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terça-feira, 27 de novembro de 2018

FRAUDES II


 


Muito boa, como sempre, a última post, sobre fraudes, do eminente Dionísio.

 Muito boa, mas incompleta.
 

Reportagem, no Financial Times, sobre a “agromáfia” na Itália, é daquelas que aterrorizam, com o perdão do trocadilho.
 
 
 

Vamos aos números e cada um julgue se ainda vale investir no sonho Italiano...e sejamos honestos, quantos de nós, perdidos em países de quinta categoria, já “ameaçamos” ir para lugares que consideramos espetaculares, como nossa Itália.

Os números: 15% da receita da máfia (aproximadamente 22 bilhões de Euros em 2018) provém de atividades agroalimentares.
 

Vinho e azeite fazem parte deste negócio bilionário.

5.000 restaurantes na Itália estão nas mãos da máfia.

Muitos outros estão sob sua “proteção”.
 

50% dos azeites “extra virgem” estão ou são fraudados.

Idem para queijos (mozzarella, de qualquer mamífero é “tingida” de branco e os queijos “duros”, estão na triste lista de fraudes) e muitos outros produtos famosos.

Vinhos, de todos os cantos da Bota, fazem parte do pacote mafioso.

Em muitas vinícolas as atividades produtivas são legitimas, mas a máfia obriga as empresas a declararem prejuízo para lavar dinheiro.

 Como competir com essa turma?
 

Pergunte a quem possui posto de combustível no bananal se compensa ser correto e competir com máfia dos postos.

Controlam supermercados, transporte, estocagem, produção de alimentos, etc.

Estamos falando da terceira potência do agronegócio da Europa, que é, ainda, o maior bloco comercial do planeta.
 

Enquanto a máfia se diverte, o país derrete e apresenta índices de produtividade e trabalho negativos nos os últimos 20 anos (o único na Europa a apresentar tal “recorde”) e a educação escolar cai a níveis brasileiros ou africanos.

 Os estudantes italianos apanham de quase todos na Europa em competições de ciência, matemática etc.

Perdi a conta de tantas vezes me diverti com meus amigos e parentes italianos.
 

São engraçados, alguns muito cultos e todos sabem fazer salame ou vinho no quintal de casa, mas nunca entendi como a Itália ainda consegue pertencer ao G7 da vida.

Fraude, em produtos que ingerimos, deixa de ser meramente um problema financeiro e se torna problema de saúde pública.

 Milhares e ou milhões de pessoas consomem produtos químicos e tóxicos que causam danos irreversíveis.

Pense nisso quando alguém lhe falar que “qual o problema de tomar um vinho cabernello se o gosto é bom? ”.

 Sua boca não percebe, mas seu fígado, sim.
 

Meu sonho de ter uma pousadinha na Itália, para passar meus últimos 70 anos de vida, nem começou e já virou pesadelo.

Estou com saudades da “máfia raiz” que matava somente algumas centenas de pessoas por ano.

 A “fraude mafiosa”, segundo a reportagem, já atinge milhares de pessoas que adoeceram ou ficarão doentes.
 

Com bastante segurança e constância, a máfia é a única coisa na Itália que parece avançar e melhorar produtividade e lucros.

 Ainda acha que pesquisar e tomar cuidado com o que se compra, come e bebe é coisa de desocupado “problematizador”?

Bonzo

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