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segunda-feira, 17 de junho de 2019

LUGANA


 


Quando na cozinha há um grande cozinheiro, comandando as panelas, os pratos nos transmitem emoções incomparáveis.
 

Quando o chef, além de craque das panelas, é um grande conhecedor de vinhos, bem... aí é algo que lembra o paraíso (se é que existe....)
 

Nem sempre e são poucos os cozinheiros que dominam, com perfeição o mundo das garrafas, mas Marco Perrone, da “Trattoria Nanin” e Enrico Boitano, do “Bricco Della Gallina”, podem ser considerados mestres e grandes conhecedores das melhores taças.
 

Quando digo “melhores taças” não me refiro às taças Parkerianas, do Gambero Rosso, do Wine Spectator ou de outras revistas que se especializaram em indicar, quase sempre, garrafas que fazem a alegria das operadoras de cartões de crédito.

O bom sommelier é aquele que propõe vinhos de boa qualidade e com preços justos.
 

Marco e Enrico são especialistas no quesito: “Grandes Vinhos, Pequenos Preços”.

Já nem lembro quantos vinhos a dupla me revelou, mas alguns, importantes e mais recentes, ainda permanecem na memória: Gavi “Fornaci di Tassarolo”, Gavi “Minaia”, Susumaniello, Pecorino, Montepulciano d’Abruzzo ”Praesidium”, Friulano “Clivi Brazan”.

 
O mais interessante: Todas garrafas abaixo de 20 Euros.

Beber bem, não significa beber caro......

Em minha última passagem pelo ótimo “Bricco della Gallina”, Enrico Boitano, mais uma vez me surpreendeu.

“Prove este vinho”

Um vinho branco, cor amarelo-dourado, perfumes interessantes intensos, complexos.
 

Provei e meu queixo caiu e caiu mais ainda quando Enrico revelou que eu estava bebendo um Lugana.

Para que não conhece (e são muitos.....) o Lugana é uma denominação que nasce no sul do Lago di Garda nas províncias de Brescia e Verona.

É uma denominação, então, que se divide entre a Lombardia e o Veneto.

A uva que dá vida ao Lugana é a Turbiana.

 

Muitos consideram a Turbiana parente próxima do Trebbiano di Soave a até da Verdicchio da distante região, Marche.

A Turbiana, todavia, é menos produtiva do que o Trebbiano di Soave e quando vinificada corretamente doa vinhos de grande qualidade como aquele que eu estava bebendo: “Madonna della Scoperta”.

O Lugana Superiore DOC “Madonna della Scoperta” é produzido, pela vinícola Perla del Garda, em Lonato del Garda, na província de Brescia.

O “Madonna della Scoperta” é um vinho de grande intensidade aromática, muito estruturado, quente, envolve o paladar intensamente com interminável persistência
 

É um vinho que, por sua complexidade grande estrutura, “exige” comida.

Com a aproximação do turismo de verão, aconselho aos enófilos brasileiros, que ao visitarem as aldeias de Sirmione, Dezenzano, Peschiera, Salò, Lazize etc. no belíssimo Lago di Garda, provarem o ótimo Lugana Superiore DOC “Madonna della Scoperta”.

Grande vinho que custa (limpe a baba antes de continuar....) 13-16 Euros.

Bacco

 

3 comentários:

  1. Bacco.
    Para os não ricos, que não podem viajar para o velho continente, gostaria que recomendasses alguns vinhos italianos,vendidos aqui em terras brasilis e que não nos "fanno cagare"!
    Mesmo que os preços não sejam tão modestos como em terras "italisis".
    Abraços. Jorge Pereira

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  2. Jorge, como já escreveu Dionísio, em "O caminho das pedras", as importadoras trazem , quase sempre, etiquetas carimbadas ou porcarias. Há , no blog, inúmeras dicas de vinhos italianos, portugueses, chilenos e franceses que "non fanno cagare". Tente dar uma olhada mais demorada e encontrará algo interessante. Se você puder pesquise nas importadoras, supermercados, enotecas etc. e se encontrar algo interessante me escreva e eu tentarei ajudar

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  3. mais uma dica preciosa, Bacco (não esqueço do Verdicchio di Matelica que o Marco Perrone nos serviu no Nanin). pena que os Lugana branco que encontrei no Brasil custam na faixa de R$ 160... socorro!

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