A série de Bacco, sobre os idolatrados vinhos “Gaja”, veio bem
na hora em que eu lia mais um relatório sobre novas áreas vinícolas onde vários
grupos comerciais (que ocasionalmente produzem vinhos), entre eles americanos,
bordaleses e borgonheses, estão investindo.
A África do Sul é uma delas.
Os vinhos da África do Sul deveriam estar em todas as adegas se
fosse levado em conta o quesito “qualidade-custo”.
Não estão e nem
estarão.
Apesar do investimento pesado em marketing, que em breve testemunharemos,
há um teto baixo no que tange volume, área plantada e um limitado número de
consumidores (exceto os pinguços do reino unido) que estariam dispostos a
trocar as etiquetas de países tradicionais e encherem suas taças com vinhos da
África do Sul.
O perigo, para a indústria do vinho (principalmente a europeia),
mora mais longe e o estrago que deverá causar será de proporções épicas.
Durante muito tempo muitas vinícolas europeias conseguiram
dinheiro para plantar e aumentar a produção de vinhos contando umas cascatas ao
gerente do banco local.
Uma delas: como produzir e vender vinhos para nosso “Banánico
Gigante Adormecido”, China, Rússia, Índia...aquela turma que, na opinião dos
economistas de botequim, teria dominado o mundo já em 2015.
Pfui.
Nas feiras de negócios vinícolas já se sabia que os chineses comprariam
muitas zurrapas (ou o que fosse mais barato) e que dariam oxigênio ao fluxo de
caixa.
Os outros mercados tradicionais comprariam os vinhos mais
caros ou verdadeiros.
A China acordou, da pobreza e da fome pós Mao (quem sobrou) e
se tornou o consumidor mais voraz de tudo o que há no mundo.
De 2012 a 2016 consumiram mais cimento que todo EUA no século
XX.
Acionistas da Vale do Rio Doce deveriam acender umas velas por
dia em agradecimento aos chineses.
Os orientais aprenderam a gostar de vinho e, sem mais delongas,
compraram vinícolas com dinheiro fácil vindo dos esquemas.
Em seguida aprenderam a beber, plantar uva e produzir vinhos
(digo, de passagem, em tempo recorde).
Em degustações às cegas já amealham as famosas medalhas e
prêmios.
A China já tem, hoje, a segunda maior área mundial de
vinhedos, perdendo por pouco para a Espanha e ainda estão plantando mais...a
coisa não tem fim.
Já produzem mais vinhos
que o Chile, estão quase ultrapassando a Argentina e rapidamente alcançarão a Austrália.
Duvida?
Com a consolidação da viticultura chinesa acabou a vida fácil
das vinícolas.
Os chineses terão uva
suficiente para produzir bons vinhos e poderão escolher se vender para o
mercado interno, se exportar para mercado de fraudes ou para o mercado sério (vinhos para mistura/fraude
ainda mais barato que os vinhos do sul da Europa) ou, até mesmo, se aumentar as falsificações de
etiquetas famosas com bons vinhos nas garrafas.
Todas as parcerias, via empréstimos sem fundo, que fizeram na África
e na Ásia, vão abrir vários mercados, inclusive o de vinhos.
Duvida?
Quando chinês se engaja em alguma coisa o restante do planeta
acaba enrabado.
Um relatório da CIA, que vazou na internet, revela que ainda
não há planos apontando que os chineses queiram falsificar vinhos gaúchos,
O promissor mercado das falsificações continuará visando
somente os de sempre: Europeus.
A serra respira aliviada e nos.... levando enrabada por mais
um tempo.
Bonzo
já provou algum vinho chinês, Bonzo?
ResponderExcluirainda nao e tenho certeza que beberia o vinho cheio de preconceitos. tem que ser as cegas. vou atras de um. nova missao de vida.
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