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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

DENT DE CHIEN II




Puligny e Chassagne: Algumas dicas

Sempre defendi a tese que para falar de um vinho, com seriedade, é preciso conhecer e não apenas superficialmente, a região em que é produzido.

Para comentar o “Dent de Chien” bastaria,então,  minha experiência na “Antica Osteria Del Mosto” , pois     percorri a Cot D’Or dezenas de vezes e não seria  necessária uma nova incursão na Borgonha.

Mas como resistir à Borgonha?

“Comprar algumas garrafas de Dent de Chien” foi essa a desculpa (esfarrapada) que encontrei para enfrentar os 600 km que separam Chiavari de Beaune pela quarta vez somente em 2013.

Há quatro regiões vinícolas que me fascinam : Piemonte , Borgonha, Toscana , Alsácia e não escondo minhas preferências  de ninguém .

Basta um aceno, um convite ou uma boa companhia...

Sem pensar duas vezes entro no carro e..... Viva a Borgonha!

Nada mais gratificante do que reencontrar pessoas, rever locais, vinhas, paisagens e caminhos que literalmente me fascinam.

O “Dent de Chien” foi uma ótima desculpa para rever Julien Wallerand  e Maria Adão em Puligny, Marc e Pierre Antoine em Pierreclos, Julie em Solutrè, Jean Raphet em Morey-Saint-Denis e muitos outros amigos que nem a barreira do idioma consegue distanciar.

Reencontrar os amigos foi fácil, já o “Dent de Chien”......

Normalmente, quando chego à Côte D’Or, me hospedo em Bouze-Les-Beaune ou Puligny-Montrachet.

 Puligny-Montrachet, nessa última viagem, foi a aldeia que escolhi para passar alguns dias e “caçar” o Dent de Chien.

No B&B da Maria Adão já sou de casa.

  Além de graciosa a localização da pousada é invejável: Não há nada mais excitante do que abrir a janela do quarto e quase poder tocar as vinhas de Chardonnay que doam o Puligny-Montrachet.

Após descansar alguns minutos (não se pode perder muito tempo...) basta percorrer uma centena de metros, alcançar o ótimo wine bar “Le Caveau de Puligny Montrachet” para ser recebido com um sorriso e um aperto de mão caloroso do amigo Julien Wallerand e degustar renomadas etiquetas que, sem a menor cerimônia e generosamente, Julien serve em taças de cristal.

Um Puligny? Um Chassagne? Talvez um Mersault ou, quem sabe, um Saint Aubin?

O único problema é a escolha.....

Os grandes vinhos servidos na temperatura exata, em taças decentes (coisa rara na França), e num ambiente de raro aconchego e sofisticação.

 Esparramado em poltronas confortáveis e admirando o monumento aos viticultores, na pequena praça em frente, não tenho duvidas em eleger o “Le Caveau de Puligny Montrachet” como meu bar preferido de toda a Borgonha.

Uma rodada oferecida por Julien, mais uma oferecida por um viticultor amigo (Bzikot), outra mais paga por um colega de Bzikot e finalmente (ainda bem...) uma oferecida por mim.

O ótimo restaurante “Le Pelugney”, por sorte, se localiza a menos de 200 metros da “Le Caveau”.

 Recusando gentilmente mais uma rodada (É a última!! É a última!!) me esforçando para parecer mais sobrio, do que na realidade estava, deixei meus amigos, que continuaram enchendo copos e mais copos (como bebem bem os franceses.....) e caminhei ereto, ma non troppo, para reencontrar Beatrice e Jean Louis no “Le Pelugney”.

“Le Pelugney” é a melhor e mais racional escolha gastronômica em Puligny.

A pior? “La Table de Olivier Leflaive”.

Fuja, mas fuja mesmo: O “La Table” tem forte conotação turística, caríssimo e previsível.

Quase pelo mesmo preço, mas com muito mais requinte, classe e um serviço impecável, opte pelo estrelado “Le Montrachet”.

 

Mais alguns endereços válidos?

 “La Garaudière” em Levernois, “Le Chateau De Cîteaux La Cueillette” em Meursault, “La Bouzerotte” em Bouze-Les-Baune e se tiver com Euro sobrando um 3 estrelas sensacional: “Maison Lameloise” em Chagny.

Para beber, além do excepcional “La Caveau de Puligny Montrachet”, o “66” na Place Cardot.

O  "66”, estrategicamente localizado, abandonou, recentemente, os horrendos copos de vidro, mais apropriados para servir licores e adotou belas taças para servir grande variedade de vinhos tintos e brancos além de várias etiquetas de Champagne.

 "66” é o melhor wine bar de Beaune.

Após beber algumas taças é provável que a fome marque presença.

Se isso acontecer fuja, igual deputado da cassação, do restaurante “Bistrot De L’Hotel”. O “Bistrot” é um local pretensioso, caro e dispensável.

Cansado ,  alegre e andando nao muito firme, voltei para o B&B da Maria Adão decidido em percorrer, na manhã seguinte, os caminhos dos “Grands Crus” até alcançar o “Dent de Chien”.

Até a próxima.

Bacco

3 comentários:

  1. Caro, bom dia. Em novembro passarei por Puligny e seria ótimo hospedar-me no B&B da Maria Adão. Já tentei contato pela web e telefones, mas em ambos não obtive resposta. Alguma dica?
    Desde já agradeço. Um abraço e seja bem-vindo de volta.

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    Respostas
    1. A Maria , na baixa estação, as vezes fecha o B&B por alguns dias. Minha dica è que vc continue tentando

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  2. Passei por Puligny no final de outubro (30), mas tanto a Caveau, como o Le Pelugney estavam fechados...

    :-( désolé.

    Mais um motivo para voltar à Borgonha.

    Abs

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