Um dos endereços, de Santa Margherita Ligure, que frequento
com assiduidade é o “Rêve Cafè”.
O “Rêve” (Sonho,
em francês) é tocado por Matteo e um ajudante de cozinha
Matteo, nos dias de semana, é proprietário, garçom,
cozinheiro, sommelier....
Nos finais de semana, quando o movimento aperta, Matteo se exila
na cozinha enquanto um casal de garçons se encarrega da sala.
O ambiente aconchegante, simples, mas refinado, poucas mesas,
ótima cozinha e a sábia carta de vinhos, motivos mais que suficientes que me
“obrigaram” a eleger o ”Rêve Cafè” meu
restaurante predileto em Santa Margherita.
O “Rêve Cafè” não é
somente restaurante.....
Das 11,30 às 12,30 e das 18,30 às 20 horas o “Rêve” é um concorrido wine-bar onde os moradores do bairro se encontram,
faça sol, chuva, neve, tempestade etc., para o sagrado aperitivo antes do
almoço e jantar.
E dá-lhe vinho….
O cardápio do “Rêve” não é muito extenso,
mas os pratos são preparados com raro cuidado e maestria.
Não perder as “Alici Impannate”
(alici à milanesa), “Cappun Magro” (prato típico não traduzível),
“Ricciola com Mandorle” (peixe com amêndoas) e o
sensacional “Cous-Cous” preparado com frutos
do mar..... Soberbo.
Com a chegada do frio, Matteo mudou sensivelmente o cardápio e
introduziu pratos mais calóricos.
“Encontrei uma ótima carne de “Fassone” e
se você quiser, na sexta feira posso lhe servir um belo prato de carne crua”.
Fassone é uma raça piemontesa que produz uma carne muito tenra
e quase sem gordura (menos de 3%).
A “Salada de Carne Crua de Fassone” “battuta al coltello” (triturada com faca), receita típica do Piemonte é,
quando bem preparada, um prato sensacional.
A salada de carne crua,
por sinal, é uma das minhas especialidades” culinárias e que preparo em 5
diferentes versões.
Matteo continuou...
“Recebi, também, algumas coxas de ganso
de Mortara e se você quiser posso preparar como prato principal.”.
Para quem não sabe, Mortara é a capital dos gansos na Itália e
lá são criados milhares de aves para abastecer os restaurantes regionais.
Reservei a mesa, pedi para levar um vinho e pontualmente às 20
horas, daquela sexta feira, iniciava o jantar bebendo a primeira taça de Pigato
“Marenè” da vinícola BioVio.
A carne crua cortada com a ponta da faca, perfeita.
Apenas um pouco de ótimo azeite lígure, alho e uma pitada de
sal.
A coxa de ganso de Mortara, temperada e cozida com maestria,
desmanchava na boca.
O vinho que, gentilmente, Matteo permitiu que levasse para
acompanhar o ganso?
O Pigato “Marenè” e o tinto da Borgonha?
Depois eu conto......
Bacco
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