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segunda-feira, 5 de março de 2018

A CEIA NO NANIN



"Acho que segunda feira seria um bom dia para abrirmos algumas garrafas do Giacosa".

Marco Perrone, chef e sócio da "Trattoria Nanin", de Chiavari, comentando a morte de Giacosa, sugeriu que poderíamos realizar um jantar regado com os vinhos do grande viticultor de Neive.

Não me fiz de rogado e entusiasmado aceitei o convite.

"Eu levarei duas garrafas de Champagne Grand Cru, vou convidar Franco Bertolone e tentar convencê-lo a participar com duas garrafas de Barolo Vigna Rionda de Canale".
 

Um pequeno parêntesis...... O trecho seguinte faz parte da série: "Histórias Que Você Jamais Aprenderá Nos Cursinhos Que Andam Por Aí"

Aldo Canale, proprietário de dois hectares da mítica "Vigna Rionda" de Serralunga d'Alba, vendia, até 1993, as uvas Nebbiolo para Bruno Giacosa.
 
 

O grande viticultor de Neive, esmagando os cachos de Canale, produziu alguns dos melhores Barolo de todos os tempos.

Com o falecimento de Aldo Canale, seu filho, Tommaso, resolveu não mais vender as uvas e vinificá-las para produzir seu próprio Barolo.

Tommaso não era o que poderíamos classificar de viticultor moderno.
 

Vinificava à antiga, pouquíssimos maquinários, tecnologia inexistente e sua adega não era exatamente um referencial de limpeza.

Enólogo?

Nem pensar.....

Seus vinhos, que preferia vender em garrafões de 50 litros (damigiane), apresentavam, às vezes, problemas e falhas, mas, quando Canale acertava a mão, era difícil superar seu Barolo.
 

 Franco Bertolone, durante longos anos, foi amigo e cliente de Canale e a cada safra comprava um ou dois garrafões de 50 litros de seu Barolo Vigna Rionda.

Bertolone, em sua adega de Chiavari, trasvasava o vinho em garrafa de 0,750 litros, etiquetava , catalogava e ia acumulando mais e mais Barolo "Vigna Rionda".

Resultado: Franco conserva, em sua cantina e com justificados ciúme e orgulho, centenas de garrafas do mítico Barolo Vigna Rionda de Tommaso Canale.

Terminada a serie "Histórias que você jamais aprenderá......" continuemos com o jantar.

Marco selecionou, para o encontro, dois Barbaresco 1998 de Bruno Giacosa, uma Magnum de Timorasso "Costa del Vento" 2001, uma Magnum de Chablis Grand Cru "Vaudèsir" 2002.
 

Franco Bertolone compareceu com três garrafas de Barolo "Vigna Rionda" (1998-2000-2001) de Tommaso Canale.

Eu, responsável pelos aperitivos, abri duas garrafas de Champagne: Jean Vesselle Grand Cru e Nathalie Falmet Brut Nature.

Na próxima matéria os vencedores.

Bacco

 

 

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