Assim, como crônicas de tragédias anunciadas em Banania, que
nunca falham em acontecer, nossos parentes italianos já passaram do limite nos
trambiques e a população paga um preço muito caro (inclusive na saúde) ao se
submeter à picaretagem e aos pedágios da máfia.
Há poucos lugares no planeta mais lindos e inesquecíveis que o
sul italiano, ilhas inclusas.
Muito mais interessante
e bonitos do que os badalados sul da Tailândia, Índia, África do Sul e outras
mecas (sem trocadilho) do turismo mundial.
Me surpreende que muita gente ainda não entendeu porque há aquelas
aldeias abandonadas, baratas, que em tese estariam prontinhas para serem
amealhados por grupos vinícolas, hoteleiras, restaurantes e afins.
Ou você nunca se perguntou porque cidades no sul da Itália
oferecem uma graninha para quem se mudar para lá ou por qual motivo um pedaço
de terra, dos melhores para agricultura, custa tão pouco quando comparado às
regiões mais ao norte?
Temos somente a miséria obtida após décadas de trambique e
coação.
A lista do PIB per
capita pode ser vista aqui
Tenho até pena dos africanos que saem dos barcos em busca da
terra prometida.
Estão ferrados, ali, também.
Há mais uma investigação em curso e dessa vez, 50 vinícolas e
ou empresas, estão na mira da polícia por fraude nos vinhos de várias regiões.
A mesma falcatrua de sempre: Mostos baratos, comprados em
outras localidades e adicionadas aos vinhos DOC.
Tudo completamente fora das leis das DOCG, DOC, DOP da vida.
https://www.thedailybeast.com/sting-operation-targets-cheap-grapes-in-fancy-wines
Azar de que tenta competir com essa gente.
Como competir com quem
adultera vinho, aumenta margens artificialmente e acaba com mercado?
O controle das DOC italianas parece ser atuante, mas deixa
escapar muita coisa e pelo jeito a punição compensa o crime.
Haja vista a sequência de
escândalos que acontecem regularmente.
As DOC falharam.
Criaram uma ilusão de proteção, de alta qualidade, de algum
controle, de alguma autenticidade, mas os relatos e notícias, que envolvem as
DOC e afilhadas, na Itália, dizem o contrário.
No caso dos queijos e azeites, as fraudes atacam carteiras,
reputações, mas também deixam um rastro de doenças que podem ser desenvolvidas
dependendo da quantidade da química usada e adicionada aos produtos.
Do alto da minha inteligência, abençoada e superior, eu proponho
algumas mudanças nas DOC desde já.
1.
Banimento perpétuo em qualquer atividade
empresarial para quem for pego falsificando qualquer DOC (isso inclui fechamento
das atividades que não poderiam ser vendidas ou transferidas para quem quer que
seja)
2.
Cadeia
3.
Multa pesada
4.
Vinhedos e olivares erradicados
5.
Todas as medidas acima
Laranjas da máfia não teriam algum perdão por terem sido obrigados
a participar das fraudes e, aqui também, fechamento das empresas.
Que plantem cortiça ou agave.
Vivemos numa era em que a próxima geração de clientes se
preocupa com autenticidade e exclusividade.
São mudanças que
ocorrem aos poucos, mas são equivalentes a mega terremotos no varejo mundial.
Enquanto a Itália não combater de frente, de lado ou de
qualquer maneira essas práticas, continuaremos a testemunhar a derrocada de um
país (ou países-estados antes) que foi um dos berços da civilização atual e
base de muitos países mundo afora via emigração (espalhando a “ética” inabalável dos modos operandi
italiano).
Lamento e me envergonho
das minhas origens
Bonzo
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