“Ristorante dei Cacciatori”, “Angolo di Paradiso”, “Osteria dei Cacciatori”, “La Bottega di Cesare” e outros nomes, que agora já não
lembro, com os quais Cesare batizou seus locais, refletem o espirito irrequieto
e rebelde deste genial cozinheiro piemontês.
Tao rebelde e difícil de lidar, que durante anos pendurou, na
porta do restaurante, uma placa com os dizeres: “Apro Quando Arrivo” (Abro Quando Chego)
Cesare Giaccone nasceu em 1946 em Albaretto dele Torre na
casa/restaurante dos pais.
Péssimo aluno, completou apenas o primário, aos 16 anos
ajudava a família trabalhando, como ajudante de pedreiro e nas horas vagas descascando
batatas.
Aurelio Scavino, grande cozinheiro e amigo da família Giaccone,
resolveu convidar o adolescente, Cesare, para trabalhar, por uma temporada, no
Hotel Sant’Orso, em Cogne, estação de esqui da Val d’Aosta.
Começa, justamente em Cogne, a paixão de Cesare pela cozinha.
Após Cogne passagens por Bordighera, Torino, Firenze, Alemanha, Suíça, Áustria, etc. até reencontrar as antigas e nunca esquecidas, raízes na pequena Albaretto della Torre.
Uma pequena pausa para informar.....
Albaretto é uma minúscula aldeia perdida nas colinas da “Alta
Langa”, distante do centro eno-gastronômico de Alba e arredores, sem atrativo
algum e onde ninguém para nem para tirar a água do joelho….
É preciso ter muita coragem e uma imensa confiança na
genialidade da própria cozinha.
Cesare Giaccone sempre teve ambas, coragem e confiança e até
Robert de Niro sucumbiu aos seus geniais pratos.
Quem não comeu o cabrito no espeto (caramelado e crocante, por
fora, úmido e macio, dentro), os Agnolotti del Plin, com a massa tão fina e
quase transparente, o “Zabaione” feito na hora em um tacho de cobre e “Porcini
e Pesche alla Willsberger”, de Giaccone, não saberá o que perdeu: Cesare
Giaccone teve um derrame e fechou “La Bottega Ristorante di Cesare”.
RECEITA – PORCINI E
PESCHE ALLA WILLSBEGER
Porcini são cogumelos comestíveis, muito perfumados e saborosos
que nascem, espontaneamente, nos bosques italianos.
No Brasil é impossível encontra-los e, depois de inúmeras tentativas,
não muito bem-sucedidas, optei por utilizar os cogumelos Eryngui
Os Eryngui são saborosos, possuem perfume delicado, mas
intenso e são os que melhor se adaptaram à receita.
INGREDIENTES (4/6 pessoas)
2 bandejas de Eryngui
3 pêssegos médios bem maduros e perfumados.
1 tablete Knorr-verdura
Manteiga, leite, vinho branco, sal, salsinha
PREPARO
Coloque um pouco de manteiga (uma colher abundante) em uma
frigideira e derreta em fogo baixo.
Corte os cogumelos em fatias finas e coloque na frigideira com
a manteiga.
Aumente o fogo e após
um minuto adicione meia xicara de chá de vinho branco, esmigalhe o tablete de
verdura, misture bem o todo e tampe a frigideira.
Enquanto os cogumelos cozinham, retire a pele dos pêssegos e corte
em pequenos pedaços.
Em outra frigideira, adicione uma colher de manteiga.
Quando derreter (não
pode fritar) junte os pêssegos em pedaços
Misture bem, adicione um copo de leite e cozinhe por alguns
minutos (3) em fogo baixo sem que o leite ferva.
Salgue (é importante para salientar o contraste doce/salgado) e
junte pêssegos e cogumelos
Aumente o fogo.
Se o molho secar muito adicione mais um pouco de leite.
Misture bem os pêssegos e os cogumelos, tampe a frigideira e depois
de 2/3 minutos apague o fogo.
O resultado é um ótimo e refinado antepasto que deverá ser
servido tépido e com um pouco de salsinha picada como toque final.
Para beber?
Champagne!
Está caro?
Um bom espumante vai bem, também.
Bacco.
PS. Cesare, por motivos de saúde, fechou o seu mítico restaurante,
mas seu filho, Filippo, herdou muitíssimo do pai e continua oferecendo a magistral
cozinha do pai.
Depois eu narro um pouco mais.......
Salve!
ResponderExcluirQue espetaculo....deu agua na boca!
Alguma indicaçao Bacco de algum espumante honesto? Com a doleta batendo 5.80 estou vendo as champas,franciacorta etc....de binoculo (invertido ainda por cima)!
Teriamos algum cava ou bruto que escape? Está soda!
Abracos
Tá difícil.... Tenho bebido alguns Cremant de Bourgogne , Cava e espumantes portugueses potáveis. Tente Segura Viuda, Murganheira,
ResponderExcluirMurganheira é bom. Também o Vértice Rosé. Champagne tá dificil mesmo.
ResponderExcluirBoa esta série de receitas, Bacco. Estou aguardando os próximos capítulos.
Sds,
Charles Tolo Edo Ratto
Próxima receita : Risotto di Melone Gamberi e Zucchine
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