Não todos, claro, mas muitos
sommeliers, críticos, formadores de opinião etc. exageram na descrição de
vinhos degustados.
Aromas, sensações, sabores, que pessoas normais
jamais imaginariam encontrar em uma taça de vinho, são facilmente (falsamente?)
percebidas e fazem parte da imaginação de muitos profissionais (picaretas?) dos
copos.
No Brasil, um dos campeões, da picaretagem
eno-descritiva, é, desde sempre, o Beato Salu, conhecido escalador de cruzeiros medievais da
Borgonha.
Nosso “sommelier mor”, do alto de sua
proverbial empáfia, considera os enófilos brasileiros uns imbecis e não
demonstra um mínimo de vergonha ao descrever, um vinho, com as seguintes
palavras: “Velhinho Ch Latour 80 deleitosamente
evoluído: cheira
peixe de rio. Barro, metálico. Pimenta seca. Outras especiarias. Firme forte
fino 12:26 PM Mar
8th via Twitter for
iPhone”
Ou assim: “Ch Lafite
90, olores de bolores couro
e ouriço de mar, bem
firme( jovem).
Outro grande enganador é o Bilu Teteia.
Há anos
nosso eno-palhaço consegue iludir os incautos e se apresentar como expert em
vinhos.
Bilu, na realidade, é apenas expert em
bocas-livres e puxa-saquismo de produtores e importadores.
Sua descrição do Malbec Barzola: ........ O vinho
tem amarena, crina de cavalo
suada, moringa, aniz e discreto tutti-frutti. Show de sinceridade de um
Malbec......
Acreditava que os exageros, nas eno-descrições,
grassassem impunemente e apenas no nosso quinto mundista cenário vinícola, mas,
no começo da semana, ao ler um site italiano, encontrei uma joia rara: Samantha Vitaletti.
Samantha, não mede palavras e poderia facilmente fazer carreira no Brasil ao lado
de nossos maiores enganadores.
Leiam, riam e.....bebam uma bela taça de vinho
sem tanta frescura.
Aligotè 2017: “Nariz murmurante que deixa livre o campo para uma mineralidade
estridente adoçada pelas curvas macias da fruta madura”
Ladoix Les Briquottes 2017: “Raízes, alcaçuz, cinzas e
frutas, inquietos nos bastidores, prontos para entrar no palco. Tamarindo e
laranja amarga para saciar a sede. Muito inclinado a dialogar, com uma
linguagem limpa e sem erros.
Arbois BlancTrois Terroir 2017: “Dominante e vivo, um branco que exorta memórias e memórias, óleo de
atum e punhados de sal à vontade”
Chablis Terroir Béru 2017: “Nada fácil ou óbvio. Vapores
estranhos e intrigantes, cheiros e perfumes de fumaça seguem um ao outro no
vidro e levam a uma atmosfera de igreja, mística. É daqueles vinhos que acabo
esvaziando a garrafa tentando entendê-los e acabando por amá-los sem tê-los
entendido.
Há mais, mas acredito que o ridículo tem limites.
Quando, por um infeliz acaso, encontrar um palhaço, com
as características de nossa Samantha, faça como eu e desafie o “expert” apostando
um bom dinheiro.
Despeje os vinhos, degustados e comentados, em taças
pretas e peça ao picareta para reencontrar e descrever, exatamente, os aromas,
sabores, sensações etc. anteriormente descritos
Prepare-se
para morrer de rir......Há quem não consiga distinguir um branco de um tinto.
Prove e comprove.
Bacco
essa teria um futuro brilhante no Brasil...
ResponderExcluirBando de idiotas metidos isso sim kkkkk
ResponderExcluirKkkkkk A nobre Samantha ficou esquecida, com tantos e tantos shows de Bilú e Beato Salu.... Mas seu texto concorre com ambos....
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