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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

EnGAJAdos e enrabados


A série de Bacco, sobre os idolatrados vinhos “Gaja”, veio bem na hora em que eu lia mais um relatório sobre novas áreas vinícolas onde vários grupos comerciais (que ocasionalmente produzem vinhos), entre eles americanos, bordaleses e borgonheses, estão investindo.
 
 
 

A África do Sul é uma delas.

Os vinhos da África do Sul deveriam estar em todas as adegas se fosse levado em conta o quesito “qualidade-custo”.

 Não estão e nem estarão.

Apesar do investimento pesado em marketing, que em breve testemunharemos, há um teto baixo no que tange volume, área plantada e um limitado número de consumidores (exceto os pinguços do reino unido) que estariam dispostos a trocar as etiquetas de países tradicionais e encherem suas taças com vinhos da África do Sul.
 

O perigo, para a indústria do vinho (principalmente a europeia), mora mais longe e o estrago que deverá causar será de proporções épicas.

Durante muito tempo muitas vinícolas europeias conseguiram dinheiro para plantar e aumentar a produção de vinhos contando umas cascatas ao gerente do banco local.

Uma delas: como produzir e vender vinhos para nosso “Banánico Gigante Adormecido”, China, Rússia, Índia...aquela turma que, na opinião dos economistas de botequim, teria dominado o mundo já em 2015.
 

 Pfui.

Nas feiras de negócios vinícolas já se sabia que os chineses comprariam muitas zurrapas (ou o que fosse mais barato) e que dariam oxigênio ao fluxo de caixa.

Os outros mercados tradicionais comprariam os vinhos mais caros ou verdadeiros.

A China acordou, da pobreza e da fome pós Mao (quem sobrou) e se tornou o consumidor mais voraz de tudo o que há no mundo.

De 2012 a 2016 consumiram mais cimento que todo EUA no século XX.

Acionistas da Vale do Rio Doce deveriam acender umas velas por dia em agradecimento aos chineses.
 

Os orientais aprenderam a gostar de vinho e, sem mais delongas, compraram vinícolas com dinheiro fácil vindo dos esquemas.

Em seguida aprenderam a beber, plantar uva e produzir vinhos (digo, de passagem, em tempo recorde).

Em degustações às cegas já amealham as famosas medalhas e prêmios.

A China já tem, hoje, a segunda maior área mundial de vinhedos, perdendo por pouco para a Espanha e ainda estão plantando mais...a coisa não tem fim.

 Já produzem mais vinhos que o Chile, estão quase ultrapassando a Argentina e rapidamente alcançarão a Austrália.
 

Duvida?

Com a consolidação da viticultura chinesa acabou a vida fácil das vinícolas.

 Os chineses terão uva suficiente para produzir bons vinhos e poderão escolher se vender para o mercado interno, se exportar para mercado de fraudes ou para o mercado sério (vinhos para mistura/fraude ainda mais barato que os vinhos do sul da Europa) ou, até mesmo, se aumentar as falsificações de etiquetas famosas com bons vinhos nas garrafas.

Todas as parcerias, via empréstimos sem fundo, que fizeram na África e na Ásia, vão abrir vários mercados, inclusive o de vinhos.

Duvida?

Quando chinês se engaja em alguma coisa o restante do planeta acaba enrabado.

Um relatório da CIA, que vazou na internet, revela que ainda não há planos apontando que os chineses queiram falsificar vinhos gaúchos,

O promissor mercado das falsificações continuará visando somente os de sempre: Europeus. 

A serra respira aliviada e nos.... levando enrabada por mais um tempo.

Bonzo

2 comentários:

  1. ainda nao e tenho certeza que beberia o vinho cheio de preconceitos. tem que ser as cegas. vou atras de um. nova missao de vida.

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