatísticos da bota
ExcluirFiz uns cálculos e.....estamos falando líguas diferentes, mas o resultado final é igual.
ExcluirLiras 350 + 3.218% = 11.263 : 2.000 (conversão , grosso modo, Lira -Euro) = 5,80
O ponto é que os vinhos eram (e ainda são, embora cada vez menos) um produto de consumo geral da populaçao dos países produtores. E eram por vários fatores culturais, mas também econômicos: os vinhos eram baratos e também, por essa razão, estavam na mesa diariamente. Mesmo vinhos de regiões hoje com preço médio elevado, como Barolo e Bordeaux, eram (e alguns ainda são) acessíveis. Claro, nem todo o vinho hoje caro era necessariamente barato no passado, pois isso depende de alguns fatores, como relevância no mercado e tamanho da produção. Um tokaji, que sempre teve fama, talvez não fosse barato no passado, pois era procurado pelas elites. O mesmo com o champagne. Mas esses não são vinhos do dia a dia. Uma vez eu conversei com um sr. de bordeaux que falava como nos idos de 60 era um hábito costumava comprar vinhos a granel em barricas, armazenar em casa e ir consumindo ao longo do ano. Esses mesmos vinhos passaram a ser engarrafados pelo produtor e progressivamente aumentaram de preço. Ele deu alguns exemplos, um deles era o Chateau Maucaillou, um bordeaux legal que custa uns R$ 550 no Brasil.
ExcluirAristenes, ainda temos milhões de litros de ótimos vinhos na europa e acolá de alto nível e ótimos preços. Alguns produtores se desenvolveram e se tornaram mais empresas que propriamente vovozinhos que faziam vinhos para serem vendidos a granel e hoje cobram luxo ou algo parecido porque ha plateia para tal. E as vezes nem consumidores são, mas investidores. E existe um mercado enorme ao redor dos indices...como estocagem, turismo, escola de sommerdiers, revistas e publicacoes, agentes fiduciarios, transporte, etc. Cada um que se vire como puder ou como quiser. Tem vinhos para todos bolsos e gostos e orelhas. Ficar remoendo passado não ajuda muito. Eu prefiro hoje, com zilhoes de opções a mais que antes. Em termos proporcionais os vinhos hoje estão em maior números melhores que antes.
ExcluirTenho dito. Janjao Botelho.
Sim, Janjão Botelho, caro articulista da revista MAD, não discordo. Hoje em dia os vinhos são melhores e em maior oferta do que no passado. Apenas comentei o post do colega que sugeriu que um barolo custava caro na década de 50, o que, obviamente, não é uma verdade. Hoje temos vinhos de vários preços e eles continuam relativamente acessíveis, especialmente em países produtores. Mas é claro que houve uma alteração na forma como são consumidos das regiões produtoras com a mudança no mercado por esses fatotes que você mesmo apontou. Se é ruim ou bom, depende da perspectiva. Na desse sr. de Bordeaux de que falei, foi ruim, pois ele teve que parar de consumir os vinhos que comprava a granel e partir para outros. Na nossa perspectiva, que antes não teríamos acesso a esses vinhos, foi boa. É isso.
ExcluirOlá, aqui fala seu amigo connoisseur.
ResponderExcluirReconheço que os prosecco nacionais não são os melhores que temos, mas não dá pra ser bom em tudo! Temos incríveis moscateis, Asti e outros tipos de espumante feitos no RS e na serra de Santa Catarina. Um primor! Experimentem o leve dulçor de um moscatel gaúcho e não ficarão desapontados. Tim Tim!
Não sabia que Asti havia se tranferido do Piemonte para o RS? Quando oconteceu a mudança? Pommard, Barolo, Porto, Montalcino, ,Soave, tabém estão afivelando as malas?
ExcluirSó critica quem nunca bebeu um Casa Perini Asti Aquarela. Vinhaço!
ExcluirTim Tim!
Para mim, não tem vinho brasileiro que pode receber o sufixo “aço”.
ExcluirPara que ir pra Italia quando temos a toscana Brasileira?
ResponderExcluirhttps://www.estadao.com.br/paladar/radar/toscana-brasileira-conheca-o-lugar-que-conta-com-uma-rota-incrivel-de-vinhos-azeites-e-queijos/
Estou aguardando o dia em que o Maranhão seja reconhecido como a Noruega Brasileira.......
ExcluirGrande notícia! A ABS está com curso de formação de sommelier online por módicos R$3mil para o ciclo 1!! Bora se inscrever!!!
ResponderExcluirhttps://abs-rio.com.br/cursos/formacao-de-sommeliers-e-profissionais-do-vinho-ciclo-i-2024-1-online/
Será que alguém faz???
ExcluirTtrouxa e caspa diminuem, mas nunca acabam, então.....
Excluirhttps://forbes.com.br/forbes-money/2024/07/vinho-pergola-lidera-vendas-no-brasil-pelo-10o-ano-consecutivo/
ExcluirA prova cabal que o enófilo brasileiro é o grande, o maior, entendedor de vinhos tremendas-bostas
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