Facebook


Pesquisar no blog

quarta-feira, 6 de maio de 2020

CENSURADOS II



Esta matéria foi censurada e

curiosamente não era dirigida aos dois bufões

já mencionados.

O criticado é o sr. Spurrier.

Não temos muita admiração pelo enófilo inglês e sempre duvidamos do “Julgamento de Paris”

Leiam, ou releiam


Dionísio




Não tenho provas, mas tenho a firme convicção de que Spurrier levou uma bela grana para promover o "Julgamento de Paris" e , acreditem, acho que ele mereceu.


Spurrier, que conhecia bem os franceses, soube, com rara perspicácia, explorar a imensurável soberba vinícola dos gauleses.


Algumas ponderações


Lembram da luta em que Mike Tyson perdeu o título para James Buster Douglas?


Tyson, que demolira, até então, todos seus adversários, subiu ao ringue sem a preparação adequada.


 Mais preocupado com baladas e eventos mundanos subestimou o oponente com a certeza de obter fácil vitória.

Tyson foi nocauteado, por Buster Douglas, no 10º assalto


Com os franceses, aconteceu exatamente a mesma coisa.


Do alto de seus pedestais, bordaleses e borgonheses, aceitaram o convite, acredito, com enfado e nonchalance: "Saco, vamos acabar logo com esta palhaçada....."



 A soberba ofuscou a mente dos franceses que, inocentemente, não perceberam a armadilha: Estava em jogo, naquele julgamento, o futuro da viticultura americana e a aposta valia um mar de dólares para os produtores californianos.


Os franceses foram habilmente manipulados do começo ao fim.


Os "juízes", pesos pesados do mundo enológico francês, ficaram com cara de otários e os vinhos californianos, que ninguém conhecia até aquela data, do dia pra noite se transformaram nas vedetes da enologia mundial.




Golpe de mestre...... Palmas para Spurrier (o espúrio?)


Os bastidores


 Os juízes ficaram com cara de palerma?


Não todos.... Odette Kahn,redatora chefe da "Revue du Vin de France",  a mais lúcida entre os onze jurados, desconfiou do resultado e pediu para rever suas anotações e  notas.


Spurrier não concordou e não atendeu a solicitação.



 Odette Kahn o acusou várias vezes de ter falsificado o resultado, mas Spurrier, que já havia conseguido seu intento, seguiu em frente sem dar a mínima para as queixas da madame Kahn.


Palmas para Spurrier II.


Quem ganhou?


Imaginem, por um instante, o Barcelona, de Messi, Neymar, Suarez, Iniesta e Cia. aceitar o convite para jogar, contra o "São José do Ribamar Esporte Clube", lá no Maranhão.


Se o Barcelona ganhasse, de 37- 0, não seria novidade nem notícia de primeira página.



Se, todavia, o São José do Ribamar, por uma cagada homérica, metesse um gol e vencesse o Barcelona, no dia seguinte, Bruno Chocolate, Arcinho Juninho Pindaré, jogadores do time local, seriam olhados com respeito e até contratados por clubes famosos.


Onde quero chegar?


O "Chateau Montelena", que na disputa ofuscou os Chardonnay da Côte D'Or, foi comprado pelos franceses "Château Cos d'Estournel" por 110 milhões de dólares.


O "Stag’s Leap Wine Cellars", que pulverizou os Cabernet Sauvignon de Bordeaux, foi adquirido , por 185 milhões de dólares pela americana "Ste. Michelle Wine Estates" e pela italiana Antinori.


O enólogo do Château Montelena, Mike Grgich, um ano depois, do "Julgamento de Paris", conseguiu abrir sua própria vinícola.


Todos se deram muito bem.


 E os franceses?


 Bem, os franceses ficaram com seus saltos altos.....


Depois do Vendaval.


Há duas uvas que conheço bem: Chardonnay e Riesling.


Não sei quantas garrafas já provei de Chardonnay e Riesling, mas posso garantir que não foram poucas.


Chardonnay italiano, espanhol, argentino, chileno, brasileiro australiano, sul africano, americano etc.


Muita porcaria, vários bebíveis, alguns bons, mas nenhum excepcional e que pudesse ofuscar, por exemplo, um Criots Bâtard Montrachet, Blanchot Dessus, Les Dents de Chien e muitos outros da Côte D'Or.


No rol não inclui, na lista acima, o Montrachet.


 Por razões mais que óbvias, o Montrachet é incomparável!


Provei, quatro vezes, o "Château Montelena".


É um bom Chardonnay, mas, comparado ao Criots Bâtard Montrachet do Hubert Lamy, é uma piada, uma piada cara, como todos os vinhos da Antinori.


Bons Chardonnay, do mesmo nível do Château Montelena, há inúmeros, até no Chile e na própria Califórnia.




Acredito que, até com tapa-olho, eu conseguiria distinguir um Montelena de um Criots.


O que teria ocorrido, então, com os paladares treinados e experimentados dos juízes em 1976?


Os "OU"


Ou Mike Grgich fez "mágica" na adega com os famosos "pozinhos misteriosos"


Ou dentro da garrafa californiana o vinho era francês.


Ou Spurrier foi espúrio 

Antes que pedras me sejam atiradas, seria bom lembrar que o dinheiro corrompeu até os puros e ilibados bolsos de nossos políticos.


Assim....


Bacco

13 comentários:

  1. Será que tem alguém que acredita mesmo no tal julgamento de Paris? Eu também já bebi o Montelena algumas vezes. Sim, não é ruim. Mas até aí, bater Borgonha??? E com os 50-60 dólares que cobram por ele nos EUA, mudo de corredor e pego Borgonha que lhe dará uma surra. Ou então, para ficar no mesmo país, mudo de estado e pego um Chardonnay do Oregon, que dá banho no Montelena.
    Salu2 de longe.

    ResponderExcluir
  2. Ola! Tomando um Percristina 2004 esses dias, quase fui aos céus, acho que as vezes nome fala muito, outra nos mata de raiva....nessa caso me dei bem! Preciso voltar ao Piemonte, esse Euro vai atrapalhar mais que o Coronga. Abs. Marcelo

    ResponderExcluir
  3. Pois é .Esta matéria foi censurada pelo Google por determinação judicial.

    ResponderExcluir
  4. Já bebi vinho brasileiro que lembrava vinho francês. Às vezes fico pensando se realmente não era.

    ResponderExcluir
  5. Respostas
    1. Nem preciso dizer. Você vai deduzir fácil.

      Excluir
  6. Dionísio, honestamente falando, você acredita que a "vocação" natural do Brasil (Rio Grande do Sul) é para a fabricação de Espumantes Charmat, por conta de questões climáticas, etc? Pergunto pois no passado, empresas francesas (como a Georges Aubert, que foi relançada, Chandon, entre outros) identificaram na Serra Gaúcha bom potencial para uvas brancas, para elaboração de espumantes. Isso é verdade mesmo ou história inventada? Você indica algum produtor brasileiro honesto ou um Espumante nacional bom? Não tenho litragem, mas obviamente sei que os Espumantes BR não são melhores nem de longe do que Champagne - como afirma a Peterlongo. Também sei que há muita falcatrua, marketing e ufanismo por parte dos produtores gaúchos, mas existe algum produotor ou produto legal? Algum espumante nacional lhe surpreendeu?

    ResponderExcluir
  7. Creio que a vocação natural do Brasil é produzir pinga. É raríssimo o bar italiano que não ostente, em suas prateleiras, cachaça 51, Ypioca, Nega Fulô etc. Espumante, ou qualque outro vinho nacional? Nem por decreto. Devo confessar que das porcarias gaúchas a menos pior é o espumante, mas nenhum que empolgue ou se eproxime aos bons italianos , portugueses, espanhóis Champagne? Nem pensar. Há alguns espumantes nacionais interessantes , mas exageradamente caros.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, alguma coisa interessante, mas exageradamente caros, como você mencionou. Na dúvida, vou continuar com o Champagne, Cava....
      Obrigado

      Excluir
  8. Dicas: Se encontrar algum italiano Franciacorta barato ou o Murganheira , bom espumante português não deixe de provar

    ResponderExcluir
  9. No país do mi mi mi, não se tem liberdade de expressão. A não ser que você sempre diga o que eles querem ouvir. Como sempre tem alguém que vai discordar de sua opinião, o negócio tá sem solução. Essa merda de politicamente correto está acabando com o mundo. Qualquer coisa que você fale será criticado. Se for verdade então, está ferrado.

    ResponderExcluir