Facebook


Pesquisar no blog

terça-feira, 19 de junho de 2018

MEA CULPA.....MEA MAXIMA CULPA


Há pouco mais de um mês critiquei, severamente, um vinho de Bruno Colin: Chassagne-Montrachet 1er Cru "La Boudriotte" 2014.
 

Na ocasião, o excesso de madeira, manteiga, baunilha etc., me haviam impressionado negativamente e comparei o vinho do Colin aos Chardonnay californianos.
 
 


Ontem, decidido em acabar o estoque de garrafas, do Bruno, resolvi abrir uma de Chassagne-Montrachet 1er Cru "Les Chaumées".

Enquanto derramava, um pouco de vinho na taça, já me preparava para ser soterrado por um tsunami de manteiga, madeira, álcool etc..

Sem nenhum entusiasmo levei "estoicamente" a taca ao nariz.

O que se apresentou ao olfato foi uma onda de elegantes e sofisticados aromas florais, cítricos e uma leve e contida nota amanteigada.

Por um segundo pensei ter aberto a garrafa errada, mas ao verificar a etiqueta constatei que aquela era, sim, uma garrafa de Chassagne-Montrachet 1er Cru "Les Chaumées" de Bruno Colin.

Pude perceber claramente o aroma de "biancospino" (espinheiro branco) que agora, na primavera européia, invade minhas narinas.

 
Os outros aromas, tantos e tão elegantes, mudavam a cada instantes, se confundiam e seria impossível, pelo menos para meu olfato, conseguir reconhecê-los em sua totalidade.

Para decifrar todos os "odores e olores" seria necessário um nariz privilegiado, olímpico, como o de nosso escalador de cruzes medievais: Beato Salu.

 
Beato, "o escalador", é o único ser humano com capacidade e coragem para encontrar até "aromas de ouriço do mar" em uma taça de vinho.

Na boca a surpresa foi maior.

A opulência, típica dos Chassagne-Montrachet, a "californização", o excesso de manteiga, madeira, baunilha etc., presentes no "La Boudriotte" do Colin, que eu criticara e detestara, sumiram e apareceu a rara fineza, elegância, equilíbrio e muita classe.

Não tenho receio em classificar o Chassagne-Montrachet 1 er Cru "Les Chaumées" de Bruno Colin como um dos melhores brancos provados em 2018.

 
Uma nota negativa: 56 Euros são muitos.

Uma garrafa, como esta, no Brasil, dos enófilos estuprados, custaria hiperbólicos R$ 1.000/1.200.

Bacco

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário