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segunda-feira, 25 de abril de 2022

BOICOTE

  
O mundo vinícola brasileiro é o paraíso da piada pronta, da picaretagem e da predação.

O incontrolado e incontrolável surgimento de vinícolas, em todo o território nacional, faz lembrar o aparecimento dos cogumelos na estação chuvosa: Pipocam em todos os cantos e em quantidades impressionantes.


Seria bom, seria ótimo, se as novas empresas (as antigas já estão demasiadamente “viciadas” e irrecuperáveis) chegassem ao mercado com o intuito e desejo de produzir vinhos bons e acessíveis e não preocupadas, apenas, com marketing, propagandas enganosas e preços exorbitantes.

Um caso típico, exemplar? GUASPARI.

A Guaspari se transformou, em menos de 15 anos, de vinícola desconhecida e artesanal em uma das mais badalas e caras produtoras de vinhos do Brasil.

Há caneta$ que não cansam de elogiar e glorificar os vinhos da predadora paulista.

 Investindo pesado, em caneta$ de vida fácil, a Guaspari conseguiu “convencer”, os enoloides do Brasil, que seu Pinot Noir vale três vezes mais do que um Pommard 1er Cru

Veja:


GUASPARI TERROIR - PINOT NOIR 2017

Safra: 2017
Uva(s): Pinot Noir
Maturação: 14 meses em barricas de carvalho francês
Corpo: Leve
Teor alcoólico:14%

MAIS DETALHES

R$628,00 (118 Euros)

 


CHÂTEAU DE SAINT ROMAIN POMMARD 1ER CRU 2014

NOUVEAUTÉ

Région : Bourgogne

Appellation : Pommard 1er cru

Domaine : Château de Saint Romain

Couleur : Rouge

Contenance (cl) : 75

Référence : 72914

2014

 36,00 € (R$ 190)

A pergunta: Será que a Guaspari conseguiria vender, na França, para os franceses, seu Pinot Noir por 118 Euros?

Outra pergunta: Será que o francesinho, que resolveu beber um bom vinho, vai deixar de compram uma bela garrafa de Pommard 1er Cru por 36 Euros e optar por um Pinot Noir, da Guaspari vinificado na Serra da Mantiqueira, por 118 Euros?

A resposta deveria ser dada pelas caneta$ de aluguel contratadas pela predadora de Espirito Santo dos Pinhais.

Todas as vinícolas nacionais parecem perseguir a mesma e única meta: Ter em seu catalogo, pelo menos, uma etiqueta com preço exorbitante, irreal, indecente.

A última piada pronta que me contaram: Luiz Argenta “Merlot Uvas Desidratadas R$ 891,00. (168 Euros)

A predadora do Sul consegue uma proeza ímpar: Produzir, em terras gaúchas, um “MERLOTONE” (Amarone de uvas Merlot).

 A proeza não se limita ao“Merlotone”: A Luiz “Argentária” lasca um preço que faria morrer de raiva 99,9% dos produtores de Negrar e vizinhanças.

Qual a razão?

O preço médio do Amarone, na Itália, oscila entre 20/50 Euros e apenas uma pequena parcela de produtores se atreve exibir garrafas de 80/100 Euros.

Há, como sempre, os “ídolos” dos abonados....

Os ícones, idolatrados pelos enoloides, são “Dal Forno” e “Quintarelli”.

Garrafas de Quintarelli e Dal Forno, todavia, jamais serão vistas em mesas “italianas”.

Beber vinhos com 15/16º de álcool em países tropicais é o fim da picada.

Mas o que fazer, então, com os picaretas das garrafas?

Boicotar!

Vinhos nacionais, ”tremendas-bostas”, vendidos por preços de causar inveja aos produtores franceses, portugueses, espanhóis, italianos etc. devem ser, sim, boicotados.  

Boicotando, sistematicamente, quem sabe em um futuro não tão distante, Miolo, Valduga, Guaspari, Geisse, Carraro, Milantino, Bueno, Pericó, Bettú, Tormentas, Pizzato, Don Laurindo etc. (que souber mais, acrescente…) parem de tentar transformar nossos traseiros em seus exclusivos parques de diversões.


Dionísio

PS. A Guaspari não assalta nossos bolsos apenas com seus vinhos, a Guaspari nos sodomiza, também com o café

Vejam.

 

CAFÉ ESPECIAL GUASPARI - EM GRÃOS (250G)

O café especial Guaspari 86 pontos é fruto de uma safra excepcional de grãos da variedade Catuaí Vermelho colhidos manualmente de microlotes selecionados. O resultado foi uma produção limitada de aproximadamente 1.000 unidades de um café único que apresenta um sabor cítrico com um toque adocicado de mel e notas de amêndoas. Em boca possui corpo denso, cremoso e com boa acidez. Trata-se de um café de alta complexidade com um final longo e agradável.

Tipo: 100% arábica
Notas aromáticas: Chocolate e Frutas Vermelhas
Acidez : Cítrica e Marcante
Variedade(s): Catuaí Vermelho
Torra: Média
Altitude: 1.200m

MAIS DETALHES

R$48,00

 

1 Quilo = R$ 192,00 

Dionísio


sexta-feira, 22 de abril de 2022

JUIZ BEBUM 2

 


Impossível recordar, classificar, julgar qualidades e defeitos de 19 vinhos em uma degustação de pouco mais de 2 horas.

Quando leio ou vejo os “experts” brasileiros degustando, julgando, anotando aromas, sabores, classificando centenas e centenas de vinhos, em eventos de duvidosa seriedade, corro à farmácia para renovar meu estoque de Plasil....

Há eventos em que os “jurados-em vão” provam, em apenas dois dias, 700-800 e até 1.000 etiquetas.


Picaretagens puras e descarados caça-níqueis em bocas livres.

De todos os vinhos, degustados, na “Vineria Macchiavello”, lembro apenas dois: Champagne: “Cuvée Operis Blanc de Blancs Brut Prestige Grand Cru”, da vinícola Louis Massing e o ”Cuvée Brut Blanc de Noir Grand Cru” da vinícola Fromentin Leclapart.


Poderia descrever muitos outros, inventando dezenas de aromas e sabores, remotas sensações, recônditas sutilezas etc. mas deixo o ridículo papel aos “jurados-em-vão” de nosso picadeiro vinícola.



O “Cuvée Operis Blanc de Blancs Brut Prestige Grand Cru” é vinificado pela Louis Massing de Avize (Avize é um prestigioso Grand Cru da Champagne).

100% Chardonnay, o “Cuvée Operis” afina um mínimo de 48 meses “sur lies”.

Muito equilibrado, fino, no nariz apresenta aromas florais e de brioche.

 Na boca é fácil perceber leves notas amanteigadas, agradável acidez além de esbanjar elegância e coroar o final com boa persistência.

O mais interessante, acreditem, e o preço: O Champagne Louis Massing, “Cuvée Operis Blanc de Blanc Brut Prestige Grand Cru” custa pouco mais de 34 Euros.

Você, que comprou um Valduga 130 Blanc de Blanc, e pagou, nada insignificantes, R$ 199,00 (38 Euros), não perca as esperanças…. Não é o único assaltado do Brasil.

O “Cuvée Brut Blanc de Noir Grand Cru”, da Fromentin Leclapart, é um Champagne 100% Pinot Noir.


A Fromentin Leclapart é uma pequena vinícola familiar, fundada em 1925 que após quatro gerações é guiada, hoje, por Jean Baptiste Leclapart.

A propriedade da família se estende por 5 hectares, todos localizado na encosta meridional da “Montagne de Reims”, no município de Bouzy.

O Blanc d Noir Grand Cru”, da Fromentin Leclapart, doa ao nariz interessantes notas florais e cítricas.


Na boca se apresenta rico, harmonioso, leves percepção de leveduras e com sutis nuances aromáticas.

Belo Champagne que custa 38 Euros.

Caríssimo enófilo, você que comprou um espumante da Valduga, por R$ 199 e teve uma crise de nervos, não sorria quando souber que um outro apreciador de bolhas foi hipnotizado pelo marketing dos Mandrakes-Geisse e adquiriu um espumante Cave Geisse 2011 Brut, por sodomíticos R$920,00 (173 euros)

 Contenha o riso pois o infeliz já entrou em depressão.

Bacco

terça-feira, 19 de abril de 2022

JUIZ BEBUM

 

Segunda feira fria, chuvosa, triste….. clima quase invernal.

O abril, de Santa Margherita, não queria, teimosamente, abrir os braços à primavera.

Nenhuma notícia alvissareira, nenhum compromisso, nenhuma viagem programada, restaurantes quase todos fechados, nas ruas, semidesérticas, escassos e silenciosos turistas parecendo zumbis tentavam inutilmente encontrar uma “salvadora” pizzeria.......só me restava beber.

 Lentamente, mas decidido, percorri os 300 metros que separam minha casa da aconchegante “Vineria Macchiavello”.

A “Vineria Macchiavello” é dos raros bares da cidade que serve taças de bons Champagne e sem assaltar os bolsos dos enófilos.

Ao abrir a porta do bar, uma surpresa: “Telefonei algumas vezes, mas você não respondeu. Estamos degustando alguns Champagne e vamos escolher os que serviremos no próximo verão. Queríamos que você participasse”.

Enrico e Valeria da “Vineria Macchiavello”, Elisa e Matteo, do restaurante “Angolo 48”, Francesco, do restaurante “Beppe Achilli” e Andrea, sommelier da “Vineria”, estavam iniciando a degustação de Champagne e vinhos franceses importados pela “Passion France”.

Sem mais delongas, me aproximei do grupo, peguei a taça que fora oferecida e iniciei a maratona alcoólica.

Se alguém perguntar o porquê da “maratona” devo esclarecer que, naquela tarde-noite, degustamos nada menos do que 12 Champagne, 1 Saint-Vèran, 2 Santenay, 1 Chassagne-Montrachet, 1 Meursault, 1 Chablis e 1 Sancerre.

Uma pequena pausa para esclarecimentos....

Jamais entendi e sempre condenei uma das “manias” dos enófilos brasileiros: A confraria.

Acho que as confrarias são, na realidade, encontros semanais, quinzenais ou mensais, em que amigos se reúnem para encher a cara.

A quantidade de garrafas, consumidas nas “confrarias”, sempre é exagerada e nenhuma “sentença” de juiz-bebum é digna de respeito.

Depois do quarto ou quinto copo ninguém tem condições de degustar e opinar com seriedade.

Você perguntará: “Após 19 vinhos provado   em que estado estavam, então, os participantes da degustação promovida pela Passion France? ”

Apesar de todos beberem com muita moderação e jogarem no balde a maior parte dos vinhos servidos (um participante não desprezou nem uma gota sequer…), já na decima taça o volume das risadas atingiu níveis altíssimos, uma das “degustadoras” não conseguia falar sem balbuciar, o banheiro foi tomado de assalto e eu, ao retornar para casa, nem percebi que a abundante chuva me ensopava sem piedade.

Algum sóbrio?

Apenas os dois importadores e Enrico Valle, proprietário da “Vineria”, que fingiram beber.

Se eu comentasse os vinhos, degustados naquela ocasião, estaria cometendo uma desonestidade intelectual, igual o pior, do que aquelas que nossos profissionais, sommeliers, especialistas, críticos, influenciadores etc. praticam em suas maratonas etílicas.

Um dos mais renomados “degustadores-profissionais-picaretas” do Brasil é Marcelinho-Pão-e-Vinho-Copellinho.

Copellinho já se vangloriou de ter provado, em um ano, nada menos do que 5.000 etiquetas.



Uma rápida conta matemática nos leva a um impressionante resultado: Marcelinho teria mandado goela abaixo nada menos do que 13,65 vinhos por dia.

Imaginem a língua, paladar, nariz (fígado? Nem pensar...) do Copellinho no 35º dia......

Marcelinho, não possui, kriptoníticos poderes; Marcelinho é um simples mortal e, assim como eu e todos os outros integrantes da degustação na “Vineria Macchiavello”, depois de 40 minutos de libações não saberia distinguir um Chardonnay de um Aligoté.


Para poder entender melhor o que acontece com um “juiz-bebum” basta rever o vídeo onde, em um de seus melhores momentos, o Copellinho nos brida com mais um impagável vexame.

Nosso juiz-bebum transforma o Chardonnay “Sibaris’ no melhor tinto do novo mundo e muda a pronúncia do vinho “Lávico” que, em sua alcoolizada mente, se transforma em “Levico”.

https://www.youtube.com/watch?v=hZAXusWWmis

Na próxima matéria comentarei apenas os dois Champagne dos quais me recordo e informarei os preços dos vinhos degustados.

Inacreditáveis!

Bacco

sábado, 9 de abril de 2022

SPRITZ CARLOS GARDEL

 

Quem leu as últimas matérias, pulicadas no blog, pode ter sido induzido a acreditar que somente no Brasil o setor vinícola é dominado por quadrilhas de espertalhões e picaretas.

Errado!

Em todos os cantos do mundo há espertalhões e picaretas especializados em tentar enganar, de todas formas e maneiras, os enófilos menos experientes.

Na França, Itália, Portugal, Espanha, Chile, Argentina etc. os produtores não são exatamente ilibadas vestais ....

 Lá, como cá, quando os picaretas encontram uma brecha, tentam ludibriar os consumidores mais desavisados.

Uma coisa, porém, é certa; é muito mais fácil enganar enófilos de países sem tradições vinícolas, culturais e de consumo, exatamente como o Brasil, do que, por exemplo, Portugal.

Um dado gritante: O brasileiro consome apenas e ridículos 2 litros de vinho/ano e o português, pasmem, consome mais de 45 litros/ano.

A pergunta: É mais fácil enganar o enófilo brasileiro ou o Português?

Voltado aos picaretas......

Leio e releio, quase sem poder acreditar, que a LVMH, gigante no mundo do vinho, moda, perfumes, hotéis etc., está lançando, no mercado europeu, um novo produto: “Chandon Garden Spritz”.

Até aí, pensei, nada de extraordinário, afinal, quem produz alguns dos piores Champagne do mercado, pode tranquilamente e impunemente, engarrafar muitas outras porcarias.

A picaretagem aparece, todavia, quando se avança na leitura.

O “Spritz”, aperitivo símbolo do “Made in Italy”, se espalhou e é sucesso em todos os cantos do planeta.

O componente principal, do cocktail, é o italianíssimo Prosecco, Prosecco que, adicionado a um “Bitter” (Aperol, Campari ou outro da mesma família), doa vida ao “Spritz”.

O “casal”, Prosecco-Bitter, é sucesso mundial há décadas e não dá sinais de cansaço ou fraqueza.

O lançamento da Chandon fez aceder uma luz de alerta e torcer o nariz dos produtores de Prosecco.

Os viticultores, do espumante italiano, sabem que a palavra “Spritz” vale ouro (calcula-se que, em 2020, o faturamento do Prosecco-Spritz tenha alcançado nada desprezíveis 4,3 bilhões de Euros) e não estão dispostos a entregar ou dividir mercados.

A entrada da oportunista e vivaldina, Chandon, no mercado dos cocktails, não deveria, todavia, e em minha opinião, assustar os viticultores de Valdobbiadene, Conegliano, Jesolo e arredores.

Sabem com o que e onde é produzido o “Chandon Garden Spritz”?

O “Chandon Garden Spritz” nasce da união de um vinho frisante argentino, produzido em Mendoza e de um bitter obtido através da maceração de laranjas amargas.

É o “Spritz Carlos Gardel”

Os dois ingredientes são engarrafados e juntos seguem tentando conquistar o mercado.

Uma conquista, creio, difícil.

Um espumante argentino, amalgamado a um bitter de laranja, não é exatamente um irresistível apelo de consumo e não provocará, creio, nem cócegas ao “Prosecco Spritz”.

Além de uma origem nada recomendável, empolgante e de qualidade duvidosas, o “Chandon Garden Spritz” encontrará mais um obstáculo para se firmar no mercado: O preço.

A garrafa do “Chandon Garden Spritz”, da predadora francesa LVMH, custará nada módicos 19 Euros.

É sempre bom alertar os leitores que com 23/25 Euros compro, na Europa, inúmeros Champanhe 1er Cru, daí.....

O “Chandon Carlos Gardel Spritz”, quando servido em taças nos bares, custará 8/10 Euros, ou seja, mais que o dobro do Spritz “Made in Italy” que pode ser consumido, em todos os cantos da Europa, por 3/4 Euros.

Como se já não bastasse o horrível “Prosecco Spritz” a espertalhona LVMH vai poluir, mais ainda, as taças europeias com “Spritz Carlos Gardel”.

HELP!

Vamos fazer uma aposta?

Eu aposto que uma das inúmeras predadoras picaretas tupiniquins lançará, ainda em 2022, o “Segundo Melhor Spritz do Mundo” (e mais caro, também)

Bacco

quarta-feira, 6 de abril de 2022

A ABS E O KIT DIARREIA

 


A velha e mumificada AB$ se reapresenta, em sua nova fase pos-covid, tentando sair de seu proverbial estado letárgico e voltar à vida.

Não adianta..... A AB$ continua se comunicando em sânscrito e para uma plateia de terraplanistas.

A AB$ é rainha do eno-atraso.

Depois da “…. Volta em grande estilo”, do GD 109 (veja a matéria “https://baccoebocca-us.blogspot.com/2022/03/a-abs-continua-mesma-2.html) a AB$ São Paulo promove um “Curso Básico de Vinhos”, mas adivinhe onde?

Não adivinhou?

Em São Roque e pasmem, na Vinícola Góes uma das maiores engarrafadoras de quase-vinhos-tremendas-bostas do Brasil

Inacreditável!

O mais inacreditável, ainda, e que o enófilo-cobaia, para engolir as tremendas-bostas da Góes, deverá desembolsar nada menos do que

R$ 1.500.

Confesso ser a primeira vez que assisto a vítima pagar o algoz pela  tortura.   

Uma associação que se declara, angelicamente, A Associação Brasileira de Sommelier é uma entidade sem fins lucrativos, que tem por objetivo a difusão da cultura do vinho mente duas vezes

1º lucra, sim! Indiretamente, com grana por baixo do pano, doações de garrafas, viagens, mordomias, bocas-livres e.…cursos picaretas.

“…difusão da cultura do vinho”? Ministrando cursos com os quase-vinhos da Góes? Qual cultura do vinho se pode esperar bebendo quase-vinhos da Góes?


O desavisado “eno-14-neuronios”, que participar do Góes-Eno-Suplício, nunca mais será o mesmo e revoltado voltará correndo para os copos de cachaça e de cerveja.

A AB$ deveria se envergonhar de patrocinar uma picaretagem, como a anunciada, para o mês de maio e que custa R$1.500.

Dionísio

PS. A AB$ informa: Nos R$1.500 da inscrição cada participante receberá, inteiramente grátis, o “KIT DIARREIA”:

 24 comprimidos de Imosec, 4 rolos de papel higiênico, 24 fraldas geriátricas, 12 bermudas anti-vazamento, 2 Spray de 400 ml Bom Ar Lavanda

 


segunda-feira, 4 de abril de 2022

ENO MANDRAKES E OS 24 NEURÔNIOS

 


O Brasil não é somente o paraíso dos “Quase-Vinhos”, o Brasil é a terra prometida, o Éden dos Mandrakes das garrafas.

Os Eno-Mandrakes são aqueles que, com um gesto da mão, olhar agudo, muita picaretagem e a ajuda de canetas de vida fácil, conseguem criar um mundo irreal, ilusório, no qual uma normal garrafa de vinho nacional, em um passe de mágica, alcança valores superiores aos de renomadas e consagradas etiquetas francesas, espanholas, portuguesas italianas etc.

 Não é difícil encontrar, nas prateleiras das enotecas brasileiras, garrafas que custam 50% ,60%, 100% e até 400% do salário mínimo nacional

Os nomes dos Eno-Mandrakes são conhecidos, notórios.

 Eis os mais vorazes: Miolo, Valduga, Carraro, Milantino, Bettú, Geisse, Vallontano, Pizzato, Don Laurindo, Boscato, Guaspari, Peterlongo, Marco Luigi, Argenta (quem lembrar de mais alguns, não se acanhe, revele)

Praticamente todos os produtores nacionais estão cursando ou já se diplomaram na “Escola Mandrake de Eno-Ilusionismo”.

 Os nossos valorosos e abnegados industriais do vinho perceberam que, além dos consumidores “14 Neurônios”, há um interessante, e nada desprezível número de otários, com 24 eno-neurônios, que podem ser facilmente seduzidos, convencidos de que o Brasil é realmente a terra prometida das vinhas e dos vinhos.

 Um exemplo clássico?

O GD 109 da AB$ divulgou vinhos caríssimos, provenientes da Serra da Mantiqueira, os considera de altíssima qualidade e os recomenda aos incautos.


O GD 109 não é o único conivente com os “Eno-Mandrakes” há uma lista enorme de caneta$ que, com a vigarice que as caracteriza, tentam convencer, os portadores de  “24 eno-neurônios”, que o Brasil, do sul ao norte, do Leste ao nordeste e centro-oeste, é a nova terra prometido das parreiras e dos vinhos.

 Já há, pasmem, muito que acreditam que o Brasil produz vinhos comparáveis e até superiores aos da Borgonha, Bordeaux, Piemonte, Douro etc. e paga, sem pestanejar, verdadeiras fortunas por garrafas quase sempre ridículas.

Os 10 mais famosos “Eno-Mandrake”?

1º Bettu

2º Milantino

3º Geisse

4º Miolo

5º Lidio Carraro

6º Don Laurindo

7º Valduga

8º Pizzato

9º Marco Luigi

10º Bueno Wines


Os “Eno-Mandrakes”, listados, são alguns dos maiores especialistas em eno-ilusionismo que conseguiram se destacar na “arte” de sodomizar o consumidor brasileiro.

B&B vai revelar ao público qual a especialidade e técnica “mandrakiana” de muitos deles.

O FENÔMENO “BETTU”

Vilmar Bettu é, provavelmente, o mais completo “Eno-Mandrake” do Brasil.

Em pouco mais de 20 anos, o aposentado engenheiro mecânico da Serra Gaúcha, conseguiu ser reconhecido, endeusado, aclamado pelos enoloides: “Mago das Vinhas”.

O Vilmar criou um interessante personagem

Bettu se apresenta, no palco de sua propriedade, risonho, simples, bonachão, mas não é nada disso: Bettu é um perfeito e refinado “Eno-Mandrake” que, além de produzir quase 100 etiquetas, provenientes de uvas desde Isabel (argh) até Nebbiolo, consegue vender seus líquidos engarrafados, pasmem, por até                 R$ 5.000.

O segredo?

Vocês conhecem o velho golpe “Boa-Noite-Cinderela”?

Aquele que em que a vítima, dopada, perde a consciência e a carteira?

Pois bem, o Bettu “inventou” o “Boa-Noite-Neurônios”

A vítima é recebida, cordialmente, pelo ex mecânico que oferece uma taça de seu “Reserva-Especial-24-Neurônios”.

Uma taça, duas taças, três taças......Na quarta taça o visitante sucumbe já entregue ao “Boa-Noite-Neurônios”.

O resto é moleza: Com apenas 24 neurônio, ainda ativos e íntegros, o palerma não hesita em entregar seu cartão ao melífluo “Eno-Mandrake” que cobra o quanto quer pelas garrafas.

É sempre bom lembrar que, se há fortes necessidades de caixa, nosso genial “Eno-Mandrake” gaúcho pode estuprar o cartão do “24-Neurônios” em até R$ 5.000 por uma garrafa de Cabernet Sauvignon.


Para se ter uma ideia da força do “Boa Noite Neurônios” e bom lembrar que pelo mesmo preço, do Cabernet Sauvignon de nosso “Eno-Mandrake”, um palerma abonado francês leva para casa uma garrafa Château Cheval Blanc e um enoloide italiano coloca em sua adega 4 ampolas de Sassicaia.


A Anvisa ainda elogiará a iniciativa de nossos “Eno-Mandrakes” que, ao meter a mão no bolso do consumidor, colaboram para preservar a saúde dos brasileiros limitando ao máximo o consumo de vinho no Brasil.

Dionísio o "abstinente"

Continua