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domingo, 10 de fevereiro de 2019

GAJA.....FINAL


Nas noites frias do inverno, Santa Margherita Ligure, tem a mesma alegria e movimentação de um cemitério em dia chuvoso.
 

Quase todos os hotéis, bares, restaurantes e lojas, fecham as portas em final de janeiro e somente as reabrem em março.

Beber uma boa taça não é tarefa fácil….

Menos mal que, nos finais de semana, a “Vineria Macchiavello” sai do recesso para a alegria dos sedentos clientes.

 
Enrico e Raffaella, proprietários da enoteca, às sextas feira invernais, organizam jantares sempre regados com vinhos de uma região italiana e pelo preço fixo de 40 Euros.

Semana passada, para acompanhar embutidos, queijos, lasanha, carne assada e sobremesa, a região escolhida foi a Toscana.

Os vinhos propostos: Morellino di Scansano 2016 “Morisfarms”, Chianti Classico “Pèppoli” 2016 Antinori e, finalmente, o vinho que me convenceu a participar do jantar, Brunello di Montalcino 2013 “Pieve Santa Restituta” Gaja.

A apresentação dos vinhos, suas características e um pouco de história de cada denominação, foi realizada por Enrico Valle proprietário e sommelier da casa.
 

Pratos calóricos, mas perfeitos para a noite fria, plateia selecionada, bela dissertação de Enrico e.…. finalmente os vinhos.

Minhas impressões.

O Morellino di Scansano 2016, da vinícola MorisFarms, apresentou bela cor, perfumes intensos e frutados e na boca agrada sem entusiasmar.
 

Como grande parte dos vinhos da Maremma, o Morellino da MorisFarms, além do Sangiovese, é vinificado acompanhado por castas francesas, neste caso, Merlot e Syrah.

Não desagrada, mas não é um vinho que pediria espontaneamente: Há vinhos mais autênticos e melhores na mesma faixa de preço.

O Chianti Classico “Pèppoli”, apesar da adição, outra vez, do Merlot e Syrah, me agradou.

Brilhante, fresco, taninos presentes, mas macios, fácil de beber, acompanhou soberbamente uma ótima lasanha.

Bom vinho.

Aguardei com ansiedade, que Enrico terminasse a apresentação do Brunello, para finalmente provar o famoso “Pieve Santa Restituta” do Gaja.

Talvez tenha sido a grande expectativa, o desejo quase infantil, ou, quem sabe, exagerar na importância do nome “Gaja”, mas devo confessar que aquele Brunello, já no primeiro gole, me decepcionou.

Tentei corrigir meu juízo e bebi mais um pouco de “Pieve Santa Restituta”.
 

Piorou.....

Um vinho de estilo claramente “internacional”, com excesso de madeira, álcool muito presente e difícil de beber.

Fiquei pensando qual a razão do Gaja em insistir em um estilo de vinificação que já não empolga, não agrada nem seduz.

Resposta: Exportação para os que não entendem de Brunello.

 
Sem medo de errar afirmo que o “Pieve Santa Restituta”, foi um dos piores Brunello que já bebi e declaro que não foram poucos....

Acreditem....voltei rapidamente para o melhor vinho da noite: Chianti Classico “Pèppoli”  

Bacco

11 comentários:

  1. Muita satisfação em ver que trouxe uma garrafa desse Chianti Classico “Pèppoli” na bagagem.
    Mas não foi a toa, experimentei uma taça desse vinho em um restaurante de Florença e vi a potencialidade dele.

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  2. Será que estou errado por nunca mais ter tomado vinhos do Antinori, em função da vinícola estar entre as envolvidas na fraude de 2003? Mas se o BACCO, que como eu, é um antipetista indignado com tantos anos de corrução não leva isso em consideração, devo ser eu o enotonto por estar abrindo mão de bons vinhos!

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  3. A Antinori não é um exemplo de lisura nem de qualidade e eu não sou um fã de seus vinhos, mas naquela noite de horror vinícola, o Peppoli foi o melhor. Antinori produz centenas de etiquetas ealgumas são bebiveis. Você não é um enotonto

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  4. Como parte da minha expiacao dos pecados, eu ja tomei o peppoli em alguns paises. Sempre me decepcionou pela expectativa, mas é potavel. Mas no caso do Bananal, o peppoli atinge precos ridiculos que honestamente nao sei como chegaram nessa conta.

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  5. O Pèppoli é um bom Chianti. Não é nenhum San Felice (principalmente se tratarmos da linha Il Grigio), mas ele não faz feio (só não pago 200 paus nele). E como o Bacco constatou, comparativamente, se destacou frente ao Brunello Pieve Santa Restituta, que também acho bem fraco. Quanto às restrições a Antinori, também as tenho. No entanto, não digo que não produza vinhos bebíveis. Se alguém quiser me enviar algumas garrafas na faixa, eu passo o endereço. Mas se quiser me enviar San Felice, aí eu pago.
    Sds

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  6. Respostas
    1. Vi até por mais que isso. Mas agora achei por cento e pouco na SA. É um vinho que eu acho não poderia passar a barreira dos 100. Você dizendo que acha por 9/10 na Itália, seria mais ou menos este o valor dele por aqui. Mas a turma não perdoa.
      Sds

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  7. era só essa que faltava:
    http://blog.tribunadonorte.com.br/vinodivinovino/93944
    E eu não sabia que o ovo era usado para esclarecimento. Mas agora, estou esclarecido. hahaha

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  8. A clara do ovo é usada há muitíssimos anos no vinho. É um clarificante já usado , dizem ,pelos romanos. Desde 2012 na Itália a adição deve constar na etiqueta para satisfazer as exigência dos veganos e dos alérgicos. Não há noticia, todavia, que algum vegano tenha morrido bebendo vinho....

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    Respostas
    1. Sim. Mas foi engraçado como traduziram "clarification".

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  9. Você tem razão. Não havia notado o "esclarecimento".O Elmano é mais um "expert" que nos brinda com seus conhecimentos

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