Facebook


Pesquisar no blog

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

O GRANDE E ESQUECIDO GRIGNOLINO

 


Afirmei,  inúmeras vezes, que já não tenho desejo, vontade e saco, para rever aos centros badalados do turismo europeu.

Visitei muitas vezes Roma, Paris, Londres, Barcelona, Lisboa, Viena, Madrid, Veneza, Florença, etc. etc. etc., mas devo confessar que essas cidades já não despertam, em mim, interesse algum.



Quando, nas metas “obrigatórias” que mencionei, o turismo ainda era humano, não era necessário permanecer horas no sol ou na chuva para poder visitar, mal e porcamente, o Louvre, Prado, Galleria degli Uffizi, Cappella Sistina, Fontana di Trevi e outros monumentos importantes, fazia sentido e era prazeroso percorre-las, mas hoje é quase uma “via crucis”.



Decidi descartar das minhas andanças e em definitivo, cidades com mais de 100 mil habitantes e eminentemente turísticas.

Não mais suportando a irracional “promiscuidade turística”, sou atualmente um “especialista” em pequenas, charmosas e calmas aldeias, imunes (até quando?) aos maciços e predatórios fluxos turísticos

 Exemplo: apesar de viver em Santa Margherita, somente me aventuro a percorrer os 4 km que me separam de   Portofino, no inverno ou quando chove.

Em meados de novembro resolvi passar alguns dias no Lago Maggiore para rever as imperdíveis Sesto Calende, Arona, Stresa, Cascate de Toce, Macugnaga e a estupenda Orta San Giulio.



O pequeno, mas maravilhoso Lago D’Orta, apesar ser próximo de Milano, continua imune ao turismo predatório.

De todas as aldeias, que enfeitam as margens do lago, a estrela que mais brilha é sem dúvida, Orta San Giulio.

Pequena, quase misteriosa, com seus quase 1.500 anos e pouco mais de 1.000 habitantes, esbanja charme impar e sofisticada beleza.



Orta San Giulio, passou a ser uma das minhas metas prediletas e a visito regularmente há mais de 20 anos.

Centro histórico perfeitamente preservado, turismo racional, pouquíssimas lojas de souvenires e bugigangas, tranquila, calma, ótimos restaurantes, bons bares e uma estupenda ilhota que parece ter saído de um conto de fada.



Quem quiser mais informações sobre Orta San Giulio poderá consultar os links abaixo.

https://baccoebocca-us.blogspot.com/2013/08/orta-sn-giulio.html

https://baccoebocca-us.blogspot.com/2015/11/outono-em-orta-san-giulio.html

Em minha última visita e após admirá-la pela enésima vez, decidi beber meu aperitivo, antes do almoço, no ótimo “Pan & Vino”.



Duas dicas: para beber bem, mas muito bem, mesmo, em Orta San Giulio, é indispensável frequentar ”Pan & Vino” e a “Enoteca Re di Coppe”.



Duas taças de Champagne e 18 Euros mais tarde, percorri os poucos metros que separam o “Pan & Vino” do hotel e restaurante “Leon D’Oro”.

Sentei à mesa, que anteriormente reservara e enquanto o falante garçom recitava sua obrigatória cantilena tentando “vender” seus melhores pratos, eu consultava avidamente a carta de vinhos,

É sempre bom lembrar que pouco mais de 20 km separam Orta San Giulio das colinas onde nascem os grandes tintos do “Alto Piemonte”: Boca, Bramaterra, Fara, Gattinara, Ghemme, Lessona, Sizzano e nada mais justo, então, procurar uma bela garrafa para prestigiar região.



Minha taça balançava entre um Lessona, da Tenuta Sella (28 Euros) e um Ghemme, da vinícola Ioppa de (28,50 Euros).

A taça parou de balançar quando meus olhos descobriram, na carta, um Grignolino de 24 Euros.



A antiga “paixão”, pelo Grignolino, falou mais alto e, sem ao menos me preocupar com o que iria comer, ordenei, ao garçom tagarela, uma garrafa de “Grignolino del Monferrato Casalese Tenuta Migliavacca 2019”.

Continua

Bacco

5 comentários:

  1. Belo artigo. Conheci Orta San Giulio
    Contigo. Mais uma vez obrigado. Fui pra lá em outras duas ocasiões e está na hora de voltar. Aguardando o final da matéria sobre o Grignolino, que definitivamente entrou no rol dos meus vinhos preferidos

    ResponderExcluir
  2. Tive a sorte de conhecer as principais capitais europeias há 2 décadas. Hoje em dia a experiências é outra: hordas de turistas e pessoas fazendo selfies non-stop bloqueando cada ponto turístico. Há também mais insegurança e população de rua. Prefiro ir pras cidades menores, não resta dúvidas, além da experiência menos plastificada costumam ter preços menores.

    PS: Uma vez fui convidado a me retirar de uma galeria Lafayette em Paris pq só aceitavam chineses. Não é brincadeira.

    ResponderExcluir
  3. Por favor comentem isso, eu lhes imploro! É uma "obra de arte" esse artigo: Prosseco (feito no Brasil), rose e doce (???). É muita criatividade...

    https://quemmexeunomeuvinho.com.br/2023/10/02/garibaldi-prosecco-sweet-rose-ganha-medalha-de-ouro-duplo-com-impressionantes-99-pontos-em-concurso-na-argentina/

    ResponderExcluir
  4. Peço perdão, mas todas as vezes que tento comentar tenho ânsia de vômito .....

    ResponderExcluir
  5. "Assombrosos 99 pontos"

    ResponderExcluir