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sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A OBRA PRIMA


A impren$a especializada noticiou, com o estardalhaço de sempre e a costumeira subserviência, o lançamento de mais um vinho nacional.

Não um vinho nacional qualquer, mas um Melot de alta linhagem, um Merlot “Gran Reserva”, aliás, o primeiro Grand reserva do
 Brasil.

A vinícola em questão: “Bueno & Cipresso Dois Pavões”

A dupla mundana e vaidosa não brinca em serviço e anuncia que sua plumagem (ops) Merlot custará a bagatela de R$ 529,99.

Se você, que provavelmente não foi um dos 300 convidados ao regabofe nova-iorquino, quiser provar o “Anima” (e core?) deverá chegar à loja de vinhos “Dois Pavões” com R$ 530.

 
Não voltará para casa totalmente duro…haverá 1 centavo de troco

O que é justo é justo....

Você está estranhando os R$ 529,99?

Me perdoe, mas você não entende de práticas comerciais, de custo, despesa, lucro.....

Vou ajudar.
 

Custo do produto= 99 centavos

Despesas= R$ 29,00

Lucro= R$500,00

Total R$ 529,99.

Isso é honestidade, é transparência, é respeito ao consumidor.

Quer mais? Lá vai....

Quando dois pavões se unem, há cores e penas voando para todos os lados.
 

Cipresso, o “Winemaker” preferido das estrelas pornôs, se uniu ao mais amado narrador esportivo da rede Globo, para lançar, em um evento em Nova Iorque, um Merlot produzido no Rio Grande do Sul.

Até aí nada de extraordinário.... Se Geisse não tem um pingo de vergonha em pedir R$ 800 por um espumante nacional, os “Dois Pavões” podem, com a maior cara, de pau reunir três chefes estrelados e encher, de graça como de costume, a pança de 300 convidados para lançar um Merlot gaúcho de R$ 529,99

Totalmente grátis, não.... Os bocas-livres serão obrigados a   beber e elogiar o “Anima Gran Reserva. ”

Até aqui tudo bem, faz parte do jogo.

É estratégia de marketing.

 Sabemos que a propaganda é enganosa, mas, em se tratando de vinho nacional, estamos acostumados com as picaretagens.

O difícil é conseguir ler, sem vomitar, os elogios dos baba-ovos de plantão.

Há vários “babões”, mas o “artigo” mais meloso, patético, subserviente, bajulador e que me fez recordar aquele cachorro da vetusta ”A voz do Dono”, foi escrito por Rogerio Ruschel.
 

Apenas alguns trechos para não provocar graves problemas estomacais.

“......Meu prezado leitor ou leitora, é preciso reconhecer que Galvão Bueno é um camarada corajoso. E bota corajoso nisso: sabe qual o grau de confiança que um produtor precisaria ter para apresentar seu novo vinho para os tres mais conhecidos, mais exigentes e mais temidos chefs do mundo?

Caro genuflexo e adorador do pavão mor, os três chefes estrelados, ou outros 300, quando e se bem pagos elogiam até pizza de banana com Nutella.

Lembra do caldo Knorr do Atala?



Lembra a lasanha da Seara da Fatima Bernardes e Cesare Giaccone?


Pois é, pagando bem.....

O puxa-saquismo meloso não tem fim e seria impossível continuar a leitura sem uma caixa de Plasil ao alcance, mas a parte final da apologia “rucheliana” é antológica

“.....Como se diz no meu Rio Grande do Sul (onde Galvão usa alpargatas prá se sentir mais próximo da terra, do terroir e das uvas de Candiota) Galvão Bueno está mais feliz com o novo vinho que guri de bombacha nova!

Essa das alpargatas é fantástica. Vá ser puxa saco assim lá na.....

O “Gran Finale”

Anima está à venda em Nova Iorque e no Brasil – mas aqui só no site da Bueno Wines e em regime de vendas antecipadas, por R$ 529, 90 a garrafa. Achou “expensive” para um vinho brasileiro? Desminta Michel Roland – mostre que o brasileiro não tem preconceito com vinhos brasileiros – e confirme Fernando Pessoa – mostre que tudo vale a pena quando a alma não é pequena

Eu não achei “expensive”, achei um “fucking price”, um insulto, uma vergonha.

Não sei se minha alma é pequena, mas o tamanho da naba assustaria até Fernando Pessoa

Mais uma coisa:  será que o Rogerinho, não ficou envergonhado com o que escreveu?

 Dionísio

6 comentários:

  1. O Galvão não é bobo!
    Nem todos notararam. Mas, nas transmissões de fórmula 1 o galvão quando se referia aos carros da Red Bull Racing só falava "o carro da RBR".
    A Red Bull então teve uma idéia genial. Passou a patrocinar o carro do filho dele, Cacá Bueno, na stock car.
    Resultado, com o dindin entrando, a marca Red Bull passou a ser cantada em prosa e verso nas transmissões desportivas.
    Ótima visão de negócios tem esse Galvão!

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    1. Se o vinho do galvao he essa bosta cara, imagina o vinho dos caras da tv gazeta. Feitos em Jundiai? Ja pensou? Eca.

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  2. Pra mim o mais incrível é quem paga esses vinhos. Quem será que paga?

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    1. Há um ditado italiano , muito interessante : "a mãe dos idiotas está sempre grávida" . Tai sua resposta.

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  3. Olha, na verdade torço para que sigam lançando esses vinhos... pq é muito engraçado... kkkkk eu me chatearia se tivesse a intenção de comprar, mas acho que nem 29 reais me disporia a pagar.

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  4. Ou pelo ditado de Nelson Rodrigues.
    “Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos.”

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