A pandemia, além de nos condenar a termos um comportamento de
quase ermitões, nos obriga a passar sempre mais tempo assistindo televisão ou
navegando na internet.
Na tela: Covid, vacinas contra o covid, virologistas e
infectologistas comentando a covid, cuidados para evitar contagio da covid,
remédio contra a covid, governantes brigando pelo “Oscar” do combate à covid,
UTI para os doentes de covid, boletins de mortos por causa da covid,
estatísticas da covid, nova cepa da covid ....... Paranoia total que parece não
ter fim.
Quando troco de canal, tentando fugir da “covid”, dou de cara com
trocentos programas de cozinha.
É um exército de “chefs”
de meia panela , avalanches de pratos para todos os gostos e desgostos,
conselhos, cursos, dicas, concursos e, naturalmente, propagandas de produtos.
Por falar em produtos.....
Lembram do Atala recomendando caldo Knorr?
Pois é, nosso tatuado chef está de volta atacando nossos paladares,
agora, com baunilha do cerrado.
Ao tentar fugir da TV-Covid tento encontrar refúgio nas redes
sociais (Facebook) ...... mais desgosto: Anúncios de importadores e
produtores de vinhos nacionais
Um festival de predadores!
Miolo, Valduga, Guaspari, Geisse, Carraro, Mistral, Grand Cru,
Inovini, Vinci ... uma verdadeira convenção de predadores.
Semana
passada um anúncio, desta feita da “Sonoma”, despertou minha atenção:
Baricci Brunello di Montalcino Cru
"Colombaio Montosoli" 2015 - Pré Venda
Entre os mais cobiçados Brunello da
safra 2015, esta estrela de 96 Pontos nasceu na melhor parte de Montosoli, o
vinhedo Cru mais valioso de Montalcino.
UNIDADE
37%
OFFR$ 1.260,00Por:R$ 799,90ou 3x de R$ 266,63
Meu fornecedor mais antigo (15 anos) é o Baricci e já nem lembro quantas garrafas sequei de seu ótimo Brunello.
Façam as contas
e vejam quanto é abnegada nossa querida Sonoma.
Mais um dado: A renda per capita/ano, na Itália, é
de 22.000 Euros o que significa que o italiano coloca no bolso pouco mais de
1.800 Euros por mês, assim sendo, ele pode comprar, cada 30 dias, 45 garrafas
de Brunello Baricci.
Consumo de
vinho no Brasil = 2/litros anos.
Graças à política de preços da Sonoma e dos outros
eno-predadores, o Brasil combate o alcoolismo.
Com este texto vc atacou o ponto certo do problema do consumo de vinho no Brasil. É por isso que posto muito raramente sobre vinhos. Só quando encontro B&B,bom e barato, o que é raro.
ResponderExcluirÉ preciso denunciar os abusos , sempre e , se possível, boicotar. Há anos não compro vinhos nacionais e de importadoras predadoras.
ResponderExcluirE o roubo é tão descarado que alguns "ícones" do Cone Sul, estão mais caros que muitos franceses e italianos (mesmo com a cotação assombrosa do Euro).
ResponderExcluirCom os R$ 2 mil que o cidadão desembolsaria para comprar o aclamado Almaviva, quantos vinhos bordaleses ele poderia comprar? Até uns Grand Cru Classé. E se partir para os Cru Bourgeois, com paciência, acharia uma dezenas de coisas, mesmo no Brasil superfaturado (isso só para citar os Assemblages bordaleses, os mesmos da"família" do Almaviva).
Mas você pode se tornar sócio da Wine e pagar módicos R$ 670 pelo "Deuxième Vin" do Almaviva, o EPU (a menos de dois anos custava menos de R$ 250).Já não valeria os 250 paus.
Aproveitando, começou a queima de estoque anual da Mistral, corre lá!!!
Corro de lá
ResponderExcluirÓtimo artigo! Realmente revoltante! O que já era caro, ficou ainda mais com a desculpa do aumento do dólar, da covid etc. Eu fico de espreita esperando uma ofertinha aqui ou alí, de importadoras não predadoras. Essas grandes, não dá mais. As queimas de estoque são ridículas. 2/3 do dobro. Nem é mais a metade do dobro. E quando passa a tal "queima", os preços voltam lá em cima. E o James 100 pontos para tudo Suckling, fica inflando os preços por aí. Acho que se acha o substituto do Parker. O que deu de 100 pontos para vinhos argentinos e chilenos, não é brincadeira. Bem, eu fico com meus portugueses e espanhóis de bom custo benefício, Languedoc, Loire, Africa do Sul (se quiser algo que lembra Bordeaux) etc. Quem não tem cão...
ResponderExcluirSalu2
Falamos ainda de descontos falsos, ninguem evoluiu mesmo desde que nosso Napolleao abriu o mercado para importados em 1991.
ExcluirEm relacao ao cambio, se o cambio sobe e desce, os precos deveriam acompanhar, mas quando os precos em R$ sobem, nunca mais descem.
Vinho que pica na lingua...
James Sukling da aulas agora na internet. A cada 5 minutos tem propaganda dele. E olha que a coisa esta bem feita, bem produzida, tem ate musica para melhorar o astral.
ResponderExcluirE voce pensava que nada que estivesse ruim nao poderia piorar ainda mais.
Dionísio,
ResponderExcluirsaindo do tema desse texto: você gosta dos vinhos feitos com a uva Nascetta?
https://www.winepoint.it/prodotti/live-nascetta-monferrato-bianco-vignaquaranti.php
nunca tinha ouvido falar dela, mas fuçando a newsletter de uma loja italiana, encontrei essa garrafa e queria saber mais a respeito.
Compra um timorasso para mim. Nao consigo achar dita uva por aqui. Prometo que te pago antes do Trump pagar o Rudy.
ExcluirEu também quero 3 garrafas do Timorasso e uma do Nascetta. Tem um do Elvio Cogno que é legal. Embrulha bem para não quebrar na viagem, tá? Se for pagar com cartão e dividir, fala que eu deposito todo mês um dia antes de cair a fatura. Se não for pedir muito, quando você chegar, coloca na transportadora. Mas cuidado, por que tem umas picaretas. Vê um frete baratinho também, tá?
ExcluirValeu, Eduardo!
Eduardo , pelo jeito você já pode abrir uma importadora e estuprar os enofilos tupiniquins. Boa sorte. Respondendo: A Nascetta é uma casta que foi "redescoberta" por Elio Cogno que está tentando conseguir o mesmo sucesso que os Ceretto alcançaram com o Arneis "Blangè".A Nascetta era um uva de mesa e não creio fará sucesso. Eu acho o Nascetta um vinho de merda.
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