Todas aquelas lembranças, quase melancólicas, dos almoços com
os espertinhos, deve ter sido provocada pelo claustro “covidiano” que está alimentando,
confesso, a saudade “dos felizes anos de então...” e até dos espertinhos, mas sei
que não há retorno ...... O tempo é impiedosos.
Melancolia, ou não, para acompanhar o “Creme de Ervilhas com Espuma de Gorgonzola”,
abri o Champagne Taittinger
Brut.
O Taittinger Brut, “base”, é um Champanhe que se coloca entre
as marcas extremamente comerciais e as etiquetas mais requintadas: Uma clássica
e ótima garrafa de “entrada”.
Algumas informações: A Taittinger é uma vinícola familiar, proprietária
de 288 hectares de vinhedos o que a coloca como uma potência regional e que
vinifica somente com as próprias uvas.
A Garrafa, que custou R$ 260,00, representa uma ótima relação qualidade/preço
e não tenho receio em afirmar que é difícil encontrar, no Brasil e por este
preço, um espumante tão agradável, equilibrado e que possa satisfazer, plenamente,
os paladares mais refinados.
O Champagne acompanhou regiamente minhas ervilhas.
Taittinger Brut: elegante e aconselhável para todas as boas e belas
ocasiões.
Uma pequena observação: O Maria Valduga
custa, na Super Adega, R$ 269,00.
Caso um eno-masoquista tenha coragem de comprar um Maria
Verruga (ops) Valduga e compará-lo ao Taittinger, perceberá imediatamente quão
ridícula, voraz, predadora é a vinícola gaúcha e o quanto os enófilos
brasileiros são enganados.
O “Risotto de Abóbora e Nozes”
pedia um vinho mais encorpado, robusto.
Havia chegado a hora do “Château
Musar”.
Nunca escondi o fascínio que tenho pelo grande vinho libanês e
que o considero um dos meus preferidos.
Apenas uma dúvida...... “onde você comprou
esta garrafa? ”
O conviva, orgulhoso e feliz, confirmou o que eu mais temia: Mistral.
A Mistral, como já afirmei inúmeras vezes, além de voraz e predadora
é uma exímia “sodomizadora” e não demonstra pudor algum em nos empurrar
garrafas absurdamente caras e já em franco declínio.
No famoso “bota fora” (melhor seria,
dentro), a Mistral, tenta (e consegue) limpar a adega de todo seu
estoque de garrafas com problema (leia-se: vencidas).
A Mistral aposta na pouca “cultura” e escasso repertório
enológico dos consumidores brasileiros que raramente, ou nunca, beberam, por
exemplo, uma garrafa de “Château Musar”.
Quando não se conhece um determinado vinho, não há histórico de
lembrança comparativa o enófilo não pode opinar se aquela garrafa está perfeita
ou menos, o enófilo bebe e julga, apenas, se aquele vinho é bom ou não.
O “Château Musar” era ainda aceitável para aqueles que pouco o
conhecem, mas estava léguas de distância de sua natural e proverbial qualidade.
Bebi meia taça e amaldiçoei, mais uma vez, a Mistral.
O “Ossobuco al Civet”, antiga
receita de minha avó e um dos pratos fortes do seu restaurante.
Quando o outono trazia frio e as primeiras neblinas “escondiam”
os arrozais da “Pianura Padana”, o cardápio, do restaurante dos meus avós,
mudava radicalmente: era chegada a hora da “Bagna Cauda”, “Bollito
com Bagnèt”, “Panissa”, “Pulenta Cumudà”
“Ossobuco
al Civet” e outros pratos bem temperados, calóricos.
O “Civet” clássico, da minha avó, requer, no
mínimo, dois dias de preparo.
A carne deve marinar, com as verduras, especiarias e vinho
tinto, por 24 hora.
Depois da marinada a
carne passa por uma leve fritura, volta para a panela onde reencontra as
verduras, o vinho e finalmente cozinha em fogo lento por 2 ½ /3 horas.
Um prato muito perfumado, saboroso e que exige um vinho de bom
corpo, grande estrutura, complexo, elegante.
O Gattinara “Pietro”, de Davide Iaretti,
poderia e deveria ter todos os requisitos para acompanhar, sem medo, o “Ossobuco al Civet”...mas não foi bem assim
Continua
Bacco
Salve Bacco,
ResponderExcluirUma curiosidade, quando vc prepara o ossobuco, vc usa o de vitelo ou o normal? Já tentei diversas vezes mas nunca cheguei na textura como os que comi na "bota", sem falar que devido ao longo cozimento, geralmente o osso se desprende da carne, nao resultando naquela bela aparência que se vé por lá.
Abcs
Uso o de boi (vitela, nos supermercados, é quimera) . Nao creio que você tenha comido o ossobuco al civet,que normalmente não tem boa aparência. O mais comum, famoso é "Alla Milanese". Domingo vou cozinhá-lo novamente e postarei a receita.
ResponderExcluirConhece Chambaril?
ExcluirBem, há um truque para não a carne não soltar do osso. Farinhar, fritar levemente e depois cozinhar.
Arranja uma vaga nesse rango aí que eu levo um Prossequinho bem geladinho. Tá valendo?
ResponderExcluirOk . Anote o endereço Av Maipú 675 Ushuaia Patagônia Argentina
ResponderExcluirÓtimo! A turma natureba disse que vai comigo e levará vinhos bem turvos e com cheiro de esterco e xixi de vaca escorrido no curral.
ExcluirVinhos recomendados pelo Didu Bilu tetéia?
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