Feliz o tempo em que era possível comprar os grandes tintos
piemonteses, Barbaresco e Barolo, por 20/30 Euros e os soberbos brancos da
Borgonha por valores quase humanos.
Hoje, por menos de 40/50 Euros, encontrar um bom tinto, das
“Langhe”, é quase um milagre e um milagre sempre mais improvável....
A produção total, duas DOCG piemontesas, se aproxima dos 17
milhões de garrafas sendo que 20% vai para a exportação (é bom lembrar que a
Miolo, com seus 16 milhões de garrafas de quase vinho, produz quase a mesma
quantidade dos 280 produtores de Barolo e Barbaresco).
Muita procura + baixa produção = preços em constante elevação.
B&B sempre procurou indicar bons vinhos sem que os bolsos
dos enófilos fossem estuprados.
A “fuga” sistemática das etiquetas badaladas e premiadas, o
desprezo pelos pontuadíssimos vinhos “parkerianos” e a busca incessante de
produtos e produtores de garrafas de boa qualidade, a preços contidos, sempre
foi nossa principal motivação.
Recentemente “revelamos” a Barbera “I Tre Vescovi”, mas em datas
anteriores “descobrimos”, para nossos seguidores, o “Pelaverga”, Gamba di Pernice”, Freisa, “Grignolino”,
“Susumaniello”, “Timorasso”, “Ruchè”, “Pigato” “Rosso di Cantavenna”, “Alta
Langa”, “Verdicchio di Matelica”, “Lugana”, “Blanc de Morgex”, “Carema”, “Avanà”,
“Piedirosso”, “Lacryma Crhisti” “Rossese Bianco” e muitos
outros.
Quando os Barolo e Barbaresco começaram a pesar no bolso, para
onde sugerimos correr para encontrar ótimos Nebbiolo?
Resposta: “Alto Piemonte”….
Leia-se Carema,
Fara, Sizzano, Boca, Gattinara, Lessona e..... Ghemme.
Uma pequena pausa para esclarecimentos.
Não considero válido, nem correto, comentar, indicar e
escrever sobre vinhos sem conhecer a região onde foram produzidos.
Copiar artigos, ou
indicar vinhos de importadoras, é fácil econômico (não precisa gastar para
viajar), mas é indício de grossa picaretagem que, infelizmente, abunda e domina
a crítica vinícola no Brasil
Os que ainda conseguem seguir B&B, devem ter percebido que
raramente comento vinhos que não sejam italianos ou franceses da Borgonha e
Champagne.
Raramente, ou quase nunca, me aventuro pelas vinhas de
Portugal, Espanha, Austrália, África do Sul, Hungria, Estados Unidos, Chile,
Argentina etc., mas quando o assunto é, por exemplo, “Ghemme” ....é comigo, mesmo!
Já não lembro quantas vezes visitei as cidades vinícolas
(todas) do “Alto Piemonte”, não recordo
quantas taças bebi de Carema, Gattinara, Lessona, Bramaterra, Boca, Fara, Sizzano,
Ghemme, Erbaluce di Caluso, mas posso garantir que poucas, não foram e nem
poucos foram os produtores que visitei.
Voltemos ao Ghemme.....
Vagando por entre as gôndolas, de um hipermercado em Chiavari,
à procura de algumas garrafas de espumantes, para alegrar as festas de fim de
ano, encontrei o Champagne 1er Cru “Michel de Belvas” por 24 Euros.
O preço convidativo despertou meu interesse e comprei 8
garrafas.
Ótimo Champagne, 100% Chardonnay, 37% mais barato do que o nacional
“130 Blanc de Blanc” da Valduga, é piada pronta e consolida o bordão “...vida do enófilo brasileiro
é uma merda”.
Champagne no carrinho, feliz com a compra …. De repente, na gôndola
dos tintos, “Ghemme Santo Stefano 2018”
Euro 12.
Continua
Bacco
Bacco, antes que você continue a matéria, 12 euros foi um achado, pois os vinhos do Alto Piemonte também estão ficando caros e muitos, até desconhecidos, estão mais caros que Barolo e Barbaresco, mas óbvio que ainda se encontra ótimos vinhos na faixa de 20 a 30 euros. Na minha última viagem ao Piemonte em um restaurante em Stresa bebemos um Ghemme (Il Motto) 2010 da vinícola La Torretta que estava sensacional, tanto que no dia seguinte fomos até a vinícola e compramos uma caixa do 2012 que estava à venda. Fica a dica para você visitar.
ResponderExcluirAdo, todos os vinhos subiram e subiram muito e os do Alto Piemonte não sairam imunes, mas "garimpando" há coisa boa e barata . Aguarde a matéria 2
ResponderExcluir