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Quando você, após visitar Arona, Angera, Stresa, Isola Bella, Isola dei Pescatori, Pallanza, Cannobbio, Sesto Calende e outras maravilhosas aldeias que cercam e enfeitam o estupendo “Lago Maggiore”, acreditar que seus olhos já não podem aguentar, ainda mais beleza, é chegada à hora de conhecer o “Lago D’Orta” e Orta San Giulio.
O “Lago D’Orta” é uma pequena pérola pouco conhecida e bem menos badalada do que seu vizinho “Lago Maggiore”,
mas, nem por isso, menos bonito e interessante.
Sua “capital”, a pequena e estupenda Orta San Giulio, não teme comparações e não é segunda em nenhuma “disputa” que exija charme, fascínio, encantamento.....
Hotéis?
Muitos e ótimos.
Restaurantes?
Há somente o embaraço da escolha (bem na entrada da cidade, um 2* Michelin)
Enotecas e bares?
As estruturas abundantes e boas se apequenam e são deixadas de lado, parecendo figurantes insignificantes , quando o turista entra na aldeia ,percorre e se perde no labirinto de suas estreitas ruelas.
O emaranhado de becos, com calçamento secular perfeitamente preservado (asfalto? Zero!), deságua, invariavelmente, na bela e majestosa praça, repletas de bares e de onde partem os barcos para a fantástica e misteriosa “Isola Del Silenzio”.
A “Isola del Silenzio”, pequena ilha no meio do lago , hipnotiza os mais insensíveis olhos ; é impossível deixar de admirar e fotografar inúmeras vezes a beleza do lugar .
Não há, em toda Orta San Giulio, um canto sequer que beire o trivial, o comum o insosso; Orta San Giulio é charme, encanto e seu visual, mais que raro, é único.
A região do Lago Maggiore é repleta de surpresas emocionantes, sofisticadas, raras e que nos esperam a cada curva ou esquina.
É um ângulo do Piemonte que deve ser percorrido com calma e inteligência.
Orta San Giulio exige ainda mais calma e inteligência.
Na entrada, logo após o edifício de estilo “Mourisco Kitsch”, que abriga o hotel e restaurante “Villa Crespi” (duas * Michelin) há uma estrada, que serpenteando morro acima, leva o turista, religioso ou não, para um dos mais belos “Sacro Monte” da Itália.
Os “Sacro Monte” são percursos devocionais compostos por capelas que, através de um discurso iconográfico, constituído de esculturas e pinturas, conta a vida de Cristo, Nossa Senhora ou dos santos.
Os “Sacro Monte” nasceram na vizinha Varallo (vale a pena visitar, também) no século XV e aos poucos se espalharam por outras aldeias piemontesas.
O “Sacro Monte” de Orta San Giulio, composto de 20 capelas dedicadas à vida de San Francisco e impressiona pelo realismo das centenas de esculturas barrocas que as decoram.
Percorrer o “Sacro Monte”, no começo do outono, quando as arvores adquirem vários matizes entre o cobre e o dourado , caminhar sobre o espesso tapete de folhas, convivendo com um silêncio impressionante é algo, pelo menos para mim, difícil de descrever.
É preciso conhecer e viver......
Antes de descer, para Orta San Giulio, não se deve economizar fotos: O panorama que se descortina do alto da colina é, de tirar o fôlego .
Uma recomendação: Não caia na tentação de entrar com o carro na pequena Orta San Giulio especialmente se o seu veículo for médio ou grande.
As ruelas são muito estreitas e existe o real perigo de arranhar ou amassar o carrão.
Caminhar é preciso.....
Descrever a cidade?
Não tenho o dom de transmitir ou narrar tanto encanto e até as fotos, que anexei nesta matéria, não fazem jus à magia do lugar.
Caminhar vagarosamente, curtido o traçado medieval da aldeia, admirar os telhados de espessas lajes de granito e suas incontáveis e fumegantes chaminés (faz muito frio na região), olhar para os incríveis balcões e portões de ferro batido (verdadeiras obras de arte) é um pouco cansativo.
Após algumas horas de peregrinação é recomendável descansar em um dos muitos bares da praça, ponto central e mundano da cidade.
No pequeno porto, botes motorizados fazem a travessia até a “Isola del Silenzio.
A “Isola del Silenzio”, pequena ilha que aflora na superfície do lago, compõe uma visão quase irreal e deve ser obrigatoriamente visitada.
Dois caminhos percorrem a ilhota: “Via del Silenzio” e “Via della Meditazione” e a atmosfera, que imediatamente envolve o turista, explica, por si só, os nomes: silêncio e meditação...... Misticismo puro.
E por falar em misticismo, as únicas habitantes da ilha são as freiras enclausuradas no mosteiro que domina a “Isola del Silenzio”
Que mais contar?
Poderia escrever mais dez páginas, falar de centenas de coisas, contar muitas passagens que vivi visitando a aldeia, mas jamais esgotaria o assunto nem poderia dar uma ideia completa da beleza de Orta San Giulio.
Para compensar minha falta de talento narrativo gostaria de indicar um restaurante que há anos é o meu preferido.
Há inúmero e bons em Orta San Giulio, mas o “Hotel Ristorante Olina”, bem na ruela principal da aldeia, é insuperável.
Atendimento cordial (confie na gerente e sommelier Tiziana), ambiente simples, cozinha primorosa, boa carta de vinhos, preços contidos.....
Quer mais?
Um conselho: Se você é um sujeito normal, não tem uma fome atávica e não gosta de jogar dinheiro pela janela do carro, peça apenas um prato.
Não caia em tentação, esqueça a gula: As porções são tão abundantes que é temerário pedir um segundo prato (quase sempre será desperdiçado).
Se os convivam forem dois e os antepastos irresistíveis , peça um e divida com o (a) acompanhante.
Vinhos?
Tiziana normalmente oferece mais de 20 opções em taça e o “Olina” é o local indicado para se degustar bons copos de Gattinara, Boca, Fara, Sizzano, Lessona, Bramaterra e outros vinhos da região.
Orta San Giulio, uma aldeia encantada.
Confira.
Estimado Bacco, bem ai? Financial times desse fim de semana passado tinha uma boa reportagem sobre lugares desconhecidos e conhecidos do piemont. Depois de uma longa viagem a Sicilia eu preciso passar no piemont que poucos conhecem. Gostei bem do que li la tambem. Auguri, peste mor.
ResponderExcluirEstimado Bacco, leia a reportagem sobre o piemont no financial times do fim de semana que passou (caderno 'how to spend'). Eles tentaram dar dicas de lugares desconhecidos da massa.
ResponderExcluirAuguri, peste-mor.