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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

A VINHA DE LEONARDO DA VINCI

 

Leio, que o magnata francês, Bernard Arnault, um dos homens mais ricos do planeta, que entre outras coisinhas é proprietário da Veuve Cilcquot, Krug, Moet & Chandon, Ruinart, Château D’Yquem, Bulgari, Louis Vuitton, Fendi, Tiffany etc. etc. etc., estendeu, mais uma vez, seus tentáculos e adquiriu, bem no centro de Milão, a secular “Casa degli Atellani”.



Alguém perguntará: “...e daí? Qual a importância de mais uma casa em Milão para um sujeito que possui uma fortuna de 140 bilhões de Euros? ”.

Importa e importa muito.

Um pouco de história.



A “Casa degli Atellani” foi construída no século XV a mando de Ludovico Maria Sforza, mais conhecido pela alcunha de Ludovico il Moro.

Ludovico il Moro foi duque e senhor absoluto de Milão de 1480 a 1499.

Em 1490, Ludovico il Moro, doa a magnífica residência a Giacometto di Lucia dell’Atella.

 Oito anos mais tarde, em 1498, Ludovico presenteia Leonardo Da Vinci com uma vinha, de 8.000 m², localizada nos fundos da Casa degli Atellani.



Ludovico il Moro, além do pagamento pactuado, brindou Leonardo Da Vinci com o precioso vinhedo a título de agradecimento após ele ter concluído, em 1498, mais uma de suas obras primas:      “A Última Ceia”.



Da Vinci se revela felicíssimo com o presente, mas, em 1500, com a derrota de Ludovico il Moro, que é deportado e encarcerado pelo rei da França, acha oportuno abandonar Milão.

O vinhedo é confiscado, assim como todas as recentes doações de Ludovico il Moro.

Em 1506 Da Vinci é convidado, por Carlos II d’Amboise, a retornar e concluir algumas obras que deixara incompletas, em Milão



Leonardo aceita o convite, mas com uma condição: A restituição, sem ônus algum, de sua vinha milanesa.

As condições são aceitas, o artista retorna à cidade, termina suas obras e deixa, definitivamente, Milão em 1513.

Leonardo viaja para Roma e depois para França onde morrerá em 1519.

O carinho que o gênio nutria pela vinha era notório e antes de viajar, Leonardo, confiou o vinhedo aos seus mais estreitos e fieis colaboradores com a promessa de mantê-lo em perfeitas condições.



Quatro séculos mais tarde, no início dos anos 1900, o arquiteto Luca Beltrami, importante estudioso de Leonardo Da Vinci, após incansáveis buscas, encontrou a localização exata da vinha, mas foi somente em 2015, depois de escavações e pesquisas, que os técnicos da Facoltà di Scienze Agrarie dell’Università di Milano”, encontram algumas raízes de parreiras no local.



 O DNA, das raízes encontradas, comprovou que a “Malvasia di Candia” havia sido a casta original da vinha de Leonardo.



No mesmo ano foram replantadas, no local, mudas de Malvasia di Candia e primeira vindima foi realizada em 2018.

 As uvas foram colhidas e depois vinificadas na “Cascina Alessia”.



 O vinho, da primeira safra, foi engarrafado em 330 decanters que serão leiloados em várias etapas.

  Os três primeiros decanters já foram leiloados e alcançaram o astronômico preço de 8.000- 10.000-10.000 Euros respectivamente.



Quem tiver Euros sobrando, quiser conhecer a “ Casa degli Atellani” e a “Malvasia di Milano” ou “Vino di Leonardo”, poderá visitar ou se hospedar na histórica residência.


Endereço:  Corso Magenta nº 65

Tel. 39- 373 5289922     

Bacco

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

ORGULHO INÚTIL

 

Leio um artigo em que o cronista comemora, com indisfarçável ufanismo, a produção de espumantes que, no Brasil, atingiu   “fantásticos” 30,5 milhões de litros.

O ufanismo, do colunista, é tão grande, impávido e colosso que, não contente em comunicar o “extraordinário” número alcançado na produção, vai além e informa que foram exportadas, em 2021, imponentes 935 mil garrafas de nosso soberbo espumante.



Soberbo, sim, pois, a revista comunica, com justificado e incontido orgulho, que nossas “bolhas” ganharam nada menos do que 300 medalhas em concursos espalhados pelo planeta.

Ao ler a matéria, até o fim, fiquei em dúvida se deveria sorrir, chorar ou vomitar, assim, para prevenir, tomei um Plasil.......



A matéria, em questão, saiu na revista da Embrapa

A Embrapa é uma empresa reconhecidamente séria e muito competente quando o assunto é agricultura, pecuária, mas quando se aventura no mundo do vinho faz rir, ou melhor, chorar.



Já é mais do que sabido e comprovado que as medalhas conquistadas, pelos espumante nacionais, em concursos fajutos, são religiosamente pagas e dever ser vistas como piadas requentadas, de mau gosto e beirando o ridículo.

Um dado, apenas um, desmonta a seriedade e validade destes concursos: A “Decanter World Wine Awards” distribui, todos os anos, quase 15.000 "merdalhas", aos participantes de seu certame.

No “campeonato” são premiados, além dos brasileiros, os famosíssimos vinhos do Azerbaijão, Bolívia, Chipre, Índia, Japão, Cazaquistão, Marrocos, México, Tailândia, Turquia etc...



O ufanismo da Embrapa, então, é ridículo, dispensável.

Se a história das “merdalhas” é risível, o orgulho dos números é patético.

Respirar fundo, estufar o peito ao declarar que Os espumantes brasileiros alcançaram impressionantes 30,3 milhões de litros comercializados no País..... ”  e “Os espumantes nacionais têm conquistado os consumidores mundiais. A exportação alcançou os 935 mil litros em 2021, 21% a mais do que em 2020”, é acreditar que o enófilo brasileiro é um perfeito imbecil.

A Embrapa não divulga que os 10 maiores importadores de espumantes nacionais são: 1º Paraguai, 2º Estados Unidos,         3º Japão, 4º China, 5º Reino Unido, 6º Cuba, 7º Chile, 8º Angola,
9º Uruguai, 10º Bolívia.



É bom lembrar que o Paraguai, sozinho, é responsável por 60% das exportações de vinhos brasileiros.

A revista, ao comemorar os fantásticos números, alcançados pelos nossos espumantes, esquece de comentar e comparar algumas cifras interessantes como e por exemplo, os da produção de Crémant, na França



Os espumante “Crémant”, molham as gargantas dos franceses com nada ridículas 84 milhões de unidades que, somadas aos 322 milhões das de Champagne, perfazem um total 406 milhões de borbulhantes garrafas gálicas.

Se os números franceses já pulverizam e envergonham os do Brasil, o que dizer dos italianos?

 Os viticultores da Bota inundaram o mercado, em 2021, com quase 1 bilhão (970 milhões) de garrafas.



 O ufanismo verde amarelo não sobreviveria e seria motivo de riso com o anúncio de que, somente nas festas deste final de ano, os italianos “estourarão” nada menos do que 95 milhões de garrafas de espumante.

Os italianos esvaziarão 100 vezes mais garrafas, em uma semana, do que o Brasil exportou em um ano.



As ridículas tentativas de divulgar notícias alvissareiras, para nos incutir orgulho e tentar nos iludir que somos uma potência vinícola, se esgarçam na primeira pesquisa “Google”.

Uma informação importante, esta sim, nunca divulgada: O Brasil produz alguns dos piores vinhos do planeta (Chapinha, Mioranza, Canção, Pérgola, Sangue de Boi, Góes, Catafesta, Cantina da Serra etc.) e também os mais caros for levado em conta o fator “custo qualidade”.

CAVE GEISSE 2013 BRUT


R$ 748,00

Esqueçamos os quase vinhos....melhor divulgar nossas verdadeiras excelências: Havaianas, Cachaça, Café, Cacau, Carne Bovina, Soja, Embraer, Frangos, Açúcar....



Dionísio

 

 

domingo, 18 de dezembro de 2022

RIGATONI ALLA CENERE

 


A razão e segredo, do sucesso da culinária italiana está na enorme variedade de escolha dos ingredientes, simplicidade e facilidade no preparo da maioria de suas receitas.

A pizza, o prato mais famoso e consumido do planeta, está presente em Napoli, Hanói, Denver Itumbiara, Dublin, Ushuaia, Santo Domingo: Em todas as cidades há uma “pizzeria”.




Se a pizza é bem preparada, ou menos, é outra história, mas com farinha de trigo, água, sal, azeite, tomate, queijo, é possível preparar um prato barato, simples, gostoso e nutriente.

Outro prato clássico, e barato (nem sempre) é a “macarronada” que os italianos teimam em chamar: “pasta”



Pasta al Sugo, Amatriciana, Ragù, Cacio e Pepe, Carbonara, Vongole, Frutti di Mare, Arrabiata, Puttanesca, Pesto....Ha uma infinidade de massas para todos os gostos e muitas vezes desgostos....

Desgosto, quando a massa é malcozida (vira papa), preparada horas antes e requentada antes de servir, repleta dos mais variados ingredientes (suruba), e outras barbaridades praticadas por cozinheiros que, de culinária italiana, não entende porcaria nenhuma.



Semana passada, no menu de um restaurante em Bossolasco, aldeia da Alta Langa (Piemonte), encontrei uma massa que não comia há muitos anos: “Penne alla Cenere” (Penne Cinzentas).

Fique tranquilo... não há cinzas na massa, mas são os ingredientes que doam, ao macarrão, uma cor quase cinzenta, daí o nome “cenere”.

Massa simples, de rápido preparo, de ótimo sabor e uma interessante alternativa à manjada “macarronada à bolonhesa”.

PASTA ALLA CÉNERE



Ingredientes para 4 pessoas: 300gm de macarrão curto (penne, fusilli, rigatoni, farfalle....)

300ml de creme de leite fresco

 200gm de queijo Gorgonzola ou similar (encontrar a Gorgonzola original não é tarefa fácil, utilizei, então, um queijo azul alemão, mas o Cruzilia também satisfaz)



200gm de azeitonas pretas

Sal, pimenta do reino.

Preparo:

O preparo é simples, rápido.

 Aconselho iniciar, então, colocando abundante água para ferver.

Enquanto a água atinge a ebulição, com uma faca pique finamente as azeitonas (se não tiver muita paciência utilize o mixar) e guarde.



Ao final da “operação azeitona” a água já deverá ter fervido .... Adicione um punhado de sal e junte o macarrão.

Enquanto a “pasta” cozinha “al dente” (a que utilizei previa 13 minutos de fervura) derrame em uma caçarola, ou frigideira de bordas altas, o creme de leite e o Gorgonzola em pequenos pedaços.



Acenda o fogo baixo, esquente o molho sem deixar alcançar a fervura, mexa, com uma colher, até o Gorgonzola derreter por completo (o molho deverá adquirir uma aparência e consistência cremosa) e junte as azeitonas picadas.



Quando o macarrão estiver “no ponto”, coe, jogue na panela, do creme de leite e Gorgonzola, misture bem e sirva.

 “Pasta alla Cenere” uma massa simples, mas sensacional.

Para beber?



Um Valpolicella , Bardolino, Grignolino ou um outro vinho “leve”

Bacco.

 

 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

GAVI TUFFO

 

Uma rápida olhada e não menos rápida contagem, me convenceram que meu estoque de vinho branco precisava de reforço.

Consultei o céu e deduzi que a meteorologia, daquele dia, não reservaria grandes preocupações.



 Um belo passeio, pelas vinhas de Gavi, à procura de algumas boas garrafas, seria mais que oportuno e gratificante

Já comentei, várias vezes, que um dos meus vinhos prediletos, do dia-dia, é o Gavi “Minaia” da vinícola Nicola Bergaglio.



O “Minaia” é um dos melhores vinhos, custo-qualidade, que eu conheço e, quem quiser mais informações.......https://baccoebocca-us.blogspot.com/2013/09/gavi-minaia-bergaglio.html

Estrada tranquila, pouco trânsito, nenhum engarrafamento…

Às 10,30 estacionei o carro bem no portão de entrada da adega dos Bergaglio, em Pedaggeri, distrito de Gavi.

Um leve toque na campainha e quem atendeu, prontamente, foi Diego, filho de Gianluigi Bergaglio.



Diego não é exatamente um sujeito loquaz.

 Para extrair de sua boca algumas frases, além daquelas que ele considera estritamente necessárias, seria preciso usara uma tenaz......

Diego é o paradigma da loquacidade e simpatia piemontesa.... 

Algumas poucas informações sobre o tempo, safra, saúde e, como de costume, um total de 12 garrafas de “Minaia” 2021, 2019, 2017, foram acomodadas no porta-malas do meu carro.



Tivemos que aumentar um pouco os preços para compensar a elevação dos custos do vidro e embalagem”.

Diego, quase mortificado, anunciou que o preço, da garrafa de “Minaia”, fora majorado em 0,50 centavos de Euro

Sem maiores problemas concordei em pagar 5,50 Euros e, após rápidas saudações, recomendar lembranças ao pai, fiz inversão de marcha e tomei o caminho de volta.

Caminho de volta, sim, mas não sem antes parar para beber algumas taças de Gavi no meu bar preferido da cidade: “Gelateria Bar Matteo”.



Bem na praça central da cidade, o “Bar Matteo” oferece uma boa e variada seleção de etiquetas locais por 3 Euros a taça que sempre vem acompanhada de petiscos (salame, presunto, queijo, batatinhas etc.).

Matteo, o proprietário, me ofereceu uma taça de “Villa Sparina” que prontamente recusei (o Gavi Villa Sparina, assim como o La Scolca, é “vinho-griffe” para os eno-tontos).



“Gostaria de beber um Gavi que ainda não conheço.... Algo novo?

Matteo, prontamente respondeu: “Novo no mercado, não, mas há um que recém adicionei à carta”

Rápida saída e o barman retornou com uma garrafa de “Tuffo” (mergulho, em italiano).



Nunca provara nem conhecia o “Tuffo” e confesso que estava curioso e ansioso para dar o primeiro gole.

Taça ao nariz e.. Explosão de aromas cítricos, ervas aromáticas e floreais.

Na boca muito equilibrado, fresco, elegante e um final surpreendente longo com toque de amêndoas.

Antes de terminar a taça já havia decidido que algumas garrafas de Gavi “Tuffo” fariam companhia ao “Minaia”, de Nicola Bergaglio, no porta-malas do carro



Matteo, feliz com minha aprovação e entusiasmo, prontamente forneceu o endereço e indicou o caminho mais rápido para alcançar a “Azienda Agricola Morgassi Superiore” produtora do belíssimo Gavi DOCG “Tuffo”.

Bebi mais uma taça, entrei no carro e antes do almoço já estava na porta da belíssima “Azienda Agricola Moragassi Superiore” onde fui recebido por Alessandro Rastero “capo cantiniere” (chefe da adega) da vinícola.



Alessandro me proporcionou uma breve visita pela adega e sala de degustação da “Morgassi”.

 Depois de uma alegre “briga’ por desconto, que Alessandro não concedeu, 12 garrafas, de “Tuffo” 2021, foram fazer companhia às de “Minaia” no porta-malas.

Alessandro, duro na queda, não baixou nem um centavo e acabei pagando 7 Euros pelo “Tuffo”,

 O “capo cantiniere” em um rasgo de generosidade resolveu me presentear com uma garrafa de “Volo” (Voo, em português)

“Volo”, o Gavi top da vinícola, diferentemente do “Tuffo”, que afina por 4 meses em garrafa, permanece em contato com leveduras por 9 meses e afina por outros 6 em garrafa.



Devo confessar que o “Volo”, que custa “salgados” 9 Euros, não me agradou.

Sem a frescor, a leveza e as belas notas cítricas do “Tuffo”, o “Volo” é vinificado para ser um vinho complexo, importante, mas não alcança o objetivo.

O “Volo” dá a nítida impressão de ser um vinho de um enólogo que adora adega e esquece as vinhas......



Apenas 8 km, percorríveis em menos de 15 minutos, separam Serravalle Scrivia e seu famoso “outlet”, de Gavi e seus ótimos vinhos.

Depois de gastar, uma grana preta, com sapatos, bolsas, camisas, tênis etc.de Dolce e Gabbana, Gucci, Prada, Armani, Nike, Versace, Hugo Boss etc., junte os raros Euros que sobraram, vá até Gavi e encha o porta-malas de “Minaia” e ‘Tuffo”....

A dica é grátis..... Não precisa agradecer



Bacco.

PS. É sempre bom lembrar que uma garrafa do ridículo vinho “Vale da Pedra”, da Guaspari, custa R$ 152.

 Os ótimos “Minaia” e “Tuffo” custam, respectivamente e apenas, R$ 31 e R$ 39.......

A vida, do enófilo brasileiro, é uma merda....

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

BARBARESCO GRIFFE

 


Sempre tive grandes reservas e desconfianças dos vinhos produzidos pelas cooperativas vinícolas.

Grande quantidade rima com baixa qualidade.

Uvas vindimadas sem o mínimo cuidado na seleção, cachos colhidos em diversos estágios de maturação, vinificação massificadas e a toque de caixa etc., são alguns dos problemas que contribuem para a produção de milhões de garrafas deploráveis.


A “Cooperativa de Vincho e Vaglio Serra” não apresenta os problemas acima elencados.

Apesar de algumas concessões, adotadas nos últimos anos, vinificando ridículos Pinot Noir, Chardonnay, Viognier, Sauvignon e outras castas francesas, a vinícola não abdicou da qualidade de seus Barbera.



O “I Tre Vescovi”, que pode ser encontrado, nas enotecas italianas, por 7/11 Euros, se apresenta com bela cor rubi, ao nariz revela aromas complexos e elegantes onde é facilmente perceptível a presença de especiarias, na boca é uma festa... muito equilíbrio, persistência e uma grande estrutura.

Recomendo com entusiasmo o Barbera “I Tre Vescovi” e, como de costume, abomino as tremendas bostas afrancesadas que a “Cooperativa Vinchio e Vaglio Serra” resolveu e teima vinificar.

Outra cooperativa, de grande respeito e que não se rendeu ao canto das sereias francesas (Chardonnay, Sauvignon, Pinot Noir, Merlot e cia.) é a “Produttori del Barbaresco”.



A “Produttori del Barbaresco” nasce no distante século XIX, fecha as portas em 1920 e as reabre, graças ao pároco da aldeia, Don Fiorino Marengo, em 1958.

Don Marengo ressuscita a cooperativa reunindo 19 viticultores locais, funda a “nova” Produttori del Barbaresco” e adota o lema “ ...pela qualificação e garantia do Barbaresco”.



Desde então e até hoje, a “Produttori del Barbaresco” vinifica apenas e somente uva Nebbiolo.

Os vinhos produzidos são: Nebbiolo Langhe DOC, Barbaresco DOCG e Barbaresco Riserva DOCG.

Todos os “Riserva” são vinificados com uvas provenientes dos Crus: Asili, Rabajà, Rio Sordo, Ovello, Montestefano, Pajé, Muncagota, Montefico, Pora.



Quem já teve, assim como eu, a oportunidade de beber um Montestefano, Rio Sordo, Pora, Asili, Rabajá, Orvello (não provei, ainda, o Pajé, Muncagota Montefico) não notará diferenças significativas nas taças dos “Barbaresco-Griffe” que ostentam preços 5-6 e até 10 vezes superiores.

Vamos simplificar.....

Exemplo 1:  Uma garrafa de “Barbaresco Riserva Asili” da “Produttori del Barbaresco” custa 45/50 Euros.



Exemplo 2: Uma garrafa de Barbaresco Pajé, da famosa vinícola Roagna, custa 200/270 Euros.



Exemplo 3: Uma garrafa de “Barbaresco Riserva Asili” Bruno Giacosa custa 400/500 Euros.



Exemplo 4: Uma garrafa de Barbaresco Gaja “San Lorenzo” custa de 450/600 Euros.



Algumas informações: 1 kg de uva Nebbiolo da Barbaresco oscila entre 2,74 a 3,40 Euros.

Será que o Bruno Giacosa, que já faleceu, conseguiu santificar suas vinhas e doar celestial qualidade a seus cachos a tal ponto que seu Barbaresco custe 1.000% a mais do que o “Asili” dos “Produttori del Barbaresco”?

O Cru Asili tem uma superfície total de 2,28 hectares (20.280 m²) É sempre bom lembrar que as parreiras do Giacosa distam apenas 30 metros das vinhas dos “Produttori del Barbaresco”.



Será que eno-tonto adora encher a carteira (o certo seria outro substantivo...) dos produtores famosos?



A resposta deverá ser enviada somente após a degustação e comparação honesta das duas etiquetas.

Bacco