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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

O ALMOÇO SEM OS ESPERTINHOS

 


Todas aquelas lembranças, quase melancólicas, dos almoços com os espertinhos, deve ter sido provocada pelo claustro “covidiano” que está alimentando, confesso, a saudade “dos felizes anos de então...” e até dos espertinhos, mas sei que não há retorno ...... O tempo é impiedosos.



Melancolia, ou não, para acompanhar o “Creme de Ervilhas com Espuma de Gorgonzola”, abri o Champagne Taittinger Brut.

O Taittinger Brut, “base”, é um Champanhe que se coloca entre as marcas extremamente comerciais e as etiquetas mais requintadas: Uma clássica e ótima garrafa de “entrada”.

Algumas informações: A Taittinger é uma vinícola familiar, proprietária de 288 hectares de vinhedos o que a coloca como uma potência regional e que vinifica somente com as próprias uvas.



A Garrafa, que custou R$ 260,00, representa uma ótima relação qualidade/preço e não tenho receio em afirmar que é difícil encontrar, no Brasil e por este preço, um espumante tão agradável, equilibrado e que possa satisfazer, plenamente, os paladares mais refinados.

O Champagne acompanhou regiamente minhas ervilhas.



Taittinger Brut: elegante e aconselhável para todas as boas e belas ocasiões.

Uma pequena observação: O Maria Valduga custa, na Super Adega, R$ 269,00.

Caso um eno-masoquista tenha coragem de comprar um Maria Verruga (ops) Valduga e compará-lo ao Taittinger, perceberá imediatamente quão ridícula, voraz, predadora é a vinícola gaúcha e o quanto os enófilos brasileiros são enganados.

O “Risotto de Abóbora e Nozes” pedia um vinho mais encorpado, robusto.

Havia chegado a hora do Château Musar”.



Nunca escondi o fascínio que tenho pelo grande vinho libanês e que o considero um dos meus preferidos.

Apenas uma dúvida...... “onde você comprou esta garrafa? ”

O conviva, orgulhoso e feliz, confirmou o que eu mais temia: Mistral.

A Mistral, como já afirmei inúmeras vezes, além de voraz e predadora é uma exímia “sodomizadora” e não demonstra pudor algum em nos empurrar garrafas absurdamente caras e já em franco declínio.

No famoso “bota fora” (melhor seria, dentro), a Mistral, tenta (e consegue) limpar a adega de todo seu estoque de garrafas com problema (leia-se: vencidas).

A Mistral aposta na pouca “cultura” e escasso repertório enológico dos consumidores brasileiros que raramente, ou nunca, beberam, por exemplo, uma garrafa de “Château Musar”.

Quando não se conhece um determinado vinho, não há histórico de lembrança comparativa o enófilo não pode opinar se aquela garrafa está perfeita ou menos, o enófilo bebe e julga, apenas, se aquele vinho é bom ou não.

O “Château Musar” era ainda aceitável para aqueles que pouco o conhecem, mas estava léguas de distância de sua natural e proverbial qualidade.



Bebi meia taça e amaldiçoei, mais uma vez, a Mistral.

O “Ossobuco al Civet”, antiga receita de minha avó e um dos pratos fortes do seu restaurante.

Quando o outono trazia frio e as primeiras neblinas “escondiam” os arrozais da “Pianura Padana”, o cardápio, do restaurante dos meus avós, mudava radicalmente: era chegada a hora da “Bagna Cauda”, “Bollito com Bagnèt”, “Panissa”, “Pulenta Cumudà” “Ossobuco al Civet” e outros pratos bem temperados, calóricos.



O “Civet” clássico, da minha avó, requer, no mínimo, dois dias de preparo.

A carne deve marinar, com as verduras, especiarias e vinho tinto, por 24 hora.

 Depois da marinada a carne passa por uma leve fritura, volta para a panela onde reencontra as verduras, o vinho e finalmente cozinha em fogo lento por 2 ½ /3 horas.

Um prato muito perfumado, saboroso e que exige um vinho de bom corpo, grande estrutura, complexo, elegante.



O Gattinara “Pietro”, de Davide Iaretti, poderia e deveria ter todos os requisitos para acompanhar, sem medo, o “Ossobuco al Civet”...mas não foi bem assim

Continua

Bacco

  

7 comentários:

  1. Salve Bacco,
    Uma curiosidade, quando vc prepara o ossobuco, vc usa o de vitelo ou o normal? Já tentei diversas vezes mas nunca cheguei na textura como os que comi na "bota", sem falar que devido ao longo cozimento, geralmente o osso se desprende da carne, nao resultando naquela bela aparência que se vé por lá.
    Abcs

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  2. Uso o de boi (vitela, nos supermercados, é quimera) . Nao creio que você tenha comido o ossobuco al civet,que normalmente não tem boa aparência. O mais comum, famoso é "Alla Milanese". Domingo vou cozinhá-lo novamente e postarei a receita.

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    Respostas
    1. Conhece Chambaril?

      Bem, há um truque para não a carne não soltar do osso. Farinhar, fritar levemente e depois cozinhar.

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  3. Arranja uma vaga nesse rango aí que eu levo um Prossequinho bem geladinho. Tá valendo?

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  4. Ok . Anote o endereço Av Maipú 675 Ushuaia Patagônia Argentina

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    1. Ótimo! A turma natureba disse que vai comigo e levará vinhos bem turvos e com cheiro de esterco e xixi de vaca escorrido no curral.

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  5. Vinhos recomendados pelo Didu Bilu tetéia?

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