No dia 25 de novembro a “88ª Fiera
Internazionale del Tartufo Bianco d’Alba 2018” cerrou as portas.
Os aromas, do famoso e caro “Tuber
Magnatum Pico”, nome cientifico do “tartufo bianco”, ainda estão no
ar e vão continuar, por mais alguns meses, deliciando os narizes e paladares de
incontáveis apreciadores do raro cogumelo.
Alba soube, como nenhuma outra cidade, vender a sua imagem e se
consolidou como maior centro mundial do “tartufo bianco”.
Mas, a realidade é bem outra....
Na Itália há, pasmem, 120 manifestações e eventos dedicados ao “tartufo”.
Piemonte, Toscana, Umbria, Emilia Romagna, Molise e Marche são
regiões onde as feiras do tartufo são numerosas e interessantes.
Alba é a meta preferida e mais conhecida, pois, além do “tartufo”,
atrai os turistas por sua ótima gastronomia e a excelência de seus vinhos.
Mas há Savigno, Sant’Agata Feltria, San Miniato, Norcia, San
Pietro Avellana, San Giovanni d’Asso, Città di Castello, Acqualagna, Moncalvo e
muitas outras cidades onde há eventos interessantes e.... bem mais baratos.
A fama e o consumo do “tartufo” estão em constante expansão.
Um estudo prevê e
aponta que em menos de 20 anos o comércio mundial de trufas alcançará e
incrível soma de 5 bilhões de Euros.
A Itália, logicamente, será a principal estrela e ficará com a
parte do leão dos 5 bilhões.
Para que se tenha uma ideia, somente nos últimos três meses de
2018, o “Turismo das Trufas” mobilizou,
nas mais diversas feiras e eventos espalhados pela Bota, quase 2 milhões de
turistas.
Para poder saciar a “fome” de tantos apreciadores, um
verdadeiro exército de “Tartufai” (catadores de trufas) se mobiliza à
procura do famoso cogumelo.
Um impressionante exército, de 104.000 “tartufai” amadores e
16.000 profissionais, todos devidamente cadastrados e documentados, nas
madrugadas frias percorrem, com seus cães amestrados, os bosques à procura do
raro e caro Tartufo Bianco e dos mais baratos Tartufo Nero, Tartufo Bianchetto.
Nem tudo, porém, é azul ou cor de rosa…há falsificações de
todo tipo e gosto.
É preciso algum conhecimento e muito cuidado ao comprar e
sempre desconfiar de quem oferece o tartufo por um preço muito abaixo do
normal: É entubada na certa.
Mais uma coisa: O “tartufo bianco” tem vida curta; após três
ou quatro dias, de colhido, começa a perder rapidamente o aroma e a qualidade.
Para conservá-lo, um pouco mais (máximo uma semana), deve ser
guardado na geladeira, envolto em toalha de papel de cozinha que precisa ser
trocada duas vezes ao dia.
Mais uma coisinha: Os restaurantes brasileiros, que cobram
verdadeiras fortunas por um prato com “tartufo”, são arapucas e das grandes.
O “tartufo bianco” quase sempre chega ao Brasil depois de
vários dias da colheita e consequentemente sem a mesma qualidade original.
Aí, eis, outra grande entubada.
Em Brasília há restaurantes que cobram até R$
900,00 por dois ovos e um prato de massa com “tartufo”.
Uma raspada de trufa, que nem sempre é branca, nunca fresca e
que custa R$ 900, é a maneira perfeita para se identificar um novo rico ou um velho
imbecil.
Dionísio
PS. Se vinho, para acompanhar a trufa de R$ 900, for um Barbera Aberração de Tão Bom “1er Cru Cupim de Cocalzin”
o novo rico, ou velho imbecil, recebe, no ato, a medalha de “Idiota Emérito”
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