Nada mais piegas do que dizer: ‘’No meu tempo as coisas eram melhores’’.
Muitas vezes não é verdade, todavia, as últimas notícias que
correm pelo mundo, sobre os novos consumidores e seus hábitos, me fazem pensar
que no meu tempo as coisas eram realmente melhores.
Não sei se há e onde se encontram os culpados, mas a nova geração
já elegeu álcool como o vilão da vez e está mudando, rápida e perigosamente, os
hábitos, de consumo, no mundo dito civilizado.
Em Dublin, cidade notória pelas ressacas e bebedeiras olímpicas,
abriram um bar com “drinks alcohol-free” e parece que há clientes suficientes para
sustentar o local por algum tempo.
Em todos estados e cidades, na América do Norte, onde a
maconha é legalizada (seja para fumar ou para comer), os novos consumidores já
anunciaram que preferem a erva ao álcool.
Consumo de cogumelos
aumenta, aos poucos e já se fala abertamente na legalização, também, dos nobres
fungos.
As razões?
Segundo o novo mercado,
o álcool custa caro, dá ressaca, dor de cabeça, engorda.
Um bom vinho, num restaurante,
não custa menos de $80.00, uma rodada de Martini facilmente bate nos $60.00.
Destilados em geral?
Prepare $50.00
O céu é o limite.
Faz sentido, certamente, mas a turma está equivocada.
Essa turma, ao menos no papel (às vezes de seda...) é a mesma
que favorece a compra do produto orgânico, green, local, ‘’fairly-traded’’.
Difícil, por enquanto, prever quem perderá ou ganhará com essa
mudança tão forte, mas arrisco um palpite: as mudanças são cataclísmicas para quem estiver
fora da nova onda, da produção, distribuição e varejo final.
Multinacionais, do álcool, já perceberam, há muito tempo, o
que está por vir e saíram às compras das empresas que largaram na frente no
mundo alucinógeno.
Cervejarias já adicionam alguns componentes da maconha às
cervejas...
Eu creio, firmemente, que a molecada se equivoca quando nivela
tudo por baixo.
Há bebidas e bebidas,
há vinhos e vinhos.
Acredito, até, que whisky, gin, vodka, brandy e cerveja não
fazem muita falta ao que querem tomar um porre ou “ficar doidão”, mas os
floquinhos de neve deveriam saber o que estão jogando fora:
1.
Um quase milagre natureza. Átomos de hidrogênio se fundem ao hélio em
uma estrela, o fenômeno chega à Terra, uma planta absorve as ondas, com a ajuda
da água e nutrientes produz um fruto (uva) que será consumido por micro-organismos
e, eventualmente, produzirá vinho
2.
A oportunidade de conhecer novos países, regiões,
pessoas, histórias e culturas, mesmo sem viajar: Bastam algumas boas garrafas
3.
A “brincadeira” de se frustrar com safras fracassadas,
celebrar as grandes colheitas, tentar encontrar o “melhor vinho da minha vida”,
procurar promoções, “caçar” tesouros em gôndolas perdidas ou em importadoras e
lojas totalmente desconhecidas
4.
A chance de fazer novos amigos (mesmo que sejam
eno-ébrios-blogueiros) e de socializar ao redor de algumas garrafas
5.
A chance de melhorar um prato, uma ocasião, um
evento
6.
Melhora dos níveis de colesterol, antioxidantes e a
baixa da pressão arterial
7.
Para os quem ainda conseguem...... um sexo melhor.
O vinho representa tudo isso, para mim, para milhões e há milhares
de anos.
Bebam menos, mas bebam
melhor.
Enquanto isso num certopaiz...
No Brasil o consumo é menos de 1 litro de vinho per capita/ano
e não há nenhuma perspectiva de mudança nas leis das drogas ou na melhora do
consumo de vinhos, na qualidade ou quantidade.
O futuro sempre mais longe.
Percamos quaisquer esperanças.
Bonzo
grande texto, Bonzo. e azar dessa geração aí, na qual não tenho qualquer esperança de algo bom.
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