Afirmei, inúmeras vezes, que já não tenho desejo, vontade e
saco, para rever aos centros badalados do turismo europeu.
Visitei muitas vezes Roma, Paris, Londres, Barcelona, Lisboa,
Viena, Madrid, Veneza, Florença, etc. etc. etc., mas devo confessar que essas
cidades já não despertam, em mim, interesse algum.
Quando, nas metas “obrigatórias” que mencionei, o turismo
ainda era humano, não era necessário permanecer horas no sol ou na chuva para
poder visitar, mal e porcamente, o Louvre, Prado, Galleria degli Uffizi,
Cappella Sistina, Fontana di Trevi e outros monumentos importantes, fazia
sentido e era prazeroso percorre-las, mas hoje é quase uma “via crucis”.
Decidi descartar das minhas andanças e em definitivo, cidades
com mais de 100 mil habitantes e eminentemente turísticas.
Não mais suportando a irracional “promiscuidade turística”,
sou atualmente um “especialista” em pequenas, charmosas e calmas aldeias,
imunes (até quando?) aos maciços e predatórios fluxos turísticos
Exemplo: apesar de
viver em Santa Margherita, somente me aventuro a percorrer os 4 km que me
separam de Portofino, no inverno ou
quando chove.
Em meados de novembro resolvi passar alguns dias no Lago
Maggiore para rever as imperdíveis Sesto Calende, Arona, Stresa, Cascate de Toce, Macugnaga e
a estupenda Orta San Giulio.
O pequeno, mas maravilhoso Lago D’Orta, apesar ser próximo de
Milano, continua imune ao turismo predatório.
De todas as aldeias, que enfeitam as margens do lago, a
estrela que mais brilha é sem dúvida, Orta San Giulio.
Pequena, quase misteriosa, com seus quase 1.500 anos e pouco
mais de 1.000 habitantes, esbanja charme impar e sofisticada beleza.
Orta San Giulio, passou a ser uma das minhas metas prediletas
e a visito regularmente há mais de 20 anos.
Centro histórico perfeitamente preservado, turismo racional, pouquíssimas
lojas de souvenires e bugigangas, tranquila, calma, ótimos restaurantes, bons
bares e uma estupenda ilhota que parece ter saído de um conto de fada.
Quem quiser mais informações sobre Orta San Giulio poderá consultar os links abaixo.
https://baccoebocca-us.blogspot.com/2013/08/orta-sn-giulio.html
https://baccoebocca-us.blogspot.com/2015/11/outono-em-orta-san-giulio.html
Em minha última visita e após admirá-la pela enésima vez, decidi beber meu aperitivo, antes do almoço, no ótimo “Pan & Vino”.
Duas dicas: para beber bem, mas muito bem, mesmo, em Orta San
Giulio, é indispensável frequentar ”Pan & Vino” e a “Enoteca Re di
Coppe”.
Duas taças de Champagne e 18 Euros mais tarde, percorri os
poucos metros que separam o “Pan & Vino” do hotel e restaurante “Leon D’Oro”.
Sentei à mesa, que anteriormente reservara e enquanto o
falante garçom recitava sua obrigatória cantilena tentando “vender” seus
melhores pratos, eu consultava avidamente a carta de vinhos,
É sempre bom lembrar que pouco mais de 20 km separam Orta San
Giulio das colinas onde nascem os grandes tintos do “Alto
Piemonte”: Boca, Bramaterra, Fara, Gattinara,
Ghemme, Lessona, Sizzano e nada mais justo, então, procurar uma bela
garrafa para prestigiar região.
Minha taça balançava entre um Lessona, da Tenuta Sella (28
Euros) e um Ghemme, da vinícola Ioppa de (28,50 Euros).
A taça parou de balançar quando meus olhos descobriram, na carta,
um Grignolino de 24 Euros.
A antiga “paixão”, pelo Grignolino, falou mais alto e, sem ao menos
me preocupar com o que iria comer, ordenei, ao garçom tagarela, uma garrafa de “Grignolino del Monferrato Casalese Tenuta Migliavacca
2019”.
Continua
Bacco
Belo artigo. Conheci Orta San Giulio
ResponderExcluirContigo. Mais uma vez obrigado. Fui pra lá em outras duas ocasiões e está na hora de voltar. Aguardando o final da matéria sobre o Grignolino, que definitivamente entrou no rol dos meus vinhos preferidos
Tive a sorte de conhecer as principais capitais europeias há 2 décadas. Hoje em dia a experiências é outra: hordas de turistas e pessoas fazendo selfies non-stop bloqueando cada ponto turístico. Há também mais insegurança e população de rua. Prefiro ir pras cidades menores, não resta dúvidas, além da experiência menos plastificada costumam ter preços menores.
ResponderExcluirPS: Uma vez fui convidado a me retirar de uma galeria Lafayette em Paris pq só aceitavam chineses. Não é brincadeira.
Por favor comentem isso, eu lhes imploro! É uma "obra de arte" esse artigo: Prosseco (feito no Brasil), rose e doce (???). É muita criatividade...
ResponderExcluirhttps://quemmexeunomeuvinho.com.br/2023/10/02/garibaldi-prosecco-sweet-rose-ganha-medalha-de-ouro-duplo-com-impressionantes-99-pontos-em-concurso-na-argentina/
Peço perdão, mas todas as vezes que tento comentar tenho ânsia de vômito .....
ResponderExcluir"Assombrosos 99 pontos"
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