Puligny e Chassagne: Algumas dicas
Sempre defendi a tese que para falar de um vinho, com
seriedade, é preciso conhecer e não apenas superficialmente, a região em que é
produzido.
Para comentar o “Dent de Chien” bastaria,então, minha experiência na “Antica Osteria Del
Mosto” , pois já percorri a Cot D’Or dezenas de vezes e não
seria necessária uma nova incursão na
Borgonha.
Mas como resistir à Borgonha?
“Comprar algumas garrafas de Dent de Chien” foi essa a
desculpa (esfarrapada) que encontrei para enfrentar os 600 km que separam
Chiavari de Beaune pela quarta vez somente em 2013.
Há quatro regiões vinícolas que me fascinam : Piemonte ,
Borgonha, Toscana , Alsácia e não escondo minhas preferências de ninguém .
Basta um aceno, um convite ou uma boa companhia...
Sem pensar duas vezes entro no carro e..... Viva a Borgonha!
Nada mais gratificante do que reencontrar pessoas, rever
locais, vinhas, paisagens e caminhos que literalmente me fascinam.
O “Dent de Chien” foi uma ótima desculpa para rever Julien Wallerand e
Maria Adão em Puligny, Marc e Pierre Antoine em Pierreclos, Julie em Solutrè,
Jean Raphet em Morey-Saint-Denis e muitos outros amigos que nem a barreira do
idioma consegue distanciar.
Reencontrar os amigos foi fácil, já o “Dent de Chien”......
Normalmente, quando chego à Côte D’Or, me hospedo em
Bouze-Les-Beaune ou Puligny-Montrachet.
Puligny-Montrachet,
nessa última viagem, foi a aldeia que escolhi para passar alguns dias e “caçar”
o Dent de Chien.
No B&B da Maria Adão já sou de casa.
Além de graciosa a
localização da pousada é invejável: Não há nada mais excitante do que abrir a
janela do quarto e quase poder tocar as vinhas de Chardonnay que doam o
Puligny-Montrachet.
Após descansar alguns minutos (não se pode perder muito
tempo...) basta percorrer uma centena de metros, alcançar o ótimo wine bar “Le
Caveau de Puligny Montrachet” para ser recebido com um sorriso e um aperto de
mão caloroso do amigo Julien Wallerand e degustar renomadas etiquetas que, sem
a menor cerimônia e generosamente, Julien serve em taças de cristal.
Um Puligny? Um Chassagne? Talvez um Mersault ou, quem sabe, um
Saint Aubin?
O único problema é a escolha.....
Os grandes vinhos servidos na temperatura exata, em taças
decentes (coisa rara na França), e num ambiente de raro aconchego e
sofisticação.
Esparramado em
poltronas confortáveis e admirando o monumento aos viticultores, na pequena
praça em frente, não tenho duvidas em eleger o “Le Caveau de Puligny
Montrachet” como meu bar preferido de toda a Borgonha.
Uma rodada oferecida por Julien, mais uma oferecida por um
viticultor amigo (Bzikot), outra mais paga por um colega de Bzikot e finalmente
(ainda bem...) uma oferecida por mim.
O ótimo restaurante “Le Pelugney”, por sorte, se localiza a
menos de 200 metros da “Le Caveau”.
Recusando gentilmente
mais uma rodada (É a última!! É a última!!) me esforçando para parecer mais
sobrio, do que na realidade estava, deixei meus amigos, que continuaram enchendo copos e
mais copos (como bebem bem os franceses.....) e caminhei ereto, ma non troppo, para reencontrar Beatrice
e Jean Louis no “Le Pelugney”.
“Le Pelugney” é a melhor e mais racional escolha
gastronômica em Puligny.
A pior? “La Table de Olivier Leflaive”.
Fuja, mas fuja mesmo: O “La Table” tem forte conotação turística,
caríssimo e previsível.
Quase pelo mesmo preço, mas com muito mais requinte, classe e
um serviço impecável, opte pelo estrelado “Le Montrachet”.
Mais alguns endereços válidos?
“La Garaudière” em Levernois,
“Le Chateau De Cîteaux La
Cueillette” em Meursault, “La Bouzerotte”
em Bouze-Les-Baune e se tiver com Euro sobrando um 3 estrelas sensacional: “Maison Lameloise” em Chagny.
Para beber, além do excepcional “La Caveau de Puligny
Montrachet”, o “66” na Place Cardot.
O "66”, estrategicamente localizado, abandonou,
recentemente, os horrendos copos de vidro, mais apropriados para servir licores
e adotou belas taças para servir grande variedade de vinhos tintos e brancos
além de várias etiquetas de Champagne.
"66” é o melhor wine bar de Beaune.
Após beber algumas taças é provável que a fome marque
presença.
Se isso acontecer fuja, igual deputado da cassação, do
restaurante “Bistrot De L’Hotel”. O “Bistrot” é um local pretensioso, caro e
dispensável.
Cansado , alegre e andando nao muito firme, voltei para o B&B da Maria Adão decidido em percorrer,
na manhã seguinte, os caminhos dos “Grands Crus” até alcançar o “Dent de Chien”.
Até a próxima.
Bacco
Caro, bom dia. Em novembro passarei por Puligny e seria ótimo hospedar-me no B&B da Maria Adão. Já tentei contato pela web e telefones, mas em ambos não obtive resposta. Alguma dica?
ResponderExcluirDesde já agradeço. Um abraço e seja bem-vindo de volta.
A Maria , na baixa estação, as vezes fecha o B&B por alguns dias. Minha dica è que vc continue tentando
ExcluirPassei por Puligny no final de outubro (30), mas tanto a Caveau, como o Le Pelugney estavam fechados...
ResponderExcluir:-( désolé.
Mais um motivo para voltar à Borgonha.
Abs