Esta não é uma matéria sobre um dos maiores pilantras que
nossa política pariu.
É, na realidade, uma história que trata de um antigo costume
italiano, hoje totalmente soterrado.
É a história de um amigo que, após longos anos e sem grandes
investimentos, conseguiu "construir" uma adega de grande valor.
Para compreender melhor a matéria é necessário voltar nos anos
e reencontrar velhos costumes locais.
Até o início dos anos 1970 a maioria dos pequenos viticultores,
das Langhe, vendiam as uvas para os grandes produtores e engarrafadores.
Apesar de privilegiar esta opção comercial, sempre reservavam
uma parte das colheitas, a vinificavam para o próprio consumo e vendiam o vinho
excedente para amigos e eventuais clientes, não em garrafas etiquetadas, mas em
“damigiane” (garrafões de 54 litros).
Em meados da mesma década, com o sempre ascendente preço dos
vinhos, especialmente Barolo e
Barbaresco, os pequenos produtores perceberam que vinificar e
engarrafar era muito mais rentável do que vender à granel.
Nos anos 1980 encontrar Barolo e Barbaresco em “damigiane” era
quase impossível: A era romântica, folclórica, do antigo e simplório viticultor
que produzia vinho pisando as uvas havia sido definitivamente soterrada pela
moderna enologia e a sempre mais necessária tecnologia.
Os preços dos vinhos voavam e arrastavam, em seu voo, o valor
das vinhas.
Os viticultores
enriqueciam, o Barolo e Barbaresco à granel desapareciam, mas, sempre há um “mas”, alguns “antigos” e teimosos viticultores continuaram a praticar a quixotesca
e romântica comercialização.
Tommaso Canale já
mereceu algumas matérias de B&B
Leia.
http://baccoebocca-us.blogspot.com/2018/03/a-ceia-no-nanin.html
Canale, até o final da vida, permaneceu fiel à sua maneira de
comercializar os vinhos e sempre preferiu vender seu “Barolo
Vigna Rionda”, aos clientes e amigos, em “damigiane” de 54
litros.
Um desses clientes e amigos foi, desde o começo e até o fim, Franco Bertolone.
Bertolone, grande conhecedor de vinhos e que todos os anos
vinifica artesanalmente para seu consumo, pontualmente recebia o telefonema de
Tommaso Canale alertando que uma “damigiana” de Barolo
Vigna Rionda estava à sua
espera.
Franco confirmava a compra e, na primeira oportunidade, ia
retirar seus 54 litros de Barolo por, pasmem, 7-10
Euros o litro.
Em sua adega, Bertolone, engarrafava o Barolo de Canale, tampava,
etiquetava as garrafas e muitas delas, até hoje, descansam nos subsolos de suas
casas de Chiavari e Velva.
Foi assim durante vários anos
Bertolone, que não
prima pela organização de suas adegas, não sabe ao certo quantas unidades engarrafou
e nem quantas ainda sobraram.
Ele calcula que, aproximadamente,
200 ou 210 garrafas de ”Vigna Rionda” ainda
repousam nas prateleiras dos seus escuros e silenciosos subsolos.
Alguém perguntará: Onde o Maluf entra nesta história?
Na próxima matéria eu conto
Bacco.
Orestes fala e Maluf faz, Ermirio xinga e Maluf faz....Maluf faz faz faz a gente viver em paz, faz faz faz!
ResponderExcluirQuando sera que eu vou poder usar o crucifixo que ganhei da minha namorada?
A seguranca he nossa, a liberdade he sua, bandido na cadeia, gente boa he na rua...
Maluf faz faz faz, a gente viver em paz faz faz faz.... (musica valida para quem vivia em SP em 86).
Aposto que o Bertolone construiu muitas pontes e estradas, superfaturadas com o meu dinheiro. Ao menos as coisas do Maluf ficam de pe, ao passo que os lixos superfaturados do Fleury, do Orestes e da petralhada acabam rapidinho.
Auguri.
Bertolone, é jornalista aposentado. Por falar em pontes caindo, em Genova a Morandi despencou
ExcluirRimango ansioso su come continua la storia...
ResponderExcluirSono asioso su come continua la storia...
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