A primeira taça de Freisa não aplacou minha sede e Roberto,
percebendo minha “necessidade”, serviu uma segunda.
Enquanto degustava, meu leve e fresco tinto, os dois
casais de brasileiros continuavam, impávidos e suados, esvaziando mais uma taça
do pesado e quase mastigável Nero D’Avola.
Como, sabiamente, escreveu um palerma e administrador de um grupo de quase enófilos “....as pessoas são livres para degustar seu vinho (branco, rosé ou tinto) da forma que quiserem e onde bem entenderem”
Quem sou eu, então, para sugerir quando e qual vinho beber?
O melhor é deixar os turistas brasileiros encherem a cara com
Nero D’Avola sob um sol de 35º.
Mas voltemos ao meu Freisa.....
O Freisa pode ser doce, seco,
frisante ou fermo (tranquilo).
A minha predileção recai sobre a tipologia “fermo secco”
Uma festa para os olhos, nariz e paladar, o Freisa se apresenta com uma bela e
transparente cor rubi, insofismáveis aromas de framboesa, na boca é fresco,
pleno, com um leve retrogosto amargo, no final.
Um grande, interessante e particular vinho piemontês.
Quando Roberto percebeu que a minha parada para o aperitivo, estava chegando ao fim, me apresentou a garrafa do Freisa, que servira e
perguntou: “Conhece? ”.
“ Conheço e conheço muito...”, foi minha resposta e não estava
mentindo.
“Langhe Freisa Sylla” é, na
minha opinião, o mais interessante vinho produzido pela vinícola de Mauro Sebaste
e sem sobra de dúvida um dos melhores Freisa
que conheço…e não são poucos...
Visitei a vinícola Mauro Sebaste inúmeras vezes e sempre à
procura de seu soberbo Freisa que
custa pouco mais de 7 Euros.
Mauro, quando está em dia solar, é ótimo anfitrião, atende as
visitas com cordialidade, conta histórias de sua vida de viticultor, apresenta
seus vinhos com entusiasmo e quando se elogia seu Freisa,
em cuja etiqueta consta o nome de sua mãe, se derrete todo e serve taças e mais
taças de vinho.
Quando está de saco cheio ou com algum problema, nem aparece e
delega aos funcionários o trabalho de recepção, degustação e vendas.
Está chegando o outono!
O calor se foi, as praias estão vazias e a grande meta do
turismo, da nova estação, é Alba seus “tartufi”, culinária e grandes vinhos.
Ao visitar as “Langhe”, neste
outono, esqueça por um instante os três “B” (Barbera,
Barbaresco, Barolo), saia da mesmice e ouse.
Prove um ótimo Pelaverga de Fratelli Alessandria, um incrível Gamba di Pernice
da “Tenuta dei Fiori” e não esqueça de provar o Freisa de Mauro Sebaste.
Bacco
É uma pena que nenhuma destas belezas seja encontrada por aqui. E se fosse, cobrariam o olho da cara.
ResponderExcluirSim . Juntam o protecionismo das tremendas-bostas nacionais e a ganância das importadoras
ResponderExcluirEsses vinhos delicados sofrem em demasia no transporte maritimo, interno e nos armazens das predadoras, perdem muito na qualidade.
ResponderExcluirSão raros , mas não delicados e aguentam bem a viagem e não perdem qualidade, creia
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