"Prove este
"amaro"
Fabio, proprietário do "Sabot", o bar mais badalado
de Santa Margherita, despejou na taça um pouco de "Jefferson"
e continuou: "Jefferson
é um amaro da Calábria que ganhou medalha de ouro no concurso Word's Best
Liqueur".
Não sou exatamente fã de concurso, mas de graça......
Olhei a taça, cheirei o líquido marrom claro, provei e.... "Onde você
encontrou? Gostaria de comprar uma garrafa".
Percebendo o meu entusiasmo Fabio, gentilmente, me vendeu uma
garrafa de seu estoque.
Uma pequena pausa.
O italiano costuma, depois das refeições, tomar um
"espresso" ou beber um amaro para "ajudar a digestão".
Se ajuda, ou não, a digerir, não sei, mas sei que há uma
enorme variedade de "amari" para todos os gostos.
Já provei dúzias e mais dúzias, mas devo confessar que nenhum
é tão bom quanto o calabrês "Jefferson".
A lenda (italiano adora lendas...) conta que em 1871 um navio inglês
naufragou perto da costa calabresa.
Do naufrágio salvaram-se os marinheiros Egidio, Gil, Roger e o
capitão Jefferson.
Agarrados a um velho baú e quase sem forças, os quatro já não
acreditavam que poderiam se salvar.
De repente Roger gritou "Estamos salvos. Toquei o fundo".
Estremados alcançar a praia e adormeceram.
Jefferson, ao acordar, olhou
para a maravilhosa praia da salvação e jurou que nunca mais sairia daquelas
terras.
Andaram por um longo tempo até encontrar um velho armazém alfandegário
onde foram acolhidos, carinhosamente, por um casal de velhos.
Os náufragos, para
retribuir a gentileza, começaram a ajudar o ancião que produzia licores em um
alambique clandestino no velho armazém alfandegário.
Jefferson, bom conhecedor de botânica, começou a pesquisar frutas,
ervas, raízes, flores etc. do território e finalmente deu vida ao "amaro"
que hoje leva seu nome.
Egidio, em meados do século passado, deixou a família em
Montaldo Uffugo e emigrou para o Rio de Janeiro.
Nunca mais voltou e ninguém teve notícias suas.
Seu neto, Ivano Trombino, revirando antigos papeis encontrou a
fórmula secreta escrita por Mr. Jefferson e resolveu retomar a produção do
"amaro".
Para homenagear seu "inventor" o batiza com o nome "Jefferson".
A realidade.
"Vecchio Magazzino Doganale" nasce na
pequena cidade calabresa de Montaldo Uffugo (20 mil habitante) e produz, além
do Jefferson, licores, um ótimo Gin e um belíssimo Bitter.
Quem gosta de imitar os italianos e aprecia um bom "amaro"
depois (antes também....) das refeições, não pode deixar escapar o sensacional "Jefferson".
Confira
Bacco
Parla, peste.
ResponderExcluirItaliano gosta de lendas? A unica em que acredito mesmo he a da 'santa casa di loreto'. Essa lenda sim me emociona. Vao ser criativos assim la no inferno.
SDS!
Se você quiser disputar , vamos lá: a sua é ótima: os anjos trazendo a casa de Maria de Nazaré até Loreto, mas as minhas nada devem à sua. Leia sobre santa Cristina di Bolsena e de Longino o soldado que enfiou lança no peito de Cristo e perceba o quanto a igreja católica (e outras) nos enganam há milênios
ResponderExcluiranjos trazendo a casa de Maria até Loreto)