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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

PER CAPITA


Acabaram as festas de fim de ano e, na Itália, chegou a farra dos descontos.

Todos os comerciantes, de todas as cidades, expõem, em suas vitrines, cartazes anunciando redução (real) nos preços.

Os descontos variam de 30% até 70%.

Roupas, sapatos, utensílios domésticos, celulares, eletrodomésticos, pacotes de viagem, alimentos etc. etc. etc.

Vinhos?

 Farra total.

Na foto anexa, os enófilos do rico Brasil, poderão perceber o quanto bebem mal e porcamente os pobres italianos.

O enófilo brasileiro, com sua renda/ano de R$ 31.000 pode tranquilamente pagar R$ 125 por um espumante Geisse Extra Brut, ou nem dar bola para R$ 239 e levar para casa um Maria Valduga, nem pestanejar ao desembolsar R$ 95 para estourar uma garrafa de Chandon.

O coitado e pobretão italiano, com renda/ano de Euros 31.000 (R$ 133.000), é obrigado a esperar promoções, de começo de ano, para poder acompanhar as macarronadas do dia-dia com garrafas de Champagne 1er Cru de 12,45 Euros (R$ 53,40).

O italiano, não tão abonado ou refinado, poderá saciar sua “sede” gastando 1,99 Euros (R$ 8,50) para levar para casa Barbera, Dolcetto, Montepulciano, Sangiovese e dezenas de outras denominações.

Enquanto os italianos enchem suas adegas com vinhos baratos, os produtores gaúchos não sabem o que fazer com 40 milhões de garrafas de “vinho fino” (eufemismo usado para enganar o consumidor) estocadas e sem comprador em suas adegas.

Os produtores italianos fazem promoções e vendem, os nacionais continuam culpando os impostos e cobrando R$ 169 por um Barbera “tremenda bosta” de Cocalzinho ou R$ 800 por um espumante Geisse.

Quando acabará o protecionismo?

Bacco. 


4 comentários:

  1. Mesmo com quarenta milhões de garrafas encalhadas, preços altos e baixas vendas, como os grandes produtores do sul ainda conseguem manter aquelas estruturas enormes e alta rentabilidade?
    Sds,
    Carlos P. Dante Toledo

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    Respostas
    1. Empréstimos bancários a fundo perdido ou com juros subsidiados,, basta ser amigo das pessoas certas

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  2. É gordura acumulada durante anos enrabando o consumidor

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  3. Mesmo a 2 reais, continuariam sendo muito ruins... o problema maior é a qualidade

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