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domingo, 19 de maio de 2019

NO MEU TEMPO....




Nada mais piegas do que dizer: ‘’No meu tempo as coisas eram melhores’’.

Muitas vezes não é verdade, todavia, as últimas notícias que correm pelo mundo, sobre os novos consumidores e seus hábitos, me fazem pensar que no meu tempo as coisas eram realmente melhores.

Não sei se há e onde se encontram os culpados, mas a nova geração já elegeu álcool como o vilão da vez e está mudando, rápida e perigosamente, os hábitos, de consumo, no mundo dito civilizado.

Em Dublin, cidade notória pelas ressacas e bebedeiras olímpicas, abriram um bar com “drinks alcohol-free” e parece que há clientes suficientes para sustentar o local por algum tempo.


Em todos estados e cidades, na América do Norte, onde a maconha é legalizada (seja para fumar ou para comer), os novos consumidores já anunciaram que preferem a erva ao álcool.

 Consumo de cogumelos aumenta, aos poucos e já se fala abertamente na legalização, também, dos nobres fungos.

 As razões?

Segundo o novo mercado, o álcool custa caro, dá ressaca, dor de cabeça, engorda.

 Um bom vinho, num restaurante, não custa menos de $80.00, uma rodada de Martini facilmente bate nos $60.00.

 Destilados em geral? Prepare $50.00

O céu é o limite.

Faz sentido, certamente, mas a turma está equivocada.

Essa turma, ao menos no papel (às vezes de seda...) é a mesma que favorece a compra do produto orgânico, green, local, ‘’fairly-traded’’.

Difícil, por enquanto, prever quem perderá ou ganhará com essa mudança tão forte, mas arrisco um palpite:  as mudanças são cataclísmicas para quem estiver fora da nova onda, da produção, distribuição e varejo final.

Multinacionais, do álcool, já perceberam, há muito tempo, o que está por vir e saíram às compras das empresas que largaram na frente no mundo alucinógeno.


Cervejarias já adicionam alguns componentes da maconha às cervejas...

Eu creio, firmemente, que a molecada se equivoca quando nivela tudo por baixo.

 Há bebidas e bebidas, há vinhos e vinhos.

Acredito, até, que whisky, gin, vodka, brandy e cerveja não fazem muita falta ao que querem tomar um porre ou “ficar doidão”, mas os floquinhos de neve deveriam saber o que estão jogando fora:

1.    Um quase milagre natureza.  Átomos de hidrogênio se fundem ao hélio em uma estrela, o fenômeno chega à Terra, uma planta absorve as ondas, com a ajuda da água e nutrientes produz um fruto (uva) que será consumido por micro-organismos e, eventualmente, produzirá vinho

2.   A oportunidade de conhecer novos países, regiões, pessoas, histórias e culturas, mesmo sem viajar: Bastam algumas boas garrafas

3.   A “brincadeira” de se frustrar com safras fracassadas, celebrar as grandes colheitas, tentar encontrar o “melhor vinho da minha vida”, procurar promoções, “caçar” tesouros em gôndolas perdidas ou em importadoras e lojas totalmente desconhecidas

4.   A chance de fazer novos amigos (mesmo que sejam eno-ébrios-blogueiros) e de socializar ao redor de algumas garrafas

5.   A chance de melhorar um prato, uma ocasião, um evento

6.   Melhora dos níveis de colesterol, antioxidantes e a baixa da pressão arterial

7.   Para os quem ainda conseguem...... um sexo melhor.

O vinho representa tudo isso, para mim, para milhões e há milhares de anos.

 Bebam menos, mas bebam melhor.

Enquanto isso num certopaiz...

No Brasil o consumo é menos de 1 litro de vinho per capita/ano e não há nenhuma perspectiva de mudança nas leis das drogas ou na melhora do consumo de vinhos, na qualidade ou quantidade.

O futuro sempre mais longe.

Percamos quaisquer esperanças.

Bonzo

Um comentário:

  1. grande texto, Bonzo. e azar dessa geração aí, na qual não tenho qualquer esperança de algo bom.

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