Folheando a publicação da 86ª Fiera del Tarufo Bianco D'Alba
descobri um novo nome na vasta galeria de restaurantes "Top" da região.
Os organizadores indicavam o "Matteo
Morra Restaurant", como um endereço válido para se apreciar
receitas elaboradas com o "Tartufo Bianco" e pratos da rica
gastronomia regional.
O novo endereço aparecia ao lado de pesos pesados das panelas
piemontesas: "La Ciau del Tornavento", "La Rei",
"Castello di Grinzane", "Locanda
del Pilone"........
O nome, fácil, ficou gravado em minha memória.
Semana passada, dirigindo pela estrada, que de Barolo
serpenteia por entre as vinhas até La Morra, ao enfrentar uma das dezenas de
curvas, dei de cara com uma grande placa que anunciava o "Matteo Morra Restaurant".
Localizado no meio das vinhas, da antiga vinícola "Sylla
Sebaste", o restaurante chamou minha atenção pela belíssima
e panorâmica posição.
Em La Morra, enquanto bebericava uma taça de Timorasso, na
ótima enoteca "Le Vigne Bio", resolvi telefonar para o "Matteo Morra Restaurant" e
reservar uma mesa.
"Sem problema, mas
abrimos somente às 12,45".
Sem problemas para mim, também, que me sacrificaria e tomaria não
apenas uma, mas duas taças de Timorasso.
Às 13 horas, em ponto, estacionava o carro ao lado das vinhas
de Nebbiolo que cercam o restaurante.
"Pode escolher a mesa....Hoje há poucas
reservas".
Na realidade não havia outra além da minha e, mais uma vez,
enfrentei a angustiante sensação de estar atrapalhando o descanso do cozinheiro
e do garçom.
"Algum branco em
taça como aperitivo?"
O garçom solícito, vestindo um paletó e calçando sapatos que clamavam
por uma aposentadoria por tempo de serviço, me ofereceu um cálice de Chardonnay "Lidia" da vinícola La
Spinetta.
Eu sempre achei os vinhos da "La Spinetta" tão
elegantes quanto o rinoceronte que aparece em todas as etiquetas de suas
garrafas.
O Chardonnay
"Lidia" não foge à regra e exibe a leveza e a classe de um
rinoceronte......
Impossível beber mais que uma taça do Chardonnay Lidia que, até no preço,
40/45 Euros, é exagerado.
O silêncio quase monástico, do "Matteo Morra Restaurant" e
o peso do Chardonnay "Lidia" me fizeram acelerar o almoço e pedir,
sem mais delongas, os pratos.
Escolhi, como antepasto, "Vellutata
di Zucca e Porri con Amaretti" (Creme
de Abóbora e Alho Poró com Amaretti) e "Capretto con Riduzione di Barbera" (Cabrito com Redução de Vinho Barbera) como prato
principal.
Querendo fugir do rinoceronte e dos vinhos da La Spinetta, já pensando no cabrito,
ordenei uma taça de Barbera sem terminar o ”Chardonnay
"peso pesado" Lidia.
O garçom abriu uma garrafa de Barbera e, enquanto servia o vinho,
elogiava, com entusiasmo, o produtor.
A idade me transformou em um homem menos paciente e mais
ousado.
Ao cheirar o Barbera, indaguei:
"O
viticultor vinificou este Barbera num estábulo? O vinho está com cheiro de
estrume".
O garçom, estupefato balbuciou algumas palavras, recolheu a
taça e abriu, imediatamente, outra garrafa.
Com olhar desconfiado e quase com medo, comentou "Esta Barbera é uma Barbera simples e de nossa
produção".
Simples, sem cheiro de bosta de vaca, a Barbera era bebível e
agradeci.
A "Vellutata de Zucca e Porri",
comum, meio aguada, não convenceu e confesso que, sem muito esforço, eu faço
melhor.
O cabrito me surpreendeu!
Já no primeiro pedaço percebi que aquele almoço seria inesquecível,
mesmo.
Tentei comer mais um pedaço, mas não deu...... Desisti.
Chamei o garçom que fugira logo após servir o prato e indaguei
"Esse
cabrito foi criado em uma salina? É impossível comer... Há sal demais".
O pobre rapaz tentou inutilmente culpar a redução da Barbera, mas
ao ver minha cara, de búfalo enfurecido, desistiu e fugiu definitivamente.
Voltou quando pedi a conta que, tão salgada quanto o cabrito,
motivou esta matéria.
O cozinheiro do "Matteo Morra Restaurant" é tão
bisonho que parece ter frequentado o Iesb ou Unieuro de Brasília.
O "Matteo Morra Restaurant" foi, sem
dúvida, o pior restaurante que encontrei nos meus longos anos de Langhe e não
acredito que continue aberto por muito tempo.
Fuja!!!!!
Bacco.
Parla, Ba.
ResponderExcluirAte entendo um jumento abrir um restaurante ou um negocio em terra de incompetentes. Os vizinhos sao fracos, o ambiente nao favorece o aprendizado, os clientes sao fracos. Vide os cafes horriveis no bananal, as franquias de japones em shopping centers, as lojas e importadoras caras e sem graca....os carros pre-napoleao de mello..., mas pouco me admira um cara abrir um restaurante num centro de alta qualidade oferecendo servico ruim e caro, comida ruim e cara.
Mas para me contradizer, me lembro que ha vinhos pavorosos saindo de langhe/barolo... entao ...
Auguri.
É verdade. Grande Roedor , temo que aproveitando a imensa onda de turistas que procura Alba e região acabe atraindo os arrivistas de sempre . Seria uma pena. Vinhos, vários que "fan cagare", saem das adegas piemontesas para inundar as gargantas de milhões de babacas. Para melhorar os vinhos de merda há uma esperança: O método "Longa Respiração" (5 horas no mínimo) grande descoberta vinda das Minas Gerais. Abç
ResponderExcluirÔ, Baco, tudo bem?
ResponderExcluirRapaz, nem sei por onde começar... chego a pensar que você tenha ido ao restaurante certo. Só não deu tempo para a comida aerar devidamente, como parece ser seu hábito. Foi aí que a merda encontrou o cocô. Tudo a ver. Aeração é tudo. Pense nisso.
Surpresa mesmo é você, tolo-purista das castas autóctones, pedir um Chardonnay made-in-Italy. Principalmente do La Spinetta, quando todos sabem (até EU!) que o melhor branco deles é... justamente um Moscato, o Bricco Quaglia.
Aliás, há tempo li o depoimento de um tonto que deixou um Borgonha branco ir evoluindo ao longo de dois, três dias, e foi se surpreendendo cada vez mais com a transformação do vinho. Quase aos moldes do que eu estava propondo (propus muito menos tempo, claro), e que você vem repudiando cada vez mais tolamente. Não faz mal, é sua sina. Ser tolo.
Quanto ao 4-ethylphenol, ele vai sumindo se você der um tempo. Mas para sorvedores inveterados, infelizmente, não há solução. Tente vinhos mais básicos para conter sua impulsividade, e deixe o vinho melhor aerando. Dá certo. Eu garanto.
Enoabraços
d´Oenochato
o cheiro de cocô vai sumindo? Interessante esta sua informação.
ExcluirVocê tem razão , grande mestre do cocozal. Se deixar a merda quieta ela para de feder. Vou seguir seu conselho meu guru-cocô.
ExcluirJá sei: O Carlos Moles decanta o vinho cocô por 17 horas, 11 minutos e 13 segundos em um pinico, antes de beber
ExcluirSim, decanto em um "pinico". Bacco, lembra-se da estória de ataques gratuitos e tolos aos debatedores? É isso o que vc deixa acontecer com seu próprio blog, sob a fachada de "democracia". Chega de debates neste tópico. A mediocridade intelectual da sua patota está devidamente caracterizada para o leitor eventual.
ExcluirEnoabraços
d'Oenochato
Obrigado pelos conselhos, mestre , especialmente o do Moscato La Spinetta.
ResponderExcluirÔ, Bacco, pra que tanta subserviência? Fica parecendo que vc estã com cada vez menos argumentos...
ResponderExcluirMas vamos recuperar uma pergunta minha que "passou" no meio de tanta discussão. Bacco, você foi à escola? Qual?
Fui! Cursei a Universidade Enológica Municipal de Marajá do Maranhão. Por ter sido aluno exemplar, orgulho dos Sarneys, ganhei bolsa escola-esmola para morar em Santa Margherita Ligure.
ExcluirAgora ele foi no google ver onde fica anta Margherita Ligure.!!!
ExcluirCoitado desse cara.... Nem responda mais... Esse Sr deve ser sindicalista e petista,nao existe a possibilidade de ser tao imbecil e burro ao mesmo tempo .
Bacco, está explicado! Convenhamos, o Maranhão - com todo o respeito que mereçam os maranhenses - não é uma referência na produção enológica nacional. Aliás, após checar, notei que a maioria dos professores de lá são de um certo país do centro-sul europeu, todos velhos e decrépitos, mas ardentes balilas em tenra idade. Assim Bacco vai nos explicando suas origens.
ExcluirAo anônimo infeliz, que sequer consegue articular algum rascunho de ideia - o que dizer um algum argumento -, saiba que por aqui existem alguns lojas pelo menos razoáveis, onde um Chianti Classico Santa Margherita pode ser encontrado por R$ 90,00, o que não é um preço ruim.
Enoabraços
d'OEnochato
Tem razao o SR Carlos,Santa Margherita Ligure fica em Chianti, bem no centro da toscana.... Inclusive esse vinho o Chianti Classico Santa Margherita e melhor e mais autentico vinho de Santa Margherita Ligure produzido em suas colinas,que claro ficam na Toscana ,... kkk
Excluiresse cara e uma piada !!!
Furfo, de onde eu venho, a força dos argumentos é respeitada. O que não acontece por aqui, convenhamos. O caso de um homônimo - Santa Margherita - levou-me a um erro. Parece-me desculpável para quem, de saída, apresenta-se como alguém que sabe pouco. Lamentável é vc achar uma piada mas não conseguir rebater qualquer argumento passado que eu tenha dado. Isso me diverte, embora não consiga deixar de sentir alguma compaixão por você e sua caterva.
ExcluirEnoabraço
d'Oenochato
Caro Sr Carlos , primeiramente não se trata de um homônimo, a cidade se chama Santa Margherita LIGURE .Ligure meu caro LIGÚRIA , mar ,Praia , oceano ... Chianti fica no centro do país a 300 km do mar a 359 km de Santa Margherita LIGURE , aprenda mais de geografia de português e estude um pouco mais sobre regiões vinícolas , antes de entrar em qualquer discussão. Ora Carlos logo vc que perguntou se Bacco tinha estudado ! Quem precisa de estudo e vc ...!!!!
ExcluirVoltamos ao normal! A insensatez predomina, como é de hábito.
ExcluirUma coisa é falta de estudo no tocante à incapacidade de contra-argumentar. Outra coisa é estudo de geografia, o que deixa de ser obrigação para não-experts no assunto.
Uma coisa é falta do estudo de ética, o que leva à desonestidade dos quase-argumentos sempre apresentados pela caterva, como na discussão em pauta, inclusive. É isso que me faz rir pode dentro - e por fora! RISOS!
A prova simples e cabal. Citando Furfo: "não se trata de um homônimo"
Homônimo: Diz-se de ou pessoa, coisa ou lugar que tem o mesmo nome de outra (http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/).
Citando o Enochato: O caso de um homônimo... levou-me a um erro. Eu vi meu erro e o reconheci. Aí vem a besta dos infernos - risos! - e diz que não é homônimo. Pobre utente...
Aí vem o risível idiota e diz que "não se trata de um homônimo".
Ah ah ah.
Santa Margherita LIgure produz Chianti! Mais uma descoberta importante de nosso eno-guru mineiro. Já, já a anta do vinho vai descobrir um AIA na Ligúria
ExcluirO nível das discussões voltou ao que era antes mesmo! Fica-se repetindo a questão ad nauseam. É o único contra-argumento que os medíocres conseguem. Mostram a quanto pode chegar a mediocridade humana. E ainda quer opinar sobre "isso" e "aquilo". Divertidamente grotesco. Parabéns, Babaco!
ExcluirLá vem o cidadão de São Carlos de novo. Ainda quero conhecer a cidade da decantação prolongada
ResponderExcluirVenha, venha mesmo. Talvez aprenda alguma coisa. A começar que não é "prolongada", mas "adequada". Ou você é daqueles que abrem Brunello e enfiam (goela abaixo) no segundo seguinte?
ExcluirCarlinhos Decanter Moles, eu abro o Brunello e bebo como eu bem quiser, já que comprei com meu dinheiro. Faça o mesmo com o seu.
ExcluirClaro que vc faz assim. A discrepância é que vc acha que está bebendo, enquanto eu acho que está enfiando. Goela abaixo, claro. Fique à vontade.
ExcluirEstou à disposição.
Abraço
d'Oenochato
Bacco, viu essa primeira nota?
ResponderExcluirhttp://paladar.estadao.com.br/noticias/bebida,miolo-leva-seus-vinhos-para-uma-temporada-no-fundo-do-mar,10000084693
A miolo sempre imitando os picaretas do vinho. Já escrevi matéria sobre assunto de um picareta de Chiavari que mergulha o vinho na Baia de Silenzio em Sestri Levante. O local é lindo , o vinho uma merda.
ResponderExcluirlembro-me bem dessa matéria do mané de Chiavari. acho que o vinho da Miolo se beneficiaria mais de uma temporada na Baía de Guanabara...
ExcluirConcordo....Vinho de merda mergulhado num mar de merda
ResponderExcluirDiscordo... O vinho Miolo faz um ponche da hora
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