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segunda-feira, 8 de agosto de 2022

DIAS PIORES VIRÃO

 

O título da matéria não poderia ser mais apropriado e antecipa o que acontecerá quando atingir, em cheio, os bolsos quase vazios e os cartões já debilitados dos enófilos do mundo todo.



A “Coldiretti” (a maior associação de cultivadores da Itália) anuncia que a vindima, de 2022, já iniciou em algumas regiões da Itália.

O calor de 40º e a longa estiagem obrigaram os viticultores a antecipar, em 10 dias, a safra que, apesar de “ótima qualidade”, será de “apenas” 45,5 milhões de hectolitros (10% menor que a de 2021).


Acredito, sim, que a quantidade será menor, mas não a afirmação que exalta uma “ótima qualidade”: O vinho de 2022 será parecido com o de 2003: baixa acidez e alto teor alcoólico…. E tome osmose reversa.


Outra certeza: os preços aumentarão, mais uma vez, para desespero dos já desesperados enófilos brasileiros que lutarão contra duas frentes: Os preços absurdos dos quase-vinhos nacionais e os sempre mais salgados das garrafas europeias.

Se algum descendente de Pangloss acreditar que o câmbio favorável compensará a alta dos preços, provocada pela escassez, pode tirar o cavalo do sol: Nossos importadores são predadores tão famintos, ou mais, até, do que nossos produtores de quase-vinhos.


Se a situação é dramática nas vinhas italianas, as parreiras francesas não vivem melhores momentos, muito pelo contrário.

O drama francês nada deve ao peninsular e a estiagem (na França choveu 88% menos do que o normal) preocupa mais do que o calor africano.

Os dois fenômenos, negativos, provocaram uma antecipação da colheita jamais vista anteriormente (vários produtores do Aude já iniciaram a colheita em 25 de julho).



A videira é uma planta muito resistente, mas até sua proverbial adaptação tem limites.

 A uva é composta por 75% de água e quando a parreira entra em stress hídrico, para se proteger e sobreviver, deixa cair seus frutos: se não há água a planta sacrifica seus bagos para, assim, evitar a morte.

Deu para perceber o drama?



Para encerrar com chave de ouro, a matéria, tenho certeza que   os preços dos vinhos, franceses e italianos, que em 10 anos quase dobraram, continuarão sua inexorável ascensão, para desespero dos consumidores brasileiros e alegria dos importadores e produtores de quase-vinhos nacionais.



Relaxe, compre KY ou......beba menos.

Bacco

 

  

6 comentários:

  1. Pois eu, desde de 2020, já venho bebendo menos devido ao aumento dos preços. Daqui a pouco vou virar abstêmio.

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  2. Os relatorios das seguradoras (e resseguradoras) sobre o que esta por vir da medo.
    Clima nao tem ideologia politica, ao contrario dos jegues que votam no asno atual ou no luisque da silva. Vontade de ir para marte no foguetinho do Silvio Santos.

    A boa noticia: Tem cana para cacete no mundo, quem quiser pode encher a cara com a bebida do brasuca raiz...inventada pelos escravos (eles tambem inventaram o mulato e a feijoada); coisa da nossa terra. Qualquer 4 cruzeiros compra um litrao la na curva do estrada do turvo.

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    Respostas
    1. Será a cachaça a solução?

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    2. Que nada! Recentemente um apreciador de cachaça reclamou na fila da padaria, que o corote em um ano passou de $2 para $5! Um educado na fila explicou que "a indústria açucareira está preferindo produzir etanol"! Daí veio a seguinte resposta, "Dr. eu vendi o carro depois que descobri que ele bebe mais que eu!!!" kkkk

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  3. Artigo pertinente, dos bons. E sem fazer propaganda de chablis e de imoveis na italia!!! Bacco, alguns dizem que as DOC da vida na europa terao que abrir as perninhas e autorizar o uso de agua nas parreiras. Duvido. Nao esta tendo agua nem para hospital em alguns lugares, quanto mais para a agricultura nao essencial.

    Povo ta fudido mesmo. Ja ja vem um bando de italiano tentando vender terras aos extrangeiros...capaz de brasileiro com ego inflado (os galvao bueno da vida) comprar uns pedacinhos de inferno na europa.

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  4. Substituí o vinho por suco de uva integral. Melhor que as zurrapas nacionais ou importadas!

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