Qual o vinho mais caro do planeta?
Se você pensou em Château Lafitte, Romanèe-Conti, Château Margaux,
Château d'Yquem etc., errou.
Mais uma pergunta: Você conhece a "Isola
del Giglio"?
A pequena ilha italiana se tornou mundialmente conhecida quando
em suas águas naufragou o transatlântico "Costa Concórdia".
A tragédia revelou ao mundo a ilha toscana que até na Bota é
pouco conhecida.
Quase desconhecidos, também, são seus vinhos.
Na ilha, no passado, havia uma razoável produção vinícola.
Com o turismo crescente e mais rentável, a difícil viticultura
local foi, aos poucos, abandonada e hoje conta com raros produtores que
cultivam poucos hectares.
A "Ansonica",
casta preponderante na ilha, nunca revelou vinhos maravilhosos, únicos, inesquecíveis,
aliás, as garrafas produzidas na Isola del Giglio nunca conseguiram ultrapassar
a soleira do razoável.
Como todas as castas brancas toscanas a "Ansonica"
revela vinhos que não fazem falta.
Certo?
Errado!
O vinho mais caro do mundo é justamente produzido com
"Ansonica" na Isola del Giglio.
Pier Paolo Giglioni, empresário
de Montepulciano, especializado em vender, para estrangeiros abonados,
propriedades rurais na maravilhosa "Val D'Orcia"
(San Quirico, Montalcino, Pienza, Montepulciano, Bagno Vignoni, Castiglione
D'Orcia etc.) resolveu vinificar na "Isola del Giglio".
A primeira safra, de 600 garrafas, data de 2014.
Aproveitando seus relacionamentos internacionais, Giglioni
promoveu, na ilha, um leilão, que envolveu, além de convidados, 600 wine-club coligados
em streaming.
A terceira garrafa de Ansonica, "Perseo&Medusa"
(é assim que se chama o vinho) foi arrematada por um investidor de Xangai por míseros,
300.000 Euros.
Sim, você leu corretamente: 300.000 Euros.
O vinho é vendido em uma elegante maleta que contém 2
garrafas: Uma garrafa é para beber outra para guardar como investimento.
Ah, sim..... Um belo bracelete numerado acompanha cada
garrafa.
Esta é mais uma prova que há um mar de idiotas abonados que
pode limpar o rabo com dinheiro sem sentir dor ou remorso.
Sinceramente, gastar 15,
20, ou 30 mil Euros por uma garrafa de Romanée-Conti já é uma parvice, mas
pagar 300.000 por um vinho da "Isola del Giglio" é uma imbecilidade
total e absoluta.
Faço uma aposta: Não vai demorar muito para aparecer uma
garrafa gaúcha, de misteriosas castas (mínimo 12), única, exclusiva, maravilhosa,
embalada em uma caixa de madeira, interior de veludo, que ao abrir reproduzirá
o hino nacional e que custará R$ 3.000.
Não sei quem será o primeiro produtor picareta que tomará a iniciativa,
mas..... quem viver verá.
Bacco
Eu acho que na caixa do Isola del Giglio ( ou a que possivelmente aparecerá por aqui ) deveria ter uma porção de alfafa.
ResponderExcluirrealmente, tem trouxa para tudo... e mal posso esperar para o Bilu resenhar a versão gaudéria dessa garrafa, quando ela aparecer.
ResponderExcluirnão vou ler, mas vai ser divertido e vergonhoso ao mesmo tempo.
Com 300.000 da pra comprar ,na Itália , uma Ferrari Superfast V12 com 800HP e ainda sobra um troco de 10.000 para comprar ótimos vinhos.
ResponderExcluirEu já sabia que os chineses gostavam de beber rótulo, mas agora essa... e vem a certeza de que o que gostam mesmo é de engolir uma boa duma cobra.
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