....Se correr o bicho pega”
A vida do enófilo e do consumidor atento, não é fácil: Uma
eterna luta entre nós, os apreciadores de vinho e os empresários-predadores-engarrafadores.
Não estou incluindo,
no rol dos predadores, os verdadeiros viticultores, aqueles que realmente vivem
das vinhas e pelas vinhas, aqueles que se dedicam às parreiras desde o plantio
até a vinificação.
Esta é a categoria responsável pelas boas e acessíveis
garrafas que ainda podemos comprar e degustar.
Os predadores são aqueles que farejam e investem pesado em
bons negócios, boas oportunidades e estão pouco se lixando com território, tradição,
cultura, qualidade, originalidade, do vinho.
Para eles tanto faz investir em vinhos, fabricas de cuecas,
restaurantes, hospitais, aviação, sardinhas em lata, perfumes etc. é tudo e somente
uma questão de oportunismo, faturamento, lucro.
Deu grana?
Vou nessa!
O clássico exemplo é o grupo LVMH que estende seus tentáculos no mundo dos vinhos,
alcoólicos, modas, joalherias, revistas, jornais, hotéis, shoppings e todos os
segmentos em que se possa lucrar “abusivamente”.
Não concorda com o “abusivamente”?
Vá, então, até ao “Le Bon Marché Rive Gauche” e não se sinta, ”abusado” quando lhe pedirem 990 Euros (quase R$ 6.500) por uma garrafa de “Cognac
Hennessy Paradis”.
Cognac Hennessy Paradis
O grupo LVMH é apenas um entre as centenas de predadores que
habitam o submundo do vinho e que atentos espreitam todas as oportunidades para
tomar o dinheiro dos incautos.
Mais uma lengalenga sobre os preços dos vinhos?
Sim!
Depois das matérias “Os Zé Manés”, em que Bacco esculhamba os preços dos vinhos da toscana
Maremma, chegou minha vez e hora de comentar e prever o que acontecerá com duas
ótimas denominações sicilianas: “Etna Rosso” e “Etna Bianco”
Antes de dar os nomes, dos predadores de plantão, criticar e
prever o que acontecerá nos próximos anos, com os vinhos do vulcão, é preciso
conhecer um pouco do passado.
A história do vinho, nas encostas do Etna, é muito antiga.
Acredita-se que na
Sicília já havia, muito antes da chegada dos gregos, videiras que cresciam espontaneamente.
Os helênicos, provavelmente no VIII século A.C, introduziram o
plantio, a poda, a seleção de das variedades e revolucionaram o costume local
de deixar que apenas a natureza cuidasse das vinhas.
Os gregos lançaram as bases da futura riqueza enológica da Sicília.
As uvas cultivadas, nas terras vulcânicas de Etna, doam vinhos
(brancos e tintos) extraordinários que podem ser considerados os melhores da
região e não temem comparações com os mais badalados de toda e Itália.
Os vinhos produzidos, nas encostas do maior (3.300 metros) e
mais ativo vulcão de Europa, já eram conhecidos e reconhecidos, por seu de potencial
de rara qualidade, em 1500.
Há anotações, de 1700, que documentam a extraordinária
expansão da viticultura na região, mas foi somente em 1800 que o prestígio dos
vinhos locais cresceu.
Nesta mesma época, nas encostas do Etna, a área de vinhedos
cobria 8.000 hectares (hoje se limita a 1.200 hectares).
A filoxera se encarregou de “dizimar” os vinhedos que foram
substituídos por plantações de limões e laranjas.
Apesar da qualidade e do potencial, durante muitos anos os vinhos
sicilianos (e de outras regiões do Sul) foram utilizados, para “corrigir”
safras ruins, doar mais corpo, estrutura e álcool aos vinhos da França e do
Norte da Itália.
Mas isso é passado…O presente é mais embaixo.
Os pouco mais de 140 produtores, das duas denominações,
souberam aproveitar as raras condições climáticas e de solo, que o Etna lhes doou
e alcançaram um quase milagre: Vinificando, as autóctones “Carricante”, “Nerello Mascalese”
e “Nerello Cappuccio”,
conseguiram realizar vinhos que conquistaram os paladares mais exigentes, não só
da Itália, mas do mundo todo.
Mas, há sempre um, “mas”.... A ascensão, dos vinhos do Etna, despertou
do letargo os oportunistas e predadores de sempre que já iniciaram a corrida
para as encostas do vulcão e …salve-se quem puder.
Continua
Dionísio
Viram isso?
ResponderExcluirhttps://veja.abril.com.br/coluna/veja-gente/viralizou-ed-motta-fala-sobre-ignorantes-cariocas-e-enochatos-paulistas/
hahahahaha. Conheço um monte assim. E em BsB, como é?
ExcluirEd Motta fala sobre ignorantes cariocas e enochatos paulistas
ResponderExcluirMúsico fez comentários sobre grupos de vinhos das duas cidades, imitou sotaques, fez ironias e acabou entre os assuntos mais comentados do...
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/veja-gente/viralizou-ed-motta-fala-sobre-ignorantes-cariocas-e-enochatos-paulistas/
Que é sir Edward Motta para criticar eno chatos. Sir Edward , há alguns anos fez a apologia dos Pinot Noir do Dani-Elle . Leia: "Fulvia Pinot Noir 2009 por Ed Motta:
ResponderExcluirDanielleSan
Você simplesmente encaminhou o melhor vinho já feito no Brasil. O Fulvia 2009 é um divisor de águas, que incrível o que você conseguiu. Vou escrever formalmente sobre ele e você pode colocar no site, enfim, fazer o uso que achar melhor. Impressive! Soberbo!
(Ed Motta, músico e enófilo - Via mensagem SMS por celular, após provar o Fulvia 2009, abril de 2011.)
Vou lhe dizer, seu blog é muito bom, terás um lugar especial à mesa com Baco quando partir desta para melhor.
ResponderExcluirNão quero tomar seu lugar
ResponderExcluirrsrsrs boa
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