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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

A LISTA DOS MENOS PIORES?

 

Quando se aproxima o final de ano corro para a farmácia, mais próxima, para reforçar o estoque de Plasil.

Explicando: Quando se aproxima o final do ano os nossos profissionais, experts, críticos, divulgadores, sommeliers etc., divulgam suas inúteis e ridículas “Listas dos Melhores Vinhos”.

A “Lista dos Melhores....” é na verdade uma espécie de 13º que nossos abnegados eno-profi$$ionai$ do vinho embolsam, furtivamente, dos importadores, revendedores etc. que abrem suas carteiras e jogam as costumeiras migalhas natalinas aos eno-mendigos de plantão.

Uma eno-picaretagem com data marcada,

Nas listas dos “campeões” nacionais, as habituais mesmices que todos conhecem: Miolo, Valduga, Carraro, Salton, Aurora, Geisse, Peterlongo etc.

 Algumas vinícolas pequenas e pouco conhecidas são incluídas nas “listas dos melhores...” para lhes doar um ar de isenção e credibilidade.

Nas importadoras a pantomima é a mesma: Basta abrir a carteira que qualquer vinho encalhado é “anunciado”.



Não consigo, por mais que tente, acreditar que enófilos, com mais de 4 neurônios sadios, consigam levar a sério as eno-picaretagens que são estrategicamente divulgadas antes das festas de Natal e Ano Novo.

De todas as listas a que mais me interessou, em 2020, foi aquela divulgada por nosso Parker-Caboclo: Jorge Lucki.

Jorge entende de vinhos, sem dúvidas, mas há alguns anos exagera na dose.

Em seus “Melhores de 2020” há vinhos para todos os gostos e gastos: Branco, tinto rosé espumante, fortificado, doce, nacionais e importados.



O mundo vinícola do Jorge não tem limites, barreiras e flutua, graciosamente, pela França, Portugal, Itália, Espanha, Alemanha, Grécia, Brasil, Uruguai, África do Sul, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e incontáveis outros países que são percorridos (nas importadoras?) pelo sortudo andarilho das taças perdidas.

No próximo ano, provavelmente, algum produtor chinês abrirá, quem sabe, a carteira e a China entrará triunfante no lupanar das castas premiadas.



Não contente, em percorrer quase todo o planeta, o nosso incansável Jorge ainda consegue focalizar suas atenções em pontos estratégicos e específicos: Borgonha, Bordeaux, Piemonte, Toscana, Alsácia, Douro, Alentejo “...... e se mais mundo houvera, lá chegara”

Haja memoria olfativa, gustativa, grana e fígado, assim, lá na casa do.....

Não pensem que nosso sortudo se limita a indicar vinhos para os magros cartões de credito dos enófilos com IPVA atrasado, Jorge, do alto de seu trono dourado, sugere, por exemplo um Monte Cascas Ramisco Colares de R$ 1.490,90 (importantes os 90 centavos…), Noemia R$ 1.336,16 (pode esquecer o desconto de 16 centavos..) Cartuxa talha R$ 1.073,00, Burn Cottage Pinot Noir R$ 777,08 (é só pedir com insistência que os 8 centavos são descontados...) e...por aí vai.



Jorge não escreve para a turma da macarronada “Alho & Óleo”, o sortudo quer ser ídolo do pessoal do “Caviar & Champagne”

Recluso, com pavor do Covid e sem ter nada para fazer, além de encher o saco de nossos critico$, mestre$, divulgadore$ etc., calculei quanto gastou Jorge para poder nos brindar com suas indicações no “Melhores do Ano”

Vejam o resultado

Jorge Sortudo gastou com (centavos exclusos)

 Champagne   R$ 5.786

Borgonha      R$ 7.310

Alsácia-Loire R$ 4.222

Argentina     R$ 8.904

Chile           R$ 12.228

Portugal       R$ 20.838

Sem incluir (não tive saco para ir até o fim...) Espanha, Brasil, Itália, Alemanha, Austrália, África do Sul, Estados Unidos, Bordeaux, Uruguai, Nova Zelândia, Grécia etc. e sem poder calcular, por total falta de dados, quanto Jorge gastou com as garrafas provadas, mas não premiadas, cheguei à soma, nada desprezível de R$ 59.288.

Em um cálculo aproximativo, mas contido, acredito que se Jorge não fosse o “queridinho” dos produtores e importadores e tivesse comprado todas as garrafas degustadas, teria desembolsado quatro vezes mais (R$ 240.000).


Jorge é sortudo ...... além de não ter gasto um puto sequer, deve ter faturado uma bela grana: Miolo, Valduga, Geisse, Carraro, Guaspari, Zahill, Adega Alentejana, Casa Flora, Mistral, World Wine etc. etc. etc. nunca negaram cestas de Natal aos que elogiam suas garrafas.

Feliz melhores do ano de 2021...... com vinho chinês, aposto


Dionísio

 

 


Um comentário:

  1. Bueno.

    Precos descolados da realidade financeira, enofila e filosofica nessa lista, vem logo meteoro.

    Se os nossos criticos de vinhos do brasil sao assim, imagina os da jamaica?

    Se a mistral daqui he assim, imagina a da jamaica?



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