Nos países mais civilizados do mundo a onda das leveduras indígenas já passou faz tempo, "però
secondo lui", naquelepaiz,
ainda há excitação, euforia e entusiasmo quando se fala no assunto.
Estamos salvos!
Viva a natureza!
As vinícolas são empresas que, há
muito tempo, ganham com mitos e boatos sobre vinho.
Temos, também, outra praga e de ego
bem inflado: O
dono de vinícola hippie que quer salvar o mundo com o que produz.
Haja saco para aguentar hippie, cabelo
ensebado e rabo de cavalo, falando de coisas holísticas, comunhão com a
natureza etc.
Passamos pelo crí-crítico de vinho que
adora falar do que está na moda.
Conhece aquela turma que, mesmo
morando em SP ou RJ, comenta e escreve sobre vinho sem saber, pelo menos, a cor
da folha da uva (dica: é azul)?
E em um ambiente onde há álcool,
dinheiro e ego, alguma coisa tem que cheirar à podridão mental..... não nobre.
Nos parreirais, na sua cama, na casa
da sua sogra, na biblioteca do instituto Lula, há esporos de leveduras.
Há leveduras por toda parte.
É assim que fazemos pão em casa sem adicionar
fermento.
As amiguinhas estão no ar.
Levedura ingere açúcar e produz álcool
(e aldeído) na saída.
O que aconteceria se as uvas fossem
fermentadas sem nenhuma levedura selecionada?
Ou seja: se o mosto fosse fermentado “naturalmente”?
As vinícolas sabem.
Modo 1:
Leveduras (Deus...) indígenas seriam as
vencedores na guerra pelo açúcar do mosto e as que mais se multiplicariam e
"disparariam" a fermentação.
Mas, sem um exame laboratorial, não se sabe
qual cepa está presente no mosto.
Podemos ter leveduras que são fracas para
fermentar e que morrem, ainda, com pouca quantidade de álcool formada.
O vinho passa ser uma festa para
bacterias e patógenos que darão um aroma e gosto dos piores.
Para eliminar imprevistos e evitar problemas
imediatos, se adiciona enxofre antes da fermentação.
Neste ponto entra a "diretoria" das
leveduras.
Há quem não faça nenhuma ánalise e
produz vinhos ótimos sem adição de leveduras.
Seriam os deuses os winemakers?
Não.
Modo 2:
Os magos de plantão sabem que, após alguns
anos produzindo vinho com leveduras selecionadas, as mesmas ficarão no ambiente
da vínicola e a cada nova rodada de produção serão as vencedoras nos embates
com outras leveduras, mas nunca com segurança total no resultado final.
De fato vários enólogos relatam que
sempre há um risco de alguma nova cepa dominar as anteriores e os resultados na
fermentação seriam imprevisíveis.
Poucos arriscam 100%, da produção do ano, com
este método.
Modo 3:
E temos também nossos magos que correm ao
laboratório para analisar as leveduras presentes no mosto e, após se certificarem
que as leveduras “naturais", presentes, são as que eles gostariam de ter,
liberam a fermentação “natural”.
Há controle, há ciência, mas para os trouxas,
ou para os "fé-demais", a historia é outra: "Tudo ocorreu da maneira mais natural
possível".
Modo 4:
Conhecido e utilizado por quase todos.
Há controle na fermentação, sabe-se qual levedura
será usada (e comprada) e os resultados são aqueles esperados (os aromas e
gostos), até o final da fermentação.
O critério de compra e consumo, que se
baseia em "levedura natural”, deveria ser o último de uma lista de 0 - 100.
Cidadão vive na poluição, caos e lixo
de São Paulo e...... quer tomar vinho “natural”.
Espetacular, fantástico
Bonzo
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