Existe
uma expressão, em inglês, que bem define a situação do consumidor de vinhos
nacionais, em Banânia.
Acquired taste.
Seria
como namorar mulher banguela, de cabelo roxo e com sovaco não depilado, numa
ilha deserta.
Com o passar do tempo o cara acaba se acostumado
com "aquilo" e acaba acreditando que "aquilo" é a melhor e
mais bonita mulher que há no mundo.
Outros exemplos: achar legal espalhar margarina
Tabajara no pão, descolorido com bromato e tomar aquele café "moído de vassoura
queimada" no bar do Ditão.
Durante
minha peregrinação e expiação de pecados, no sul do país, conheci vários
produtores que padeciam do mesmo mal: Por serem sovinas e ignorantes, somente bebiam o próprio "quase
vinho" que produziam.
Aqueles caras
não conhecem nem os concorrentes dos quase- vinho da região, beberam, quando
muito, um ou dois chilenos e nem sabem o que é um grande vinho europeu.
Várias
vezes degustei vinhos cheios de defeitos de vinificação, mas, ao perguntar se detectava
algum cheiro desagradável ou aquele tanino que descia cortando a garganta, o
produtor se ofendia e negava a presença de qualquer problema.
É a SMGA (síndrome do mau gosto adquirido)
Parte da
explicação: eles acham que são tão bons quanto um produtor de Champagne ou de outro
grande vinho europeu.
Algo
muito brasileiro, mas não exclusivo.
Não há
nada de errado em comentar, favoravelmente, o vinho brasileiro, mas é ridículo
insistir e afirmar que são ótimos e que não devem nada aos estrangeiros.
Sobra
ignorância e/ou interesse financeiro.
"O vinho nacional não deve nada aos estrangeiros!"
Como já foi demonstrado, aqui, há vinhos
nacionais que são superiores aos melhores vinhos do mundo........ No preço e somente no preço.
Vai
Brasil!!!!
Apostar
no vinho nacional já quebrou muita gente.
Já vi
lojas, que acreditaram no "vinho Brasil-sil-sil",
quebrarem em pouco tempo.
A meia
dúzia de interessados se desencanta rapidamente com o aquele líquido na taça.
A
recompra é baixa e as safras, ditas excelentes, também, rareiam.
A qualidade /preço não agrada ao bolso, nem
fecham a conta.
Ficassem
no reino do “um bom quebra-galho para um dia
quente” ou “Cabernet potável por R$ 30.00”
vá lá, mas o vôo é mais alto, bem mais alto....
Já tomei
vinhos nacionais agradáveis, mas a cada visita à minha adega europeía eu esqueço,
sempre mais, que existem.
Vida é muito
curta para ouvir a atual MPB ou exaltar a enofilia nacional.
Nosso pobre
consumidor tem a SMGA.
Somos um
país que toma vinhos europeus baratos e pavorosos, chilenos e argentinos idem,
nacionais bi-idem.
Não há comparação entre coisa boa, ou coisa
ruim com coisa boa. Nivelamos por baixo.
Recentemente
tive uma conversa com um sommerdier que estava enaltecendo as qualidades dos
vinhos mexicanos.
Segundo
ele os vinhos da terra do Chaves são injustiçados, pois são excelentes e muito
baratos.
A fila de
compradores de vinhos mexicanos nos leilões de London e Paris só pode aumentar
depois dessa.
Um país
produtor de cana, café conilon, banana, soja e outro de cactus, agave e bolero querem
ser reconhecidos como importantes centros vinícolas.
Os vinhos
são ótimos assim como é sexy aquela única mulher da ilha
Bonzo
Desse mal não padeço, não compro vinho nacional nem com revolver apontado na têmpora, mesmo porque o gosto do vinho será semelhante a um tiro na cabeça, mas pelo menos o tiro será rápido e indolor.
ResponderExcluirmatou a pau, Bonzo. sem parâmetros do que é um grande vinho de verdade, a gauchada (do vale do S. Francisco até o dos Vinhedos, entenda-se) vai continuar produzindo essas porcarias e cobrando salgado por elas. agora até a Maximo Boschi, que tem espumantes bem razoáveis, cobra R$ 150 num cabernet sauvignon ("Biografia"). complicado...
ResponderExcluirA tal inflacao durante a recessao foi mais que historica. Sei que houve algum aumento em imposto [intra] estadual tambem. E dai repassaram e agora estao correndo atras. Mas o mercado nao é tao bobo. Com o aumento dos precos muitos vinhos nacionais tiveram vendas baixissimas.
ExcluirTenho ate medo de pesquisar quanto custa uma bomba feita por uma antinori da vida (na epoca ja eram ruins e caros).
Caramba! Revolver apontado na têmpora, gosto de vinho semelhante a um tiro na cabeça. Está ficando bom o B&B, hein?
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