Meu amigo, Massimo Martinelli, cujo nome foi
injustamente excluído das homenagens, da Renato Ratti, na comemoração do 50º aniversário do “Barolo Marcenasco”, costuma dizer que após um longo jantar e incontáveis libações há um último copo que ainda “desce” antes de dormir: Champagne.
Massimo, confirma, com a precisão de sempre, aquilo que eu
também penso: O Champagne é o melhor vinho do planeta e sempre há espaço para
mais uma taça.
Vou além: Reconheço o Champagne apenas usando o olfato.
O Champagne tem um aroma inconfundível, único e me valho
apenas do olfato (não preciso beber) para classificar todos os outros
espumantes: Quanto mais
“achampanhado”, melhor…Igual, nunca.
Já bebi inúmeros espumantes de boa qualidade, mas quando os
comparo ao Champagne o resultado é sempre o mesmo: “É muito bom, mas...” Sempre há um,
“mas”.
Enrico Valle, proprietário da ótima “Vineria
Macchiavello”, em Santa
Margherita, todos os meses promove jantares temáticos e sempre regados com
ótimos vinhos.
Em um dos eventos, para acompanhar pratos de peixe, propôs os
produtos da vinícola “Barone Pizzini”.
Muito bom o “Saten
Franciacorta 2015” vinificado
com 100% de uvas Chardonnay.
Muito bom, também, o “Rosè Franciacorta
2015” onde o Pinot Noir esbanja toda sua classe e elegância.
Surpreendente, todavia, foi o “Naturae
Franciacorta 2015” que, sabiamente, Enrico, serviu com o prato
principal.
Quanto levei a taça ao nariz, para aplicar meu teste
comparativo, o “Naturae” surpreendeu.
Belas notas cítricas prevaleciam sobre interessantes aromas de
leveduras e pão tostado.
Deixei o vinho aquecer um pouco (lembre-se
que o frio ameniza e esconde muitíssimo defeitos do vinho...) e voltei à
taça.
Aroma ótimo, mas ainda não totalmente “champenoise”.
Já perceberam o primeiro, “mas”?
Austero, elegante, leve toque acetinado, “perlage” finíssimo e
um final que lembra avelãs tostadas, são predicados que colocam o “Naturae Barone Pizzini”, entre os grandes espumante
italianos.
Um segundo, “mas”…O “Naturae” custa
26-28 Euros.
Pelo mesmo valor, ou até menos, posso beber grandes Champagne
1er Cru e, nas promoções, alguns bons Grands Crus.
Minha paixão pelo Champagne talvez tenha me transformado em um
crítico demasiadamente rigoroso com os espumantes.
Para ser honesto, menos radical e apesar do preço “salgado”, recomendo,
aos turistas e enófilos brasileiros em viagem pela Itália, durante o ensolarado
verão mediterrâneo, uma bela garrafa do “Naturae” Barone Pizzini.
Confira
Bacco.
pelo menos o Barone Pizzini tá mais barato que o Haderburg, que não me agradou tanto. e por que deixaram o Martinelli de fora da homenagem?
ResponderExcluire parece que o ufanismo dos espumantes não rola apenas no Brasil...
ResponderExcluirhttps://www.telegraph.co.uk/travel/destinations/europe/united-kingdom/articles/best-vineyards-in-britain/