Se você acha que, ao deixar a imensa fila e a longa espera,
fora do edifício onde se encontram os "Musei
Vaticani", seu martírio terminou, está redondamente
enganado: Ao ingressar no museu, novas e mais provações lhe esperam.
A visita organizada segue um rígido ritual.
Os grupos são autorizados a iniciar o percurso apenas quando
os liberados, anteriormente, já percorreram algumas dezenas de metros.
O intervalo é necessário para evitar que os
turistas-masoquistas tropecem uns nos outros.
Juro que tive a sensação de estar participando de um filme
sobre os "lager" nazistas e sendo tocado, como gado, para as câmaras
de gás.
Um horror!
É impossível parar, mais do que alguns segundos, para apreciar,
com maior cuidado, esta ou aquela obra mais importante.
O empurra-empurra é contínuo, implacável.
Depois de percorrer, a toque de caixa, longos corredores e já haver
esquecido 90% dos quadros e esculturas vistos no início, eis que surge o
ingresso da "Cappella Sistina".
"Não se pode falar alto, sem foto, sem filmagens, 15 minutos é
o máximo tempo permitido para o percurso. Espero vocês na porta da saída".
O guia apenas informa e repete as exigências dos
administradores.
Faturar é preciso!
Cotoveladas por todos os lados, espaço mínimo para circulação (fiquei imaginado como escapar, daquela arapuca, se
acontecesse uma emergência), pescoço doendo de tanto olhar para obra
prima de Michelangelo e apenas 15 minutos para tentar (em vão) entender e
apreciar as mais de 400 figuras representadas naquele teto.
Surfando, na onda humana, magicamente, me encontrei fora da capela
em exatos 15 minutos.
Um conselho: Se quiser ver bem e com calma a "Cappela Sistina" abra o Google
imagens......
Fome, sede, pés e pernas doendo, saco cheio e puto da
vida.....
Quando pensei que o martírio
chegara ao fim fui obrigado a percorrer, ainda, os 45 altares e os mais de
20.000 m² da basílica de São Pedro.
Na enorme basílica, pelo menos, não havia empurra-empurra.....
Outro conselho: Mesmo que a fome atinja níveis insuportáveis, não
se procure nem entre em nenhum restaurante nas proximidades do Vaticano (distância mínima: 500 metros): São caros, deploráveis
e a comida é uma tremenda bosta.
Para enterrar Roma, com uma pá de cal, terminei o dia tentando
rever à "Fontana di Trevi".
Quem, em sua mente, guarda as imagens de Anita Ekberg e
Marcello Mastroianni, naquela famosa cena de "La
Dolce Vita", vai enfartar.
Alcançar a parte inferior do monumento, aquela em que de
costas se jogava a moedinha (lembram do "Three Coins in The Fontaine"),
é tarefa para valentes e destemidos.
Tirar uma foto da "Fontana" sem a presença de outras
1.000 cabeças além da sua?
Nem pensar...
Alguns guardas, que controlam o fluxo e com seus apitos,
parecendo juízes de futebol, tentam organizar aquela tremenda zona.
Impossível: A multidão é incontrolável.
Juro que, no meio daquela barulhenta massa humana, me senti ridículo.
A última etapa do meu calvário romano: O Coliseu.
Não vou comentar a visita ao mais emblemático monumento da cidade,
mas, desejei, por um momento, naquela fila, naquele empurra- empurra, naquele
sol, voltar no ano 80 DC e ver todos os turistas devorados por leões.
Esta é uma demonstração da verdadeira amizade...... aos os leões.
Roma?
A cidade é linda e deve ser visitadas apenas em dias frios e chuvosos;
impossível apreciá-la no verão ou em dia de sol
Bacco
Lendo sua descrição lembrei de minha última viagem a Roma. Terrível! E parece que as coisas pioram lá a cada ano, não? Eu não tenho a mínima vontade de voltar lá, a não ser para visitar a Enoteca Costantini, pegar uns vinhos e vazar.
ResponderExcluirSalu2,
Jean
há outras enotecas...esqueça Roma e todas as cidades do turismo de massa
Excluirquando estive em Roma, com minha mãe, vivi exatamente isso. no caso da Fontana di Trevi, uma coisa me chamou a atenção: 80% da horda que a cercava eram indianos. só pude concluir que nunca haviam visto água daquela cor, e provavelmente estavam horrorizados por isso...
ResponderExcluirEles devem comparar com a água fedida do Ganges e ficam maravilhados
ExcluirEu tive mais sorte no Coliseu. Peguei uma mulher que expos interesse em ser minha guia em troca por varios euros. Declinei a oferta e dai ela perguntou se queria um programa. Workholic e flexivel assim so se for brasileira ou romena.
ResponderExcluirum pouco de lenha para a vossa fogueira, B&B...
ResponderExcluirhttps://www.vivino.com/wine-news/quanto-custa-uma-boa-garrafa-de-vinho
Eu morei em Roma, Largo Irpinia, 15 anni fa. Lembro que na minha última tentativa de visita ao Coliseu ainda tive que ver o ator global Marcos Caruso dando uma de brasileiro esperto furando a fila.
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