Facebook


Pesquisar no blog

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

VOLTANDO AO GAGGIARONE

 


Decidido em viver um final de ano um pouco menos chato, triste e dramático, resolvi visitar algumas gôndolas dos supermercados, próximos de minha casa, para comprar umas poucas garrafas e reabastecer minha esquálida adega.


“Oba”, “Big Box”, “Para Você” e “Caprichoso” foram os endereços escolhidos.


Deixei de lado o Carrefour e o Pão de Açúcar, pois nesses dois estabelecimentos há pouquíssimas etiquetas interessantes e os preços são assustadores.

No “Oba”, da SMDB do Lago Sul, a primeira grata surpresa:  Por R$ 129,90 comprei o “Crémant de Bourgogne Brut” Francois Martenot.



Apesar de espumante, “Francois Martenot”, ser produzido pelo “GCF”, grande grupo francês que estende seus tentáculos por toda a França e engarrafa vinhos da Borgonha, Alsácia, Rhone, Jurá, Bordeaux etc. o “Crémant de Bourgogne Brut” vale todos os R$ 129,90, que paguei por ele e pulveriza os Miolo, Valduga, Geisse, Don Guerino etc. da vida que nosso guru mor, Jorge “Sortudo”, classificou como “melhores do Brasil”.

Mais uma vez afirmo que “vinho melhor do Brasil” corresponde, no mundo vinícola, ao melhor surfista paraguaio no mundo do surfe......

 O “Cremant de Bourgogne Brut François Martenot” me agradou a tal ponto que voltei ao “Oba” e adquiri outras três garrafas.

No “Big Box”, da QI 1,1 comprei 2 garrafas de Sauvignon Blanc da Tarapacá por R$ 48,00 (cada).



É bom lembrar que o “Vista do Café”, da Guaspari, custa o triplo do Tarapacá e não vale nem a metade.

No “Pra Você”, da QI 15, desembolsei R$ 116,00 e levei para casa duas garrafas do honestíssimo Chardonnay “Leon de Tarapacá”.

Mais uma vez faço questão de salientar que o risível Chardonnay “Dádivas”, da Carraro, custa R$ 89,90 e nem pode ser comparado, de tão ridículo, ao “Leon de Tarapacá”

No mercado “Caprichoso”, da QI 19, finalmente.......Gaggiarone.



Imediatamente boas lembranças, do belo vinho do Oltrepò Pavese, vieram à minha mente e, apesar do preço salgado (R$ 117,89), não pensei duas vezes e levei uma garrafa.

O certo seria comprar mais unidades, mas a safra, 2013, freou um pouco meu entusiasmo.

Será que aquela Croatina fora bem armazenada e teria aguentado os 7 anos de “vida”?



Juro que se a importadora fosse a Mistral não teria comprado nem meia garrafa: O padrão “Mistral” de armazenamento deve ser uma tremenda bosta pois já fui obrigado a jogar na pia inúmeros vinhos comprados em um de seus famosos “Bota Fora”

“Bota Fora” é um eufemismo usado pela Mistral para nos empurrar (não vou dizer onde) suas porcarias encalhadas....

Quase com reverência abri a garrafa, despejei um pouco de vinho na taça e...... Aleluia!

Era ele, era o Gaggiarone que alegrara, no passado e muitas vezes, meus copos



Com seu vermelho-grená intenso, reflexos violáceos e bela limpidez o Gaggiarone já conquista o enófilo pela cor.

No nariz a violeta é dona prepotente, mas uma sálvia sutil e delicada é facilmente perceptível.

No paladar, esse belíssimo, vinho se apresenta seco, robusto, complexo, tânico, mas o final aveludado, apesar de seus nada modestos 14º, é um perigoso convite para sempre mais uma taça.

A garrafa secou rapidamente e também rapidamente voltei ao “Caprichoso” para comprar mais três garrafas.

O Gaggiarone, apesar de seus 7 anos, é um vinho com boa estrutura e que pode, galhardamente, enfrentar mais 4 ou 5 anos de adega.

A monotonia, a mesmice, a falta de conhecimento e deserto de ideias, de nossos críticos e “deformadores” de opinião, só encontram um rival: Atacama

Viva o Gaggiarone um belo vinho que custa muito menos do que um patético “Lote 43”.

Bacco.


15 comentários:

  1. Hmmmmmm, Cremants de Bourgogne. Custam 1/4 do preco de um Champagne tabajara (e caro, conservado em lugares com temperatura controlada la nos fornos da CSN, da Gerdau) e entregam muito mais.

    Endosso com alegria esse produto.

    Auguri.

    ResponderExcluir
  2. bela dica do Gaggiarone, Bacco. mas procurei por aqui e o preço já bate os 180...

    uma pergunta: esse Sauvignon Blanc da Tarapacá não tem aquele odor de mijo de gato dos demais SB chilenos? o Chardonnay deles é bem bacana, mas não tive coragem de provar o Sauvignon Blanc.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não percebi o famoso odor de mijo. Não é um Sancerre ,mas bem superior às caras porcarias nacionais. Confira.

      Excluir
  3. Bacco qual a sua opinião sobre o Barbacarlo? Mesma uva (e região acredito) e bem mais caro.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mesma região ,mas não as mesma uva , pois o Barbacarlo assim como as outras denominações da sub-zona além da Croatina levam Barbera e Uva Rara, Vespolina e até Pinot Noir

      Excluir
  4. Bacco, bom dia. Sou fá do seu blog. Assuntos reais. Um deles é sobre o Gaggiarone. Faço importação deste vinho para o Brasil desde 2013 (Estou com uma vertical de safras para entender a evolução). Conheço o produtor e sua habilidade em fazer vinhos coerentes com qualidade/preço. Provei na Cantina safra 2001, 2003 estavam fantásticos. Tenho outro rótulo de entrada da Cantina, chama-se La Barbera. Um rótulo roxo com branco. Belo vinho também. Quando tiver oportunidade prove também o Crowatina da Cantina Castello di Stefanago e o Piedelupo. Dois belos exemplares com preços justos.
    Abraços,
    Leandro Lima

    ResponderExcluir
  5. Se encontrar os vinhos em Brasilia , provarei. Abraço

    ResponderExcluir
  6. Cocktail molotov foi atualizado.

    https://www.jn.pt/mundo/amp/ladroes-de-vinho-atiram-garrafas-a-policia-durante-perseguicao-em-franca-13200568.html

    ResponderExcluir
  7. O mais barato que encontrei foi no site vinon.com.br 159$

    ResponderExcluir
  8. Encontrei aqui em Joinville 3 garrafas do Gaggiarone com preço compatível, abaixo de 120,00. Quando tomá-lo vou fazer a resenha, citando-o

    ResponderExcluir
  9. Walter,
    Ainda sobrou alguma pra mim ou arrematou todas?
    A proposito, onde se compra vinho em jvlle?
    Atualmente moro em Blumenau, mas vou direto
    Ate aí!
    Sempre boas dicas Bacco!
    Abraços

    ResponderExcluir