Bacco tem sua razão, Zé tem sua razão, mas que está certo é
Bonzo com seu bordão: “Percamos as
Esperanças”.
Bacco está coberto de razão quando afirma que uma crise
atingiu, em 2022, o setor vinícola, afinal a quebra na produção é evidente e já
é percebida na elevação dos preços em todos os mercados mundiais.
Zé está certíssimo quando nos mostra que há regiões em que a
seca e o calor saarianos não atingiram gravemente os vinhedos e que sempre
haverá uma via de fuga para os enófilos mais atentos.
Os francesas podem esquecer a Borgonha e pular para Bordeaux.
O italiano deixa de lado o Piemonte e “descobre” a Campânia.
O português foge do Douro e ameniza sua “sede” no Algarve
e....por aí vai.
Mas uma coisa é certa: os preços aumentarão, em todos os cantos
e para nosso desencanto.
Os europeus, mais uma vez e como sempre, levarão vantagem.
O italiano beberá menos Franciacorta e aumentará o consumo de
Prosecco.
O francês deixará de lado o Châteauneuf-du-Pape e se consolará com o Côte du Ventoux.
O português poderá
afogar suas magoas em uma garrafa de “Titular” branco ou tinto.
Neste ponto entra,
no palco, o enófilo brasileiro e Bonzo com seu: “Percamos
as Esperanças”.....
Sim, os europeus conseguirão
contornar a crise diminuído um pouco a qualidade e consequentemente o preço de
seus vinhos do dia-dia, mas para onde correrão os brasileiros?
Como baixar a
qualidade de uma porcaria como o “Pérgola”?
Onde encontrar
algo pior do que “Miolo Seleção”
Qual paladar
resistirá a um líquido com qualidade inferior à do “Salton Classic Tannat”?
O enófilo
brasileiro deverá migrar para o Chalise, Cantina da Serra, Sangue de boi, Dom Bosco ou
outro insulto enológico?
Não senhores!
Como bem ressalta
um leitor, em seu comentário na matéria “Apocalipse…”, o brasileiro aumentará o
já enorme consumo de cerveja e cachaça.
Mais umas coisinhas....
O francês, para beber
uma garrafa de Côte
du Ventoux (7 Euros) gasta 0,0045%
de seu salário (1.550 Euros)
O italiano, para
levar para casa uma garrafa Prosecco (5 Euros), desembolsa 0,0033% de seu
salário (1.500 Euros).
O pobre enófilo brasileiro,
refém dos predares-produtores nacionais, para tentar engolir um Miolo Seleção
Merlot (R$ 35) precisa se desfazer de 0,28% de seu salário.
Simplificando: O
trabalhador francês, com seus 1.550 Euros mensais, compra quase 222 garrafas d
Côte du Ventoux.
O trabalhador italiano,
com seus 1.500 Euros pode encher a cara entornando 300 garrafas de Prosecco;
O trabalhador
tupiniquim, com seus R$ 1.212, poderá esvaziar apenas e por sorte, 34/35
garrafas do quase-vinho da Miolo.
Bonzo tem razão “Percamos as Esperanças”
Dionísio
Fique tranquilo. Até o negócio phoder de vez, você, Toledinho, Bacco, eu e todos que passam por aqui, já teremos ido desta para pior.
ResponderExcluirSó esperando qual será a primeira importaPredadora que trará o vinho com exclusividade aqui para o Bananal.
ResponderExcluirVinhedo em miniatura produz um dos vinhos mais exclusivos do mundo:
https://www.google.com/amp/s/epocanegocios.globo.com/amp/Vida/noticia/2022/08/vinhedo-em-miniatura-produz-um-dos-vinhos-mais-exclusivos-do-mundo.html
Mais um espertinho picareta querendo ganhar dinheiro fácil enganando eno-tonto
ExcluirRecebi hoje 12 garrafas de Bramaterra 2011 da Tenuta Sella ao preço de 22 dólares. Abri uma hj no jantar e amanhã vou compras as outras 12 que a loja tem no estoque. Assim vou me garantindo… A indicação do Bacco é o Lessona, mas o Bramaterra está ótimo. Obrigado pela dica
ResponderExcluirO Bramaterra é ótimo . Comprou nos EUA?
ResponderExcluirAnsioso pela resposta se sobrar rs
ExcluirYes
ExcluirAlém de ter uma variedade grande de vinhos de todos os lugares, ainda existe a possibilidade de comprar diretamente dos produtores/enotecas sem restrições. Só o frete custa mais caro, mas não existe ‘cota’
ExcluirHá poucos anos atrás, diversos vinhos franceses e italianos custavam mais barato nos Estados Unidos do que nos países de origem. No governo Trump houve um aumento de tarifa de importação e pelo visto, agora, estão custando praticamente o mesmo preço dos países de origem.
ExcluirAs tarifas Trumpianas nao atingem vinhos italianos. Mercado americano exige bastante cuidado para cravar alguma tendencia, algo contudente. Muito volume, muitas origens, muitas promocoes, muito movimento de estoques toda hora.
ExcluirÉ facil perceber que nos EUA os preços são quase iguais aos da Itália (o Bramaterra Lessona custa , na Bota 20/23 Euros) . Os importados não inibem nem a produção nem o consumo: Os EUA são o 4º produtor e o 1º consumidor mundial de vinho. Enquanto isso, no reino do protecionismo, continuamos bebendo Miolo "Secreção" custando mais do que um Bramaterra
ResponderExcluirOra! Não reclame. Li há pouco uma matéria que enaltece o fato de que somos o maior importador do Piscine! Que tal iniciar sua feijoada com este límpido rosé, antes do ápice etílico com os aromas amadeirados do Lote 43?
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