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quarta-feira, 13 de maio de 2020

ERA UMA VEZ CHAMPAGNE


Em tempos de corona vírus é difícil escrever algo alegre, otimista ou interessante sobre o mundo do vinho.

O mercado vinícola está atravessando um dos mais tristes e delicados momentos das últimas décadas.

Com o fechamento de bares e restaurantes, que representam o maior canal de vendas, houve uma drástica redução das encomendas e o mercado dos vinhos não sabe exatamente o que fazer.

Está roendo as unhas e não encontra saída.

A aposta nas vendas online não surtiu efeito e o desespero começa a rondar produtores, engarrafadores, distribuidores, importadores, representantes, toda a cadeia, enfim.


 É o pior dos mundos e o cenário, a curto e médio prazo, em todos os países produtores, pode ser considerado plúmbeo.

Um dos vinhos mais atingido, pasmem, é o Champagne.

Não há ainda números exatos, mas o “Syndicat Général des Vignerons de Champagne” estima que as vendas, de março e abril 2020, despencaram em 80%.


Impossível?

É preciso lembrar que os locais, onde e quando, tradicionalmente se bebe Champagne (wine bar, restaurantes, casas de festas casamentos, reuniões etc.), estão fechados e somente reabrirão as portas, talvez, no final de maio.

O sindicato calcula que para recuperar o terreno perdido serão necessários de 3 a 8 anos.

Em 2019 as vendas, do borbulhante vinho francês, somaram 297 milhões de garrafas.


Para 2020 os vignerons calculam que se as vendas recomeçassem, já no mês de junho, os números oscilariam entre os catastróficos 150 milhões ou menos penosos de 230 milhões de unidades.

Se uma denominação emblemática, como “Champagne”, sofre terrivelmente com a pandemia, imagine as dificuldades das outras que nunca surfaram na crista da onda: É quebradeira em todos os cantos do planeta.


Na próxima matéria comentarei as dificuldades italianas.

Bacco



6 comentários:

  1. tá aí um assunto que me interessa.

    e a Borgonha, Bacco? alguma chance de os preços retornarem (em euros, claro) aos patamares de menos de uma década atrás?

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  2. Na Borgonha da Côte D'Or , nem pensar, talvez algo interessante surja na região de Mâcon, Chablis, Chalon... Quando puder visitar informarei

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  3. Os franceses arrogantes nunca descem dos seus saltos. Isso é histórico. Preferem se ferrar a cobrar preços mais justos pelos vinhos. Mas isso não é exclusividade deles. Acontece no mundo inteiro e até no Brasil. O olho é sempre maior que a cara. Espero que depois dessa pandemia as pessoas parem de comprar rótulos para esnobar na frente dos outros e sejam mais racionais.
    Sds

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  4. Concordo em parte. Os franceses cobram muito menos por seus grandes vinho , Champagne incluso, do que os gaúchos. Eu também espero, mas será difícil que os eno-tontos deixem de beber etiquetas

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    Respostas
    1. Sim. Entendo você. Se for considerar a qualidade e fazer uma proporção ao que cobram no Brasil, por exemplo, a coisa fica destoante. E temos que considerar a média, e não os extremos da curva. Mas é como disse o JR lá no blog dele esses dias. Agora, faremos um monte de promessas, depois que tudo isso passar, tudo voltará ao normal. E os eno-tontos continuarão a beber etiquetas. Mas talvez uma pequena, muito pequena, parcela, aprenda um pouco.

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  5. Eu ainda tenho algumas garrafas de Champagne 1er e grand cru que paguei, no final de 2019, 18 e 23 EUROS respectivamente. Se pensarmos que à época havia espumantes gaúcho custando o triplo ..... Sim haverá uma melhora. É a evolução da espécie hahahahahaha

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