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quinta-feira, 14 de junho de 2018

PICOLIT 1º


 


Mais uma matéria, escrita, por Bacco, há mais de 10 anos, que merece ser reeditada ainda mais agora que nossos sommeliers retornaram do Canadá com zero medalha e tentarão melhor sorte (hahahahaha) no campeonato mundial.

É bem provável que o Picolit não faça parte dos itens de um concurso que só interessa a quem dele participa.

 O campeonato "dos pavões das taças de cristal" (Riedel?) se interessa mais pelas regiões vinícolas da Bélgica (hahahaha) e uvas autóctones da Etiópia (hahahahahahahahahaha), mas sempre e melhor prevenir que se ferrar.
 

Nenhuma importadora patrocinará, uma viagem ao Friuli para que nossos sommeliers possam conhecer o Picolit.

  B&B, sempre presente e interessado em aumentar o consumo de vinho de ridículos 1,7 litros-ano para 1,74 litros-ano, traz, gratuitamente, o Picolit ao Brasil
 

Bom proveito

Dionísio

Nos, agora quase esquecidos, anos 1970, eu considerava o Picolit um dos grandes vinhos italianos.

Não um entre os 50 – 60 -100, mas um entre os 10 melhores e, felizmente, bebi naquela década algumas garrafas extraordinárias.

Com o passar dos anos, não sei qual a razão, a qualidade do Picolit foi diminuindo vertiginosamente e atualmente não é nem a sombra daquele vinho que permanece armazenado na parte mais recôndita e exclusiva da minha memória vinícola.

O Picolit dos tempos modernos deixa saudade do Picolit d’antan.

Não quero ser leviano, mas tenho a impressão que o Picolit de hoje é um vinho produzido com cachos não tão “Picolit”.

Há um, ou vários, estranho no ninho...

O estranho, entre outros, tem um nome: Ramandolo.

O Ramandolo não é certamente uma casta qualquer, mas não pode ser comparado, em qualidade e nobreza, ao Picolit.

Infelizmente o Picolit é uma uva atacada por um aborto floreal que limita cachos em apenas 10 ou 15 bagos.

Esta “pão-duragem” resulta em uma produção que não ultrapassa os 500 hectolitros de vinho obtidos em, aproximadamente, 70 hectares de vinhas espalhadas por um pequeno território quase na divida da Itália e Eslovênia.

É fácil perceber, então, que o Picolit é raro, caro e, por esta razão, nem sempre 100% honesto...

O disciplinar DOCG determina que 85% das uvas, com as quais é produzido, sejam de Picolit e, os 15% restantes, uvas brancas locais com a exclusão do Traminer Aromatico.

Apenas um pequeno cru, denominado “Cialla”, localizado no município de Prepotto, é autorizado pode vinificar o Picolit com 100% de uvas homônimas.

Sou da opinião que não se deve falar de vinho sem conhecer sua história, o povo que o produz, a geografia da região, a cultura local, como é vinificado etc.

Em meados de outubro iniciarei uma viajem para redescobrir o Picolit e, como sempre, estou certo que encontrarei ,assim como ocorreu com o Verdicchio,quem produz com seriedade e paixão o grande vinho friulano.

 
Em Cividale del Friuli montarei minha base logística dando maior importância ao território que circunda esta belíssima cidade medieval.

Aguardem

Bacco

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