Leio uma ótima matéria, de autoria de Stefano Cinelli Colombini,
onde o autor aborda mitos.
Stefano não é um sommerdier ou um bobão qualquer que se
“acha”.
Stefano não é um daqueles insuportáveis presunçosos, que
depois de um curso de três dias, no descartável WSET, adora posar de expert, escrever
ou comentam vinhos.
Colombini é um grande e
premiado produtor de “Brunello di
Montalcino” (Fattoria dei Barbi).
Stefano argumenta, com muita propriedade, que uma garrafa de Romanée Conti
custa 400 vezes mais do que outra, de ótima qualidade, não tão badalada, mas
produzida na mesma região.
Colombini, continua argumentado que um Lamborghini
Veneno Roadster custa, também, 400 vezes mais do que um Fiat Panda,
mas há uma enorme diferença entre os dois carros italianos: O Lamborghini tem desempenho,
segurança, e qualidade mecânica que o Panda nem sonha.
O Veneno Roadster é produzido artesanalmente, com matérias primas de
altíssima qualidade, possui uma tecnologia de ponta, a performance é incrível e
o design …. Bem, o design nem se fala.
Finalmente, quando um Lamborghini passa pela rua todos o
admiram, babam, batem fotos, suspiram.
Quando cruzamos com um
“Panda”..... Bem é apenas mais um “Panda” e ninguém dá a mínima
Se bebemos um Romanée-Conti em
um restaurante, ou em um outro local, ninguém sabe diferenciar ou adivinhar
qual vinho estarmos degustando.
Pode ser um Chianti, Valpolicella, Côte du Ventoux, Morgon, ou
qualquer outro tinto,mas ninguém e jamais poderia adivinhar sua procedência e identidade.
Apesar de tudo, todos os que compram o Romanée-Conti, mesmo falsificado
e por um preço absurdo, se declaram felizes com a compra.
Por qual razão?
A etiqueta é feia, garrafa, rolha, capsula, são comuns e a
matéria prima, Pino Noir, não é melhor e nem possui tipicidade marcante que a
diferencie das uvas vizinhas e provavelmente não é o melhor Pinot Noir do
mercado.
A tecnologia utilizada na produção não é singular, quem o
vinificou não é um gênio nem um ser do outro mundo que possa doar-lhe um grande
diferencial, no entanto há incontáveis enófilos que se sentem felizes em pagar
10-12-15 mil, ou mais Euros, para leva-lo para a adega.
Por quê?
Marketing, um grande marketing que criou um mito.
Mas tudo tem um limite e, na minha opinião, não há vinho que
possa justificar uma diferença de 400 a 1.
O mais insano e irracional emerge quando comparamos, por
exemplo, dois mitos: Romanée-Conti e Porsche.
Vamos aos finalmente….
Uma garrafa de RC custa, em média 10.000 Euros.
Um Porsche Cayman pode ser adquirido por 60.000
Euros
Você se tivesse 60.000, para torrar, compraria 6 garrafas de
vinho ou um Porsche?
Bacco
É o já conhecido e surrado marketing "pega snob" que alimenta a ignorancia e a soberba das pessoas que vivem para aparentar. O Stefano Colombini é um produtor exemplar que como poucos, fala verdades. 100 % de acordo. Se o Porche custasse só 60 mil dólares no Brasil, eu compra e pagava em prestações...
ResponderExcluirEstimado peste,
ResponderExcluirRespondendo a sua pergunta: Eu compraria a caixa de romanee para investimento. O Porsche seguro que perderia valor com o passar do tempo (fora manutencao e outras despesas) ao passo que a caixa de vinho teria que ir para cima em valor, nem que demorasse um pouco (vai que chega uma recessaozinha para furar a bolha).
E nem f que compraria para tomar. Dai seria um atestado de breguice e jumentice em escala ritcher.
Auguri.
Vi garrafa de Romanee-Conti de safra recente no Charles de Gaulle a 35 mil euros. Ou o duty free está estuprando o já arrombado, ou o preço médio por garrafa já deve ser superior a 10 mil euros.
ResponderExcluirquanto mais arrombado, melhor....
ExcluirTem o link da materia do stefano ?
ResponderExcluirFURFO