Uma rápida olhada e não menos rápida contagem, me convenceram
que meu estoque de vinho branco precisava de reforço.
Consultei o céu e deduzi que a meteorologia, daquele dia, não
reservaria grandes preocupações.
Um belo passeio, pelas
vinhas de Gavi, à procura de algumas boas garrafas, seria
mais que oportuno e gratificante
Já comentei, várias vezes, que um dos meus vinhos prediletos,
do dia-dia, é o Gavi “Minaia”
da vinícola Nicola Bergaglio.
O “Minaia” é um dos melhores
vinhos, custo-qualidade, que eu conheço e, quem quiser mais informações.......https://baccoebocca-us.blogspot.com/2013/09/gavi-minaia-bergaglio.html
Estrada tranquila, pouco trânsito, nenhum engarrafamento…
Às 10,30 estacionei o carro bem no portão de entrada da adega
dos Bergaglio, em Pedaggeri, distrito de Gavi.
Um leve toque na campainha e quem atendeu, prontamente, foi
Diego, filho de Gianluigi Bergaglio.
Diego não é exatamente um sujeito loquaz.
Para extrair de sua
boca algumas frases, além daquelas que ele considera estritamente necessárias, seria
preciso usara uma tenaz......
Diego é o paradigma da loquacidade e simpatia
piemontesa....
Algumas poucas informações sobre o tempo, safra, saúde e, como de costume, um total de 12 garrafas de “Minaia” 2021, 2019, 2017, foram acomodadas no porta-malas do meu carro.
Diego, quase mortificado, anunciou que o preço, da garrafa de “Minaia”, fora
majorado em 0,50
centavos de Euro
Sem maiores problemas concordei em pagar 5,50
Euros e, após rápidas
saudações, recomendar lembranças ao pai, fiz inversão de marcha e tomei o
caminho de volta.
Caminho de volta, sim, mas não sem antes parar para beber
algumas taças de Gavi no meu bar preferido da cidade: “Gelateria Bar Matteo”.
Bem na praça central da cidade, o “Bar Matteo” oferece uma boa
e variada seleção de etiquetas locais por 3 Euros a taça que sempre vem acompanhada
de petiscos (salame, presunto, queijo, batatinhas etc.).
Matteo, o proprietário, me ofereceu uma taça de “Villa
Sparina” que prontamente recusei (o Gavi Villa
Sparina, assim como o La Scolca, é “vinho-griffe” para os eno-tontos).
“Gostaria de beber um Gavi que ainda não
conheço.... Algo novo?
Matteo, prontamente respondeu: “Novo no mercado, não, mas há um que recém adicionei
à carta”
Rápida saída e o barman retornou com uma garrafa de “Tuffo” (mergulho, em italiano).
Nunca provara nem conhecia o “Tuffo” e confesso que estava curioso e ansioso para dar
o primeiro gole.
Taça ao nariz e.. Explosão de aromas cítricos, ervas aromáticas
e floreais.
Na boca muito equilibrado, fresco, elegante e um final
surpreendente longo com toque de amêndoas.
Antes de terminar a taça já havia decidido que algumas
garrafas de Gavi “Tuffo” fariam companhia ao
“Minaia”, de Nicola Bergaglio, no
porta-malas do carro
Matteo, feliz com minha aprovação e entusiasmo, prontamente
forneceu o endereço e indicou o caminho mais rápido para alcançar a “Azienda Agricola Morgassi Superiore” produtora do belíssimo Gavi DOCG
“Tuffo”.
Bebi mais uma taça, entrei no carro e antes do almoço já
estava na porta da belíssima “Azienda Agricola Moragassi Superiore” onde fui
recebido por Alessandro Rastero “capo cantiniere” (chefe da adega) da vinícola.
Alessandro me proporcionou uma breve visita pela adega e sala
de degustação da “Morgassi”.
Depois de uma alegre
“briga’ por desconto, que Alessandro não concedeu, 12 garrafas, de “Tuffo” 2021,
foram fazer companhia às de “Minaia” no porta-malas.
Alessandro, duro na queda, não baixou nem um centavo e acabei pagando 7 Euros pelo “Tuffo”,
O “capo
cantiniere” em um rasgo de generosidade resolveu me presentear com uma garrafa
de “Volo” (Voo, em português)
“Volo”, o Gavi top da vinícola,
diferentemente do “Tuffo”, que afina por 4 meses em garrafa, permanece em
contato com leveduras por 9 meses e afina por outros 6 em garrafa.
Devo confessar que o “Volo”, que custa “salgados” 9 Euros, não me agradou.
Sem a frescor, a leveza e as belas notas cítricas do “Tuffo”, o
“Volo” é vinificado para ser um vinho complexo,
importante, mas não alcança o objetivo.
O “Volo” dá a nítida impressão de ser um vinho de um enólogo
que adora adega e esquece as vinhas......
Apenas 8 km, percorríveis em menos de 15 minutos, separam Serravalle Scrivia e
seu famoso “outlet”, de Gavi e seus ótimos vinhos.
Depois de gastar, uma grana preta, com sapatos, bolsas,
camisas, tênis etc.de Dolce e Gabbana, Gucci, Prada, Armani, Nike, Versace,
Hugo Boss etc., junte os raros Euros que sobraram, vá até Gavi e encha o
porta-malas de “Minaia” e ‘Tuffo”....
A dica é grátis..... Não precisa agradecer
Bacco.
PS. É sempre bom lembrar que uma garrafa do ridículo vinho “Vale da Pedra”, da Guaspari, custa R$ 152.
Os ótimos “Minaia” e “Tuffo” custam, respectivamente e apenas, R$ 31 e R$ 39.......
A vida, do enófilo brasileiro, é uma merda....
No Brasil, se bebe imposto e margem
ResponderExcluirTá mais para esgoto.
ExcluirPandora não conhecia o produtor de vinho brasileiro, “percamos a esperança “..
ResponderExcluirBacco, se tiver disposição para mais uma matéria antes das festividades, por favor gostaria de uma com a mais saborosa opção de vinho de sua experiência para esses pratos: leitoa assada, bacalhau de panela ( com batatas, cebolas e ovos), paleta de cordeiro assado e sobremesas como pannacotta e pudim. Muito obrigado
ResponderExcluirRecomendo , para seu almoço, ou jantar: Barbera , para as carnes, um belo Encruzado para acompanhar o bacalhau e para as sobremesas um bom Moscato d'Asti e.....dois ou três Xenical , finalmente e antes de dormir, Rosuvastatina 10mg.
ResponderExcluirÓtimo rsrs! Obrigado
ExcluirBacco, e o Gavi Michele Chiarlo você conhece. Lembro que você falou bem desse produtor em outra matéria.
ResponderExcluirMuito bom! Comentei o Gavi do Chiarlo "Fornaci di Tessarolo" nesta matéria https://baccoebocca-us.blogspot.com/2013/10/fornaci-di-tessarolo-1995.html
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